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Troféu Valkirias de Melhores do Ano: TV

Em mais um ano repleto de incertezas — e pandemia —, a cultura pop permanece quase como um bota salva vidas em um mar de notícias ruins, ansiedade e mutações de vírus. Se em 2020, durante os meses mais intensos de confinamento, viajar para outros mundos por meio de narrativas ficcionais era nossa única janela para o mundo do lado de fora, em 2021 isso permanece, ainda que com o diferencial de que, vacinados, podemos, mantendo todos os cuidados, recomeçar. A pandemia ainda não acabou — mesmo que nos pareça o contrário —, então nada melhor do que se manter na segurança da ficção enquanto possível. No Troféu Valkirias de Melhores do Ano de 2021, um ano que quase parece a segunda temporada de 2020, andamos por multiversos, enfrentamos conglomerados malignos e encontramos um amorzinho à beira mar.

Cruel Summer, (Primeira Temporada), Prime Video

Por Daniela

Cruel Summer, seriado da Amazon lançado em abril deste ano, pode até parecer, mas não é um dos clichês de mocinha vs. vilã que estamos acostumadas a assistir na televisão. A trama acompanha a dualidade entre Kate Wallis (Olivia Holt), a garota popular amada por toda a cidade, e Jeanette Turner (Chiara Aurelia), tímida, nerd e invisível. No verão de 1993, Kate desaparece misteriosamente. Um ano depois, em 1994, ela é encontrada e descobre que Jeanette agora ocupa seu antigo espaço na vida social.

Teria a ex-garota excluída relação com o desaparecimento da ex-garota popular? É essa a questão que a trama do seriado apresenta ao longo de dez episódios, em idas e vindas durante os verões de 1993, 1994 e 1995, em uma construção de roteiro repleta de reviravoltas, e que segue as duas perspectivas das protagonista, tornando impossível saber quem está falando a verdade e quem está mentindo. A fotografia da série aumenta a atmosfera tensa ao deixar claro as mudanças de energia que a pequena cidade fictícia de Skylin sofreu ao longo dos três anos. Além do desenvolvimento complexo das duas protagonistas, os personagens secundários também têm suas histórias construídas em meio às dualidades. A trama possui algumas imprecisões, mas é simplesmente impossível parar de assistir até descobrir o que realmente aconteceu no verão de 1993 e nos anos que o sucederam.

Hometown Cha-Cha-Cha (Primeira Temporada), Netflix/ tvN

Por Debora

Em Homentown Cha-Cha-Cha, disponível na Netflix, encontrei minha fonte de felicidade em 2021. Após assistir Pousando no Amor no início do ano não achei que seria possível encontrar um k-drama que mexesse comigo e me fizesse sentir tantas coisas. Sorte minha que a tvN fez uma ótima escolha em juntar Kim Seon-ho e Shin Min-a, conhecidos como casal “covinhas”, com uma química e sintonia poucas vezes vista em tela, em uma produção com roteiro impecável de Shin Ha-eun.

Na história acompanhamos Yoon Hye-jin (Shin Min-a), uma dentista que vive em Seul e perde o emprego após se recusar a ser antiética. Ela encontra na pequena vila à beira-mar Gongjin uma oportunidade para recomeçar sua carreira e logo de cara conhece o faz tudo da vizinhança, o sempre alegre e disposto Hong Du-sik (Kim Seon-ho), ou, como é mais conhecido, Chefe Hong. Com uma má impressão um sobre o outro logo de cara, afinal ela é a dentista chique e mimada da capital, com gostos incompatíveis para uma cidade pequena onde os moradores são mais como uma grande família do que apenas vizinhos distantes, e ele, aos olhos dela, um homem implicante, com pouca instrução, que não tem comprometimento com uma carreira e leva a vida um dia de cada vez, a parte mais deliciosa e que satisfaz qualquer romântica de plantão é ver a primeira impressão que eles têm um outro ser desconstruída pouco a pouco ao longo dos episódios, conforme eles vão realmente se conhecendo e desvendando as pequenas peças do grande quebra-cabeça que forma uma pessoa.

Além de o roteiro nos presentear com uma ótima construção da relação romântica entre os dois, também somos agraciados com ótimos desenvolvimentos individuais dos protagonistas. O arco de personagem de Hye-jin é daqueles que dá gosto de acompanhar. Entender a personagens aos poucos e descobrir as motivações por detrás de sua timidez, receio em se abrir para os outros e os motivos por estar sempre com armadura erguida é recompensador a medida que a escrita do drama traça um caminho de aprendizado e mudanças na personagem que a fazem mais feliz e deixam sua vida mais plena. De outro lado, a trama de Du-sik levanta uma ótima discussão sobre saúde mental e a importância incondicional de se contar com uma rede de apoio. A atuação memorável de Seon-ho ao retratar de forma complexa e profunda a miríade de emoções e sentimentos que seu personagem atravessa durante a história é digna de nota, apesar do ator ter se envolvido em uma polêmica após o final do k-drama.

