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Adaptações literárias: a mesma narrativa em formatos diferentes

É uma verdade universalmente conhecida que sempre que uma adaptação literária é anunciada, a internet irá transbordar com o comentário “esperem que não mudem a história”. Uma verdade ainda maior é que a mudança vai existir e será durante criticada. Ao mesmo tempo que o público deseja ver a obra literária nas telas, ele é extremamente apegado e purista com a adaptação — uma ironia em sua essência, uma vez que a obra literária está sendo transportada para uma mídia distinta, como é o caso do audiovisual.

Entretanto, existem alguns fatores para que essas mudanças sejam feitas além da particularidade de cada formato, como o público e o aspecto financeiro.

Do ponto de vista financeiro, por exemplo, a maioria, senão todas, as escolhas criativas feitas pela indústria audiovisual são feitas com base no lucro. Quantos e quais atores podem ser contratados? Quais locações cabem no orçamento? Quantas diárias são necessárias para gravar uma única cena? O dinheiro é uma questão central em uma produção e pode nortear escolhas criativas, o que pode levar a alterações nas histórias. Isso não quer dizer que mais ou menos dinheiro garantirá a qualidade de uma produção, tampouco se ela será mais ou menos fiel ao material original — não sem levar em consideração outros fatores.

Se na literatura o recurso utilizado é, puramente, o texto, no audiovisual o texto é materializado pela imagem e pelo som. Assim, enquanto no livro cinco páginas podem ser necessárias para descrever um cenário, uma cena de 30 segundos pode ser suficiente para mostrá-lo. Se uma ida ao trabalho é descrita em longos parágrafos, essa cena pode ser montada em vários cortes, tornando-se muito mais ágil. Diálogos rendem cenas de segundos ou são limitados a mensagens de textos. Além disso, enquanto no livro a história é medida pela quantidade de páginas, no audiovisual ela é medida pelo tempo: filmes de duas horas, séries com episódios de 50 minutos. Formatos e tempos diferentes exigem mudanças para que a história seja contada. Ainda assim, de forma isolada, o formato tampouco define a qualidade de uma adaptação.

Há, ainda, o público que, no caso de uma obra literária, são, naturalmente, os seus leitores. Ao adquirir os direitos de uma obra, no entanto, uma produtora ou estúdio não foca apenas no público que já conhece a obra em questão. Mais uma vez, o lucro fala mais alto: não se trata de alcançar quem já conhece a história, mas também quem não se interessou pela experiência literária. É importante, portanto, que a obra audiovisual alcance dois públicos distintos e entenda quais são seus interesses.

Quando esses três fatores se unem, a produção pode de fato acontecer — momento em que as mudanças começam a acontecer. E muitas delas não são ruins. A literatura não cabe, e nem deveria, no audiovisual. Mudanças podem ser muito muito positivas: é possível citar, por exemplo, livros escritos no começo dos anos 2000, em que corpos eram retratados dentro de um determinado padrão que o olhar crítico atual já não tolera. Além disso, personagens secundários podem ganhar maior espaço, conflitos existenciais podem ser melhor desenvolvido e novos pontos de vista podem ser explorados: as variáveis são diversas, trazendo possibilidades de expandir e aprofundar esses narrativas.

Adaptações literárias: 2000-2010

Naturalmente, mudanças não são uma garantia de adaptações bem feitas. Os anos 2000, em particular, foram marcados pela adaptação de sagas de fantasia. Harry Potter (2001-2011) e O Senhor dos Anéis (2001-2003) tiveram seus primeiros filmes lançados com poucas semanas de diferença e abriram portas para um período particular do cinema, com o feito de introduzir universos complexos em poucos minutos de tela para qualquer espectador.

No caso de Harry Potter, os primeiros filmes se assemelham bastante aos livros, com diálogos sendo transpostos acrescidos do carisma do elenco infantil, e com acontecimentos adaptados de forma dinâmica para a tela. Em uma década, no entanto, a saga teve quatro diretores diferentes, cada um com sua própria visão da história. Assim, conforme os anos passaram e mudanças aconteceram, os últimos filmes se tornaram mais interessantes para quem acompanhou a saga apenas pelo cinema, enquanto os leitores não ficaram satisfeitos com as versões cinematográficas.

