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Quebrando barreiras: a luta das mulheres pela inclusão no UFC

O UFC, ou Ultimate Fighting Championship, é um evento mundialmente famoso de artes marciais mistas (MMA). É conhecido por sua brutalidade, mas também por seus atletas excepcionais. No entanto, por muitos anos, o UFC foi um esporte dominado por homens, com poucas oportunidades para mulheres. Neste texto, vamos explorar por que as mulheres não participavam do evento, por que elas passaram a lutar no UFC depois de muito tempo, por que há poucas mulheres nos cards comparados com os homens nas lutas e onde Dana White entra nessa história.

Por que as mulheres não participavam do UFC?

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Para entender por que as mulheres não participavam do UFC, é preciso olhar para a história do esporte em geral. A maioria das sociedades historicamente excluiu mulheres de esportes e atividades físicas, afirmando que as mulheres não eram fisicamente capazes ou não deveriam ser expostas a situações violentas. Isso foi especialmente verdadeiro no mundo das artes marciais, que era vista como um esporte de homens. A cultura do machismo que permeava muitas artes marciais e eventos de MMA tornava ainda mais difícil para as mulheres participarem.

O UFC, em particular, foi considerado um esporte brutal e violento, com poucas regras. Muitos acreditavam que a luta era muito perigosa para as mulheres e que elas não deveriam participar de algo tão violento. Além disso, o UFC foi inicialmente projetado para um público masculino, o que significa que havia pouco interesse em incluir mulheres no esporte.

No entanto, algumas mulheres começaram a quebrar as barreiras de gênero nas artes marciais mistas, demonstrando que as mulheres eram tão capazes quanto os homens. Lutadoras pioneiras, como Erica Montoya, Megumi Fujii e Gina Carano, abriram caminho para outras mulheres que queriam competir no esporte. Essas lutadoras começaram a ganhar fãs e a atrair a atenção dos promotores do esporte.

Em 2007, o Strikeforce, outra organização de MMA, realizou a primeira luta de MMA feminina televisionada nos Estados Unidos, com Gina Carano e Elaina Maxwell. A luta foi um grande sucesso e ajudou a aumentar o interesse das mulheres nas artes marciais mistas.

A entrada das mulheres no UFC

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Apesar do sucesso das lutadoras de MMA, foi só em 2012 que o UFC permitiu que as mulheres competissem em suas lutas. O UFC contratou Ronda Rousey, uma lutadora invicta de judô que se tornou a primeira campeã feminina de peso galo do UFC. Sua entrada no UFC foi um grande marco na história do esporte e ajudou a mudar a percepção das mulheres nas artes marciais mistas.

Com a entrada de Rousey no UFC, outras lutadoras foram contratadas, como Miesha Tate, Cat Zingano e Cris Cyborg. O sucesso das mulheres no UFC ajudou a provar que elas eram tão capazes quanto os homens de competir no esporte.

Por que há poucas mulheres nos cards comparados com os homens nas lutas de UFC?

No entanto, mesmo depois da entrada das mulheres no UFC, ainda há poucas mulheres nos cards comparados com os homens. Isso pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo a falta de oportunidades e patrocínios para as lutadoras, bem como o machismo arraigado no mundo das artes marciais.

As mulheres também enfrentam desafios adicionais, como a pressão para se encaixar em estereótipos de gênero e a dificuldade em encontrar treinadores e parceiros de treino adequados. Além disso, o UFC muitas vezes coloca as lutas femininas no início do card ou em eventos menores, o que significa menos exposição e menos oportunidades de destaque.

No entanto, apesar desses desafios, as lutadoras continuam a provar que são tão capazes quanto os homens de competir no UFC. Mulheres como Amanda Nunes e Valentina Shevchenko têm se destacado e ganhado fãs em todo o mundo com suas habilidades impressionantes.

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Onde Dana White entra nessa história?

Dana White é o presidente do UFC e é frequentemente apontado como uma figura chave na entrada das mulheres no esporte. No entanto, sua relação com as lutadoras tem sido controversa ao longo dos anos.

Em 2013, Dana White disse em uma entrevista que as mulheres nunca lutariam no UFC, afirmando que “nunca haveria uma mulher no UFC porque elas não são lutadoras de verdade”. No entanto, apenas alguns meses depois, ele contratou Ronda Rousey e começou a promover lutas femininas no UFC.

Desde então, Dana White tem sido criticado por sua abordagem em relação às lutadoras femininas. Ele já foi acusado de subestimar as habilidades das lutadoras e de não dar a elas a mesma atenção e exposição que os lutadores masculinos recebem. Além disso, ele foi criticado por fazer comentários sexistas sobre as lutadoras, como quando disse que a lutadora Miesha Tate parecia uma “porn star” (estrela pornô, em tradução livre).

No entanto, apesar dessas críticas, é inegável que a entrada das mulheres no UFC foi um marco importante na história do esporte. As mulheres provaram que são tão capazes quanto os homens de competir no UFC e continuam a quebrar barreiras de gênero no mundo das artes marciais.

Em resumo, a história da entrada das mulheres no UFC é um exemplo de como as mulheres lutam para serem reconhecidas e incluídas em esportes e atividades físicas historicamente dominados por homens. As barreiras de gênero, o machismo e a falta de oportunidades continuam a impedir a participação das mulheres no UFC e em outros esportes de luta. No entanto, as lutadoras continuam a desafiar essas barreiras e a provar que são tão capazes quanto os homens de competir no esporte. A inclusão das mulheres no UFC é um marco importante na história do esporte e deve ser celebrada como tal, enquanto continuamos a lutar por uma maior inclusão e equidade para as mulheres no mundo das artes marciais.