Entre as belas imagens das paisagens de tirar o fôlego de Gongjin como pano de fundo, e de pequenos ensinamentos filosóficos ao longo do caminho, vamos nos apaixonando por todos os moradores da vila, cada um com seu aspecto peculiar, e descobrimos que é possível escrever um triângulo amoroso de forma satisfatória, sem prejudicar a trama em prol de picuinhas de fandom, que apresentar um casal que se comunica e dialoga não significa que a produção não terá conflitos e será desinteressante, e que se você “olhar ao redor atentamente, vai perceber que está rodeado de muitas coisas preciosas.”

Loki (Primeira Temporada), Disney+

Por Thay

Quando a Disney comprou a Marvel, ela não estava de brincadeira. Ampliando o universo iniciado nos cinemas, a Marvel Studios tem utilizado suas séries exclusivas no Disney+ para nos fazer ainda mais reféns de suas tramas, tornando quase imprescindível consumir qualquer tipo de conteúdo fornecido por eles para entender o plano maior em que estão trabalhando nos cinemas. E nós, bobinhas, caímos nessa e seguimos fiéis, assistindo tudo o que eles lançam. Loki chega para pavimentar o multiverso iniciado em WandaVision, e nos deixar com várias questões enquanto acompanhamos um Tom Hiddleston impecável interpretando o Deus da Trapaça, correndo por linhas temporais diversas e tentando entender onde foi se meter.

Loki, a série, também funciona como uma grande homenagem às tramas de viagem no tempo, nos deixando ligeiramente confusos em alguns momentos, mas mesmerizados o tempo todo. A verdade é que, em termos de produção, a Marvel Studios é praticamente impecável. O conceito de multiverso é explicado na série, cimentando o que vimos em WandaVision e Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, mas peca um pouco justamente por despejar tantos desses conceitos, truncando um pouco os episódios quando ocorriam essas explanações — porém, nada que atrapalhe consideravelmente o produto final, senão a série não estaria entre as melhores produções do ano. Loki nos entrega seis episódios com um dos personagens mais carismáticos do MCU, interpretado por um Tom Hiddleston perfeitamente à vontade e conhecedor de seu protagonista, cenas icônicas e divertidas, variantes sem papas na língua e um elenco impecável. Owen Wilson está perfeito como Mobius, assim como não há escolha melhor para Sylvie do que  Sophia Di Martino. Loki, já renovada para uma segunda temporada, ainda tem muitas linhas temporais para explorar e, por aqui, ficamos na expectativa para saber em que parte do MCU aterrissaremos em sua próxima aparição.

Made for Love (Primeira Temporada), HBO Max

Por Thay

Eu adoro a Cristin Milioti, e saber que ela é a protagonista de Made for Love foi um grande incentivo para assistir à série. Baseada no livro de mesmo nome escrito por Alissa Nutting, em Made for Love acompanhamos a jornada de Hazel, uma mulher que parece ter tudo: ela vive em uma mansão belíssima e tecnológica, tem tudo ao seu dispor, inclusive um marido apaixonado, e tempo para fazer o que quiser. Mas o que parece um mar de rosas à primeira vista, não passa de uma ilusão.  Byron Gogol (Billy Magnussen) só parece ser o marido ideal, mas ele controla Hazel de todas as maneiras possíveis, inclusive por meio da tecnologia que o transformou em um magnata no Vale do Silício. Recluso e apavorado do mundo exterior, ele impede que Hazel saía de sua mansão, ansioso com o que não pode controlar — inclusive Hazel.

Ainda que Made for Love mergulhe em um universo em que as tecnologias são super avançadas, a produção não se perde e tem sempre os pés no chão ao mostrar o relacionamento extremamente tóxico e abusivo que há entre Hazel e Byron. A série não se esquiva em nenhum momento ao tratar das sequelas psicológicas de Hazel e nem das dificuldades da personagem ao tentar retomar o controle sobre a própria vida. As metáforas da série são claras, e somente quem sofreu na mão de um parceiro extremamente abusivo sabe a dificuldade que é enxergar uma saída, ou luz no fim do túnel.  A primeira temporada de Made for Love tem oito episódios sucintos e deliciosos de assistir, uma tragicomédia com humor ácido, observações inteligentes sobre as relações de poder, e ironias na medida para o mundo cada vez mais conectados em que vivemos. E, é claro, tem Cristin Milioti. Melhor do que isso só uma segunda temporada (já encomendada pela HBO).

Mare of Easttown (Primeira Temporada), HBO Max

Por Paloma

Minissérie da HBO estrelada por ninguém menos de Kate Winslet, Mare of Easttown acompanha a protagonista Mare, detetive de polícia na pequena cidade de Easttown (como já sabemos desde o título) na investigação do sumiço/assassinato de três adolescentes na cidade. Com exceção do fato de ser mulher, a personagem não difere muito de um estereótipo já muito conhecido em séries policiais. Mare é taciturna, grosseira, fechada, workaholic e nada simpática. Mesmo assim, é muito amada e estimada pelos moradores de Easttown.