Também em meados dos anos 2000, As Crônicas de Nárnia (2005-2010) decidiu seguir por outro caminho, iniciando sua adaptação pelo segundo livro, o que o levou a adaptar apenas três das sete histórias da saga, focadas apenas no núcleo dos irmãos Pevensine. Por um lado, por se tratar de personagens mais constantes nos livros, fazia sentido focar na perspectiva deles. Por outro, com essa escolha, perdeu-se a oportunidade de contextualizar e explorar mais do universo de Nárnia e, com isso, a adaptação não chegou a uma conclusão, deixando diversos elementos, personagens e narrativas de fora.

Em 2010, a primeira — e rejeitada — adaptação de Percy Jackson (2010-2013) chegou aos cinemas. Unindo a descaracterização dos personagens, um elenco mais velho do que o original e alterando acontecimentos chave, a franquia foi encerrada no segundo filme. Atualmente, a Disney comprou os direitos para adaptar os livros em formato de série, a ser lançada pelo seu streaming. A série recebeu as primeiras críticas do público ao escalar Leah Jeffries, atriz negra, para o papel de Annabeth, o que logo foi rebatido por Rick Riordan, autor da série de livros, que afirmou que a personagem é mais do que os cabelos loiros descritos nos livros, que sua personalidade é o mais importante e que, anos depois da publicação dos livros, era necessário rever que corpos estavam representados em suas histórias.

No meio do caminho, duas histórias se destacam: Crepúsculo (2008-2012) e Jogos Vorazes (2012-2015). Crepúsculo, o primeiro filme, chamou a atenção para a chuvosa e pacata Forks, a família Cullen, o fascínio de Bella (Kristen Stewart) por Edward (Robert Pattinson) e o universo dos vampiros. O filme foi sucesso entre o público e, apesar das críticas maldosas, a saga seguiu firme pelos anos seguintes, arrecadando altas bilheterias. Com o olhar distante daquela época, é possível reconhecer o bom trabalho de transpor mais de 500 páginas para duas horas de filme, sempre com a essência dos personagens, amarrando os acontecimentos principais.

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Jogos Vorazes foi outro grande sucesso e uma das principais referências no que diz respeito a adaptações cinematográficas. Os livros são conhecidos pelo olhar crítico e complexo para a sociedade, criando uma cenário horrível, não tão distante da realidade quando falamos sobre jogos de poder e desigualdades. O sucesso da adaptação se deu, mais uma vez, pela manutenção de elementos essenciais, o desenvolvimento aprofundado de personagens e um ótimo trabalho de casting (nomes como Sam Caflin e Jena Malone são destaques inesquecíveis), aliado à divulgação dos filmes. É impossível não lembrar dos cartazes de caracterização dos distritos e personagens, um grande momento para a internet. O grande sucesso na época tornou altas as expectativas para a adaptação de A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, com lançamento previsto para 2023, a ser conduzida pela mesma equipe criativa de Em Chamas, a adaptação favorita do público.

Ao olhar para esses filmes, é possível ver que os mais aclamados foram aqueles que tiveram equipes criativas que trabalharam em cima do material, geralmente com o apoio dos próprios autores, sem medo de ousar, alterar e encontrar novas possibilidades para essas histórias. Após o auge dessas adaptações, contudo, veio a decadência, afinal, era um grande desafio continuar a condensar essas histórias. Assim, boa parte da segunda metade dos anos 2010 foi preenchida com adaptações rejeitas pelo público ou consideradas medianas, como A Culpa é das Estrelas (2014), Simplesmente Acontece (2014), Cidades de Papel (2016), Como Eu Era Antes de Você (2016) e Extraordinário (2017). Também foi uma época de adaptações na televisão, que partiram do mais básico dos textos originais: The Vampire Diaries (2009-2017), Pretty Little Liars (2010-2017), Gossip Girl (2007-2012), Game of Thrones (2011-2019), entre outras — séries que fogem das comparações em relação ao texto original justamente por se afastarem desse lugar.