A série é boa como um todo, mas o primeiro episódio pode afastar quem precisa se conectar com a protagonista para manter o interesse. Ao longo dos sete episódios, entretanto, vamos conhecendo mais sobre a vida e a história de Mare, sua família e traumas, e os episódios (longos) vão assumindo um ritmo mais fluido. Nada fica superficial. Além disso, o caso em torno do qual gira a série (e que se mistura de forma muito natural à vida pessoal da protagonista) é suficiente para prender o interesse até o último segundo. Como uma boa série policial deve ser. Me considero boa em descobrir o final e resolver mistérios ficcionais, mas esse me deixou perdida (no melhor sentido). Mare of Easttown foi aclamada pela crítica, sendo indicada e ganhando vários prêmios. Todos merecidos. É pesada, soturna, redonda e muito bem construída, como pede o gênero. Sustenta bem o suspense até o final.

Nailed it (Quinta e Sexta temporadas), Netflix

Por Karina

Alguém entregue um Emmy para Nicole Byer urgente. A apresentadora de Nailed It ficou apenas mais e mais genial com as novas temporadas do reality show da Netflix. O fato de que a plataforma de streaming resolveu lançar duas temporadas em um mesmo ano só pode significar que algum ser superior existe e está cuidando de nós. Sentar no sofá no fim de um dia terrível e dar play em um episódio de Nailed It é um presente. Nas temporadas 5 e 6 eu cheguei a chorar de tanto rir de participantes totalmente sem habilidades na cozinha criando bolos radioativos.

A 5ª temporada trouxe uma novidade deliciosamente caótica: ao invés dos típicos três participantes por episódio, o reality trouxe três duplas para competirem entre si. Já a 6ª tem como surpresa a participação do ator Jack McBrayer (de 30 Rock) como competidor. O elenco de jurados convidados também está excelente nessas duas temporadas, incluindo June Diane Raphael, Sasheer Zamata, Brian Posehn e Big Freedia.

O Caso Evandro (Primeira Temporada), Globoplay

Por Isabela

O Caso Evandro trata sobre o assassinato do menino Evandro Ramos Caetano, na cidade de Guaratuba (PR), em 1992, e conquistou espaço no audiovisual ao ganhar uma série documental de nove episódios no Globoplay. Além de condensar o vasto conteúdo do podcast Projeto Humanos em uma linguagem de fácil compreensão e que funcione para o novo formato, a série se destacou ao divulgar informações que nem mesmo eram de conhecimento da polícia ou da defesa dos réus. Com fitas obtidas por uma fonte anônima, o criador Ivan Mizanzuk consegue provar que os acusados — Airton Bardelli, Beatriz Abagge, Celina Abagge, Davi dos Santos Soares, Francisco Sérgio Cristofolini, Osvaldo Marcineiro e Vicente de Paula Ferreira — confessaram o crime sob condições de tortura e são, portanto, inocentes.

De maneira sensível e bastante completa, a série traz discussões que tiveram peso na condução e no desfecho do caso, abordando temas como tortura, incompetência policial, esquemas de interesse político, falhas no sistema judiciário e sensacionalismo midiático. É uma produção que se faz notória não somente pela qualidade e pelo brilhante trabalho de investigação, mas também pelo ineditismo no audiovisual brasileiro, deixando claro que o Brasil tem total capacidade de criar ótimos conteúdos sobre crimes reais que realmente possam fazer a diferença.

O Caso Evandro não descobre o que realmente aconteceu com o pequeno garoto paranaense há quase 30 anos e tampouco pode corrigir a série de eventos terríveis que alterou o caminho de várias pessoas de maneira tão cruel, mas liberta sete vidas — algumas que, inclusive, já se foram — do peso da acusação e condenação injustas de um crime que estremeceu o país.

Real Housewives of Salt Lake City (Segunda temporada), Bravo

Por Ana Azevedo

Relações raciais, religiosas, sexuais e de classe em uma série protagonizada por mulheres. Podia ser uma série da HBO, mas é a nova franquia de Real Housewives, o reality show sobre mulheres ricas do Bravo. Salt Lake City, nos EUA , é conhecida como a capital do mormonismo. Quando a cidade foi escolhida para ser o novo cenário de Real Housewives, os fãs ficaram curiosos. Como um reality que envolve tantas coisas, vamos dizer, mundanas pode prosperar em uma cidade tão religiosa? Com o elenco mais diverso de todas as franquias até agora, RHOSLC não deixou a desejar e entregou tudo na primeira temporada.

Nessa temporada, a principal história aconteceu na sua maior parte durante o hiato. Uma das housewives é acusada de fraude e lavagem de dinheiro pelo FBI. Jen Shah filmava junto com as outras mulheres quando a policia federal americana chegou com o mandato de prisão.  Assim começa a segunda temporada de Real Housewives of Salt Lake City. A HBO que lute. Mas por que assistir a um reality de mulheres ricas em uma cidade no meio dos Estados Unidos? Eu também me pergunto isso. Um dia desses eu li um comentário em um vídeo no YouTube que dizia “eu gosto de assistir Real Housewives porque elas falam sobre problemas de gente rica então a gente não precisa se sentir mal por elas”. Talvez seja isso. Talvez seja o reflexo de uma pandemia global onde as pessoas tiveram que ficar em casa recebendo noticias terríveis o dia inteiro e assistir mulheres ricas brigando por coisas fúteis trouxe algum conforto. Eu posso estar colocando um pouco de mea culpa aqui sim, mas eu não estou sozinha. Muita gente no Twitter comentou que começou a assistir as franquias de RH durante o confinamento como forma de distração. Seja qual forem o motivos, elas estão aí. Qual outro programa de TV tem tantas mulheres protagonistas?