Anos 2020, streaming e perspectivas futuras

Os anos 2020 trouxeram uma nova fase de adaptações que acredito serem mais promissoras: minisséries de televisão voltadas para os serviços de streaming. O mais favorável desse formato é a questão do tempo, uma vez que 10 episódios de uma hora permitem maior aprofundamento do que um filme de duas horas. Além disso, se o streaming lançar os episódios semanalmente, ainda é possível manter as adaptações em alta por semanas a fio.

Outro fator que essas adaptações têm em (des)vantagem às décadas anteriores é a própria internet, em específico o fenômeno do booktok. Uma comunidade que cresce rapidamente, com conteúdos sobre literatura para todos os gostos, em um tempo em que a informação corre rapidamente, esses criadores de conteúdo são os primeiros a apontarem para diferenças e semelhanças entre adaptações e materiais de origem — e trazer críticas cruéis para as redes sociais. É impossível negar o impacto dessas comunidades no cenário da literatura atual — basta olhar o espaço dedicado aos “Indicados/Favoritos do TikTok” nas grandes livrarias —, de modo que as primeiras análises, críticas e comparações partem desses lugares.

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Ainda que Big Little Lies (2017-2019) e Sharp Objects (2018) pertençam, oficialmente, à década de 2010, é impossível pensar nesse novo momento da televisão sem pensar em ambas as séries, especialmente sendo produções da HBO que, ao longo dos anos, se mostrou casa de produções impecáveis. Além disso, as duas séries abriram caminho para adaptações de livros adultos, com mais tensão, complexidade de personagens e reviravoltas, se colocando em grandes categorias de premiações televisivas (antes disso, a trilogia de O Senhor dos Anéis, por exemplo, já havia contabilizado 17 Oscars, sendo 11 deles apenas com O Retorno do Rei).

Big Little Lies, no entanto, trouxe para a televisão um elenco de peso, a adaptação de um best-seller e uma produção encabeçada por um grande estúdio. O maior erro da adaptação foi continuar com uma segunda temporada que não tinha motivos para existir. Ao optar por um final que não conclui a história de Celeste (Nicole Kidman) como o livro, resolvendo a questão de quem matou Perry (Alexander Skarsgård) e encerrando a busca de Jane (Shailene Woodley) pelo pai do seu filho, a série se abriu para uma segunda temporada sem um texto base e com a intenção de explorar personagens que já tinham suas narrativas encerradas — e, afinal de contas, uma boa história é aquela que sabe colocar um ponto final. Desse modo, após ser favorita nas premiações de 2018, a série foi criticada negativamente em 2019.

Em 2020, Little Fires Everywhere tornou-se minissérie com ousadia para mudar detalhes e, graças a essas escolhas, deixar a história mais forte do que antes. A começar por trazer Mia (Kerry Washington) e Pearl (Lexi Underwood) como mulheres negras; mais uma contraposição entre as personagens de Elena (Reese Whiterspoon) e a família Richardson, e aprofundando o conflito entre as duas personagens. Outra diferença importante é a relação entre Izzy (Megan Stott) e a mãe, uma vez que, no livro, a dificuldade da relação entre as duas se dá por um momento após o nascimento de Izzy, em que Elena tem muito medo de que a filha se machuque, o que a leva a ser, ao longo da vida, extremamente controladora.

A série, porém, traz um cenário real para muitas mulheres: Elena engravida pela quarta quando está retomando a carreira e começa a ter uma vida além da maternidade. Com uma nova gravidez, isso significa deixa tudo de lado mais uma vez, levando-a a se ressentir da filha pelo resto da vida. Essas e outras mudanças possibilitaram o aprofundamento de conflitos entre núcleos de personagens, deixando a trama mais explosiva e o final mais arrebatador do que o do livro. Em uma opinião pessoal, esse é um ótimo exemplo de adaptação que conseguiu melhorar a história original.