Round 6 (Primeira Temporada), Netflix

Por Ana Luíza

Embora a Netflix não tenha o costume de divulgar seus números, 2021 foi o ano em que uma produção coreana alcançou o primeiro lugar no serviço de streaming, desbancando antigas favoritos como Stranger Things e Bridgertons. Não é difícil entender como Round 6 foi capaz de conquistar um público tão grande em um período de tempo relativamente curto, se tornando a série mais vista da Netflix até o momento, mas fazê-lo é também entender o movimento empreendido pela indústria do entretenimento sul coreana, que tem sido bem-sucedida onde muitos países não foram ao exportar suas produções, capaz de ultrapassar barreiras de linguagem, faixa etária e mesmo de gênero.

Round 6 é um exemplo muito claro dessa dinâmica: trata-se de uma série estrangeira que conseguiu obter sucesso até mesmo países em que produções legendadas costumam ser menos atraentes; é destinada para maiores de 18 anos e une, além do drama, o suspense e o terror, dois gêneros que não costumam ser unanimidade. Se a brutalidade do enredo salta aos olhos, em uma mistura macabra em que o infantil se torna sinônimo de morte, a série de Hwang Dong-hyuk vai além, propondo discussões atuais que geram reflexão mesmo fora do contexto sul coreano, mas sem oferecer respostas prontas. É uma série que surpreende, em que os personagens são complexos e, mesmo quando secundários, têm espaço para demonstrar essa complexidade; uma história incômoda e por vezes revoltante e desagradável, mas que vale cada minuto da experiência.

Sex Education (Terceira Temporada), Netflix

Por Marina

Sex Education sempre passou longe de ser uma das minhas séries favoritas da Netflix. Apesar de acompanhar desde o seu lançamento, assistia aos episódios mais motivada pelo sentimento de “quero ver onde isso vai dar” do que de fato por amor pela história e pelos personagens — com exceção da Aimee (Aimee Lou Wood), ela sempre foi meu amorzinho. Eis que a terceira temporada me arrebatou completamente e eu me vi desesperada, porém temerosa, para terminar a série, pois, ao mesmo tempo em que não conseguia parar, eu também não queria que acabasse.

A cada episódio eu me apaixonava mais pelos personagens e tinha a certeza de que a Netflix criou uma das melhores séries teen não apenas do seu catálogo, como da cultura pop. É muito bonito ver a responsabilidade com que o show levanta pautas importantes, ao mesmo tempo que segue leve e divertido, retratando de maneira caricata a adolescência, mas sem tirar a veracidade dos temas e situações. Uma das melhores surpresas do ano, a terceira temporada segue consagrando a série, gerando altas expectativas pro ano seguinte e me fazendo cantar “fuck the pain away” em looping até lá.

Para saber mais: Sex Education, segunda temporada: entre acertos e (alguns) deslizes; Sex Education: um retrato da adolescência.

Shadow and Bone (Primeira Temporada), Netflix

Por Thay

Nada como uma boa fantasia para nos tirar da realidade por algumas horinhas, e Shadow and Bone o faz com maestria. A série da Netflix é baseada em duas séries literárias de Leigh Bardugo: Sombra e Ossos e Six of Crows. A série da Netflix se apropriou do Grishaverse e uniu as duas narrativas em uma, costurando as tramas da obra, transformando-a em um produto ligeiramente diferente para o audiovisual. O resultado é uma série que melhora, e muito, a trama de Sombra e Ossos, que é cansativa em alguns momentos, e nos faz guinchar de emoção com a personificação dos amados personagens de Six of Crows. Em Shadow and Bone acompanhamos a trajetória de Alina Starkov (Jessie Mei Li), uma jovem que cresceu em um orfanato ao lado de seu melhor amigo, Malyen Oretsev (Archie Renaux). Ambos se tornaram parte do exército de Ravka, ela, como cartógrafa, ele, como um dos melhores rastreadores de sua geração. Mas, como essa é uma série de fantasia, Alina guarda um poder adormecido que, quando desperto, chama a atenção do General Kirigan (Ben Barnes), o que mudará a vida da nossa protagonista para sempre.