No mesmo ano, Normal People estreou como um acalento para os puristas de adaptações, sendo uma cópia quase perfeita das páginas para a tela — e, aclamada pelo público e pela crítica, levou muitas pessoas a se interessarem pela experiência literária (essa escritora inclusa). As atuações de Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal são únicas e nos conectam com a complexidade de seus personagens, mas não são capazes de trazer o que só é possível de existir na escrita de Sally Rooney: as confusões entre fluxos de consciência, diálogos e enredo. A marca da escritora é uma prosa fluida, que não diferencia esses momentos, nos levando a uma imersão completa, de forma que só é possível sentir através da materialização da palavra.

A minissérie, por mais que tenha transposto a maior parte dos diálogos palavra por palavra, não existe de forma tão primorosa. Existem cenas silenciosas, contemplativas e que, quando vistas lado ao lado do livro, se encaixam em suas camadas. É um exemplo de como diferentes mídias conseguem (ou não) comunicar a mesma histórias de formas diferentes.

Bridgerton, por sua vez, trouxe personagens conhecidos e queridos em corpos diferentes daqueles descritos nos livros lançados em meados dos anos 2000. Assinada por Shonda Rhimes, a produção trouxe diversidade de atores em papéis que sempre foram (e continuam sendo) ocupados por pessoas brancas, o que levou a algumas críticas, especialmente do público, que foram rapidamente rebatidas: é preciso termos diferentes corpos representando riqueza, beleza e prestígio. Essa não foi a única mudança — ou a falta delas, quando necessário — em relação aos livros, que focam em um irmão por vez. A série soube equilibrar narrativas de cada um dentro de uma trama maior, aumentando e diminuindo seu tempo de tela quando necessário, adiantando revelações importantes em prol do ritmo da narrativa e alterando a ordem da história de Colin (Luke Newton) e Penelope (Nicola Coughlan).

Entre todas as mudanças, essa foi a crítica mais brutal do público, que a acusou a produção de desrespeitar o público leitor e o trabalho da escritora. Mais uma vez, é preciso ver como o texto foi transposto e entender que, enquanto série, foi uma decisão acertada, uma vez que o espectador já entendeu a dinâmica de amizade/flerte do casal, viu os desencontros e sabe que Penelope é Lady Whistledown — um importante detalhe para o desenvolvimento do romance. Prolongar a história deles por mais uma temporada seria enrolar o espectador, ao mesmo tempo que ainda não se tem material suficiente para adentrar a história de Benedict (Luke Thompson).

Em 2021, a Netflix lançou Shadow and Bone, adaptação da trilogia Shadow and Bone e da duologia Six of Crows, ambas escritas por Leigh Bardugo, e na série unidas em uma única linha temporal. Com uma primeira temporada de diferentes núcleos, questões e desenvolvimentos que vez por outra se cruzam para depois se bifurcarem, a única certeza é a de que tudo está interligado. Os livros de Badurgo apresentam um universo complexo, com mitos, lendas, hierarquias e jogos de poder, além de muitos personagens, ao ponto de precisarmos de um mapa mental para lembrarmos de onde cada um veio e para onde está indo. Para além do aspecto fantástico, suas histórias também trazer o elemento humano, com personagens extremamente reais e falhos que fazem com que o público se insira rápido e facilmente em seu universo — um grande feito da série que só é possível com a decisão criativa de embarcar em todas as histórias de uma só vez.

Por fim, a mais recente e comentada adaptação, Daisy Jones and The Six (2023). De maneira geral, os livros de Taylor Jenkins Reid, autora do livro no qual a minissérie é baseada, causam discussões acaloradas. Assim, era de se esperar que a adaptação fosse assunto de tantas conversas quando estreasse, a começar pelo casting de Sam Caflin (ele de novo), Riley Keough, Suki Waterhouse, Camila Morrone, Will Harrinson, Sebastian Chacon e Josh Whitehouse, junto a um ótimo trabalho de divulgação, com fotos da banda e a gravação do álbum Aurora — estratégia semelhante à de Em Chamas.

Antes de sua estreia no streaming da Amazon Prime Video, a crítica já havia comentado que a história tinha passado por alteração e que, em sua maioria, tinham sido ótimas para expandir e aprofundar a história — o que devemos esperar de qualquer adaptação que se preze por se debruçar no texto original.

Embora o ritmo dos primeiros episódios seja mais lento, Daisy Jones and The Six logo se encontra: as músicas são