Do outro lado dessa história temos Kaz Brekker (Freddy Carter), Inej (Amita Suman) e Jesper Fahey (Kit Young), uma adição mais do que bem-vinda à trama de Alina. A duologia Six of Crows é muito melhor em narrativa e desenvolvimento de personagens do que Sombra e Ossos, e isso se reflete nos personagens e seus intérpretes que possuem várias das cenas mais memoráveis da temporada. Shadow and Bone tem uma trama bem amarrada, personagens cativantes e intérpretes que parecem ter nascido para dar vida à essa história. A Alina de Jessie Mei Li é adorável, muito mais amável do que a dos livros, e Archie Renaux, aliado a um roteiro bem trabalhado, consegue até mesmo salvar Mal, que nos livros é simplesmente chato. Eu poderia ficar dias assistindo Kaz, Inej e Jesper na cena com a cabrinha, enquanto o “Fine. Make me your villain.” de Ben Barnes vive na minha mente sem pagar aluguel.

Para saber mais: Grishaverse: representatividade entre sombras e ossos; Sem armadura ou nada: o relacionamento de Kaz e Inej; Shadow and Bone, primeira temporada: o universo épico de Leigh Bardugo com novas camadas.

Ted Lasso (Segunda Temporada), Apple TV+

Por Kelly

Série conforto do momento, Ted Lasso ganhou uma segunda temporada em 2021 e segue arrebatando indicações e corações. Estrelada por Jason Sudeikis e seu bigode, ela acompanha o personagem-título, técnico de um time de futebol americano, tentando treinar um pequeno time de futebol da Inglaterra. Mesmo sem experiência suficiente para comandar uma equipe desse outro esporte e sendo pressionado por vários lados, Ted é puro carisma e otimismo. Com seu jeito “fora da caixinha” para os padrões ingleses ele, aos poucos, contagia até quem não vai com sua cara. O que ele não sabe é que sua contratação faz parte de um plano de vingança elaborado pela própria dona do time, Rebbecca Welton (Hannah Waddingham).

Outra personagem que vale (e muito!) o play na série: Rebecca é uma mulher poderosa, inteligente, linda e dona do AFC Richmond. Magoada com as traições do marido, ela resolve acabar com o que ele realmente se importa: o time de futebol. Ainda que para isso tenha que magoar outras pessoas no caminho. Ao longo da narrativa, ela se dá conta do quanto está deixando a dor comandar suas ações, o que abre espaço para apresentar uma personagem também empática e carinhosa.

Ted Lasso consegue abordar temas densos como saúde mental, sexismo e machismo, entre uma risada e outra, sem errar a mão. E nem é preciso gostar de futebol para se deixar envolver na trama e receber essa dose de serotonina. Basta “acreditar”.

Para saber mais: Ted Lasso e o poder de acreditar

The Day of Becoming You (Primeira Temporada), iQiyi

Por Debora

Depois de explorar o mundo dos k-dramas, neste ano também acabei sendo fisgada pelos c-dramas. Levei sorte com minha primeira escolha porque se tornou um favorito instantâneo. The Day of Becoming You une romance com pitadas de fantasia em uma trama que nos deixa suspirando pelo casal principal, passando nervoso com toda a situação, ao mesmo tempo que arranca muitas risadas com as cenas hilárias.

Yu Sheng Sheng (Liang Jie) é uma jornalista da área do entretenimento e nas horas vagas ela e sua melhor amiga, Tong Hua (Vian Wang), são fãs de carteirinha do boygroup Little Galaxy. Enquanto Sheng Sheng ama Pei Jia Shu (Zhou Shi Yuan) e não vai com a cara do integrante Jiang Yi (Zhang Xin Cheng), sua melhor amiga, por sua vez, ama Jiang Yi e não vai com a cara de Pei Jia Shu, o que proporciona uma dinâmica divertida para a amizade. Por coincidência do destino, a nossa protagonista nasceu no mesmo dia que Jiang Yi, o que a leva a ir em um evento privado apenas para fãs com o objetivo de conseguir uma entrevista exclusiva para o site de notícias para o qual trabalha. Acontece que após entrevistar o astro, uma coisa estranha acontece. Ao ficarem presos em um elevador eles passam por uma experiência de troca de corpo. Agora os dois precisam superar as rusgas e as primeiras más impressões para solucionar essa situação e assegurar que isso nunca mais aconteça.

Essa não parece ser a vontade do destino, entretanto, já que durante esse processo, algo além dos sentimentos de aversão começam a surgir entre eles à medida que os dois passam a se conhecer melhor e desnudar os sentimentos e pensamentos um do outro. Algo que aprendi logo de cara é que se a Coreia do Sul sabe muito bem como trabalhar clichês e nos dar histórias românticas repletas de momentos de angústia, antecipação e cheias de fofura e cumplicidade, a China está em um patamar acima neste quesito. Que delícia foi assistir de The Day of Becoming You e acompanhar os arcos de personagem de Sheng Sheng e Jiang Yi, ele o típico interesse romântico sisudo, fechado e que só abre um sorriso doce e encantador para sua amada; ela, uma pessoa com forte senso de ética, decidida no que quer e empática e paciente o suficiente para quebrar a armadura de Brooding Hero do nosso protagonista.

O desenvolvimento do romance é feito de forma lenta, consistente e de modo que nos prende desde os primeiros episódios. As cenas de troca de corpo proporcionam ótimas gargalhadas, enquanto o romance faz nosso coração acelerar com a química absurda entre o casal e também afundar em uma poça de água com açúcar no chão desejando que um roteirista chinês fosse o encarregado da nossa vida romântica. Além disso, um ponto que me chamou a atenção e agradou muito durante o c-drama foi a abordagem sobre ser fangirl e admirar pessoas famosas. O fato de Jiang Yi ser um idol e estar constantemente sob os holofotes afeta sua personalidade e sua relação com Sheng Sheng, o que é abordado de forma muito real e crível. Ademais, um dos aspectos tóxicos que cercam os fandoms são a crença de que os fãs são “donos” da pessoa admirada ou tem algum direito sobre sua vida, seja em qualquer âmbito, ou o desejam apenas para si. Durante todo o drama, esse assunto é abordado e tanto Sheng Sheng como Tong Hua dão uma aula de como ser fãs saudáveis e que admiram de forma entusiástica, sem cair para o fanatismo, seus ídolos.

Valéria (Segunda temporada), Netflix

Por Giovanna

Valéria foi a série que mais me proporcionou momentos bons de descanso em 2021. A série conta a história de quatro amigas, que vivem em Madri e estão se aproximando dos 30 anos, lidando com as pressões e as questões da vida adulta e caótica. Valéria (Diana Gómez), uma escritora que está publicando seu primeiro livro baseado na sua vida e precisa lidar com a opinião das pessoas envolvidas e com o seu recente relacionamento. Lola (Silma López), uma mulher forte e aparentemente destemida, está lidando com um relacionamento abusivo e com o retorno de sua mãe, que há muitos anos não aparecia. Carmen(Paula Malia), uma mulher alegre e muito doce, passa a competir com seu namorado no trabalho. Nerea (Teresa Riott), uma mulher séria e muito profissional, finalmente conta para a família que é lésbica e precisa se virar sem o apoio financeiro dela.

As histórias individuais de cada uma e a história da amizade delas é contada de um jeito gostoso e muito divertido, uma série perfeita para um momento leve de entretenimento, ao mesmo tempo em que trata de questões muito importantes na vida das mulheres. Pontos extras para o figurino in-crí-vel e para uma produção excelente fora do universo de Hollywood.

Vincenzo (Primeira Temporada), Netflix/tvN

Por Thay

Ah! Por onde começar a escrever sobre Vincenzo? O drama sul-coreano que tem um mafioso como protagonista poderia dar muito errado, mas o resultado de seus vinte episódios é uma produção divertida, instigante, coesa e que te deixa vidrado na tela do começo ao fim. No k-drama, Song Joong-Ki é Vincenzo Cassano, um advogado (e consigliere) da máfia italiana que retorna para Seul após ser traído por membros de sua família depois da morte de seu patriarca. Quando chega em Seul, Vincenzo decide recuperar 1.5 tonelada de ouro que ajudou um magnata chinês a esconder no porão do Geumga Plazza, um edifício híbrido de moradias e pequenas lojas e escritórios, mas ele não imaginava se ver dentro de uma trama muito maior envolvendo multinacionais, corrupção e um vilão que é basicamente um lobo em pele de cordeiro.

A questão é que o Geumga Plazza está na mira do Grupo Babel que quer demolir o edifício e construir uma torre enorme e moderna do lugar, mas para isso precisa encontrar meios de despejar os moradores e locatários do edifício. Vincenzo, enquanto isso, quer apenas reaver seu ouro, mas se vê cada vez mais envolvido nos dramas do pessoal do Geumga Plazza — o que é potencializado quando a advogada Hong Cha-young (Jeon Yeo-been) entra na jogada. A princípio Vincenzo não quer se envolver nos dramas das outras pessoas, mas se vê desenvolvendo laços de carinho com todos, mesmo mantendo sua pose de mafioso durão por fora. Vicenzo é um k-drama delicioso de assistir e cada episódio, por mais longo que seja, passa voando de tão imersível que é a trama da história criada pelo diretor Kim Hee-won e o roteirista Park Jae-Bum.

Para além do carisma de Song Joong-Ki e Jeon Yeo-been, que possuem o timing perfeito tanto para a comédia quanto para o romance, a trama é arrebatadora e todos os personagens nos despertam emoções — para o bem ou para o mal. O que dizer de Ok Taec-yeon interpretando Jang Jun-woo que vai de zero à cem num piscar de olhos, passando todas as emoções de seu personagem em um estalar de dedos? Kwak Dong-yeon como o diretor deslumbrando do Grupo Babel é simplesmente perfeito, alguém que você quer esganar em um primeiro momento para, no momento seguinte, querer colocar num potinho e proteger de todo o mal. O ódio que sentimos de Choi Myeong-hee é mérito da atriz Kim Yeo-jin, que faz uma advogada insuportável que receberia sombrinhadas das senhorias na rua se Vincenzo fosse ao ar no horário nobre da TV brasileira. Im Chul-soo interpretando Ahn Gi-seok, um investigador da polícia infiltrado no Geumga Plazza, me dava dez anos de vida a cada vez que puxava o bloquinho do fã-clube do Vincenzo.

E o Vincenzo de Song Joong-Ki, é claro, um deleite à parte. As dualidades do personagem, seu código moral, suas condutas com a máfia e seu jogo duplo para vencer suas batalhas são perfeitamente colocadas à prova por seu intérprete. O slow burn e as dinâmicas com Cha-young são maravilhosas e eu simplesmente vivo por qualquer cena em que ela faz com que Vincenzo, um membro da máfia italiana que já matou pessoas somente porquê sim, segure suas bolsas de grife. O k-drama investe no plot twist mas, mesmo assim, eles acontecem de maneira orgânica e com sentido para a trama, não somente para causar choque. Espere por ótimas cenas de luta e Vincenzo sendo impecável, seja usando ternos feito sob medida pelo famoso alfaiate italiano Booralro, que somente Cha-young, além dele, parece conhecer, ou um hanbok branco. Vincenzo é tudo.

WandaVision, Disney+

Por Ana Luíza

Primeira série do Universo Marvel lançada pela Disney+, WandaVision é também a produção mais complexa e ambiciosa da Casa de Ideias — e, talvez por isso, seja tão difícil falar sobre ela. Em nove episódios, com cerca de 30 minutos cada, a série consegue explorar questões como amor, luto e pertencimento a partir da trajetória de dois personagens em que essas experiências são fundamentais, mas que até então não haviam tido tempo suficiente para desenvolvê-las de forma satisfatórias. Ao mesmo tempo, a série brinca com gêneros e épocas, homenageando a televisão estadunidense de forma verdadeiramente divertida sem, no entanto, perder de vista o quanto essa homenagem faz sentido dentro do contexto específico dos personagens; em WandaVision não há ponto dado sem o respectivo nó.

Mais uma vez, Elizabeth Olsen brilha no papel de Wanda Maximoff: a atriz borra as linhas que separam ator a personagem, tornando-as uma só, navegando entre a comédia e o drama com uma desenvoltura ímpar e nunca nos permitem esquecer porquê ela é uma das atrizes mais talentosas de sua geração. Olsen, no entanto, não é a única: do seu par romântico às crianças, passando pelas talentosíssimas Teyonah Parris e Kathryn Hahn (intérpretes de Monica Rambeau e Agatha Harkness, respectivamente), todo o elenco demonstra tanto comprometimento quanto talento, tornando a experiência de assistir WandaVison única, e a série, uma das mais memoráveis do ano.

Para saber mais: Uma celebração da TV e um estudo sobre o luto: a jornada ambiciosa de WandaVision

You are my Glory (Primeira Temporada), Tencent Video

Por Debora

You Are my Glory é um c-drama que mostra de forma gloriosa (tive que fazer este trocadilho, perdão) o romance entre Qiao Jingjing (Dilraba Dilmurat) e Yu Tu (Yang Yang). Em um slow burn delicioso acompanhamos a história dos dois por 32 episódios, de em média 30 minutos cada, que começa ainda na escola, quando Jingjing já era apaixonada por Yu Tu. Ele por sua vez, sendo o garoto mais inteligente da escola, não tinha interesse em namorar e acaba rejeitando a declaração da protagonista. Anos mais tarde, eles se reencontram por um acaso do destino. Jingjing se tornou uma atriz e influenciadora, que endossa um jogo de celular chamado Honor of Kings, mas ela não é muito boa em jogar e é exposta nas redes sociais. Para contornar a crise de imagem, ela precisa se tornar expert no jogo para participar de uma batalha que será transmitida ao vivo. Com isso, ela vai atrás de um professor e descobre que Yu Tu, agora um engenheiro espacial, é um dos melhores jogadores do jogo para celular.

Com o reencontro, eles se reaproximam e começam a reaprender as peculiaridades um do outro, ao mesmo tempo que ressignificam o passado, especialmente Yu Tu. Toda a construção do relacionamento dos dois é tão bem escrita, de uma delicadeza e sensibilidade tão grande, que a cada fim de episódio só me restava suspirar e dar play o mais rápido possível no seguinte. Alternando o cenário entre tramas envolvendo a corrida espacial chinesa com a rotina de uma celebridade (acredite ou não, o roteiro se sai muito bem trabalhando essas duas tramas tão distintas), vamos presenciando o nascimento de um relação repleta de companheirismo, apoio na vida pessoa e profissional e uma sintonia tão absurda entre os atores que não me recordo de já ter visto nas telas. Se você ama romance, com casais que conversam, são tão confortáveis um com o outro que amam provocar um ao outro, e são o puro suco do tropo “domésticos” esse c-drama é para você.

Young Royals, (Primeira Temporada) Netflix

Por Anna Carolina

Young Royals é uma série sueca cuja primeira temporada estreou em 2021 na Netflix. A trama não é nada muito diferente do que algumas outras séries e filmes adolescentes já nos apresentaram: um dos príncipes da família real se envolve em uma briga que chama a atenção da imprensa e, como parte do projeto para recuperar sua imagem e a confiança na família real sueca, o jovem Wilhelm (Edvin Ryding) é enviado a um colégio interno no interior do país. Apesar de se tratar de uma escola de elite, alguns alunos com menor poder aquisitivo também estudam na escola tradicional, que inclusive já recebeu o irmão mais velho de Wilhelm, um dos suportes mais fiéis do jovem.

Obviamente, na escola existem tensões relacionadas às diferenças de classe entre os alunos e tudo mais que as escolas podem oferecer para movimentar a trama: festas, relações de amizade, questões de pertencimento e sucesso dentro do sistema escolar. Até aí, nada de novo. Mas o que diferencia a série de outras é que o romance adolescente — outro item básico em séries para o público jovem —  é entre o membro da realeza e um plebeu, e não uma plebeia. Logo no momento em que vê Simon (Omar Rudberg), Wilhelm se sente atraído pela voz principal do coral da escola. De forma rápida, mas sem perder a delicadeza, o romance vai se desenvolvendo cuidadosa e sutilmente, dando tempo para que Wilhelm se entenda e perceba o que quer diante de Simon, um garoto mais experiente, que já entende a própria sexualidade e que não tem medo de demandar o afeto que sabe que merece.

Um romance entre dois garotos ainda é raro, mas não é só isso que torna a série especial. Apesar da diferença de classes e dos problemas sociais que os cercam, a realeza não é romantizada e nenhum dos obstáculos para os protagonistas são tratados de forma dramática demais, já que a série soluciona tudo com leveza e praticidade, mas sem deixar de lado as emoções. Entre o casal, a sutileza que vai se mostrando no crescente afeto que nasce entre os dois, e até mesmo a sinceridade e abertura para o diálogo que existe entre eles se destaca bastante e a relação, apesar de jovem e ainda em progresso é bastante saudável e responsável, o que acaba fazendo de Wille e Simon um bom exemplo de como lidar com sentimentos de forma madura — mesmo que ambos ainda sejam adolescentes.

A construção tão delicada e o entendimento dos sentimentos e de si mesmo que cada personagem tem provavelmente se deve à direção de Rojda Sekersöz e Erika Calmeyer. A criação e os roteiros são também assinados por uma equipe majoritariamente feminina e nota-se o esforço para mostrar uma adolescência bem natural e plural: existe origens, tons de pele e tipos de corpos diversos entre o elenco, e os jovens atores não são super produzidos, o que faz com que nos vejamos nas peles e corpos imperfeitos (o que é absolutamente normal) e nas espinhas — mesmo que já não sejamos mais adolescentes. As amizades entre os personagens vão se consolidando de maneira bem espontânea, que lembra bem mais a nossa realidade escolar que a maioria do conteúdo estadunidense — que é o que costumamos consumir majoritariamente. Outro destaque vai para a relação de amizade e o desenvolvimento das personagens femininas secundárias, que experimenta passar por caminhos fora de competição e rivalidade entre meninas. Até mesmo o vilão da série tem seus motivos coerentes para ser como é, embora ainda assim cometa injustiças. Ao fim dos sete episódios tão coesos, diretos e sensíveis, ficamos ansiosos para a segunda temporada, já confirmada para 2022.

Yumi’s Cells (Primeira Temporada), TVING

Por Julie

Procurando algo leve e divertido para assistir? Então vá de Yumi’s Cells que não vai ter erro! A primeira temporada do k-drama inspirado no webtoon de mesmo nome (excelente, por sinal) nos apresenta Yumi (Kim Go-Eun), uma mulher comum de 32 anos, e a rede de células responsável por manter sua mente e corpo funcionando. Cada ser humano possui sua própria estrutura e a de Yumi tem suas particularidades: a célula da Fome, por exemplo, é enorme, já que ela adora comer e ama conhecer restaurantes. Já a célula do Amor, que é a principal de Yumi, está em coma desde o término doloroso de seu último relacionamento.

A ideia de adaptar a história para um live-action era algo que como leitora do webtoon, me deixava em dúvida se iria funcionar. Felizmente, o drama conseguiu fazer com que o mundo das células funcione muito bem no audiovisual ao inseri-las como animação, o que preservou a proposta e o humor dos quadrinhos. É, inclusive, esse novo formato de enxergar nossas emoções e nossa complexidade como seres humanos que faz Yumi’s Cells ser uma produção tão única no universo dos k-dramas. Outro destaque é o elenco, fruto de um elenco excelente, e a trilha sonora com artistas do k-pop ao indie coreano.

1 comentário

  1. Como sempre, uma seleção afiadíssima! Eu li os dois primeiros livros de Shadow and Bone enquanto assistia a primeira temporada da série em um ritmo mais lento. E concordo que a adaptação conseguiu dar mais personalidade à alguns personagens, como a própria Alina (que nos livros às vezes cai naquele lenga-lenga de protagonista resumida a triângulo amoroso) e o próprio Mal.

    Young Royals pra mim tem um brilho próprio, que me lembrou muito a direção de Skam também, e esse cuidado com um elenco que realmente parece adolescente, com corpos reais. É impressionante como as séries que fogem do escopo norte-americano entregam MUITO mais nesse quesito!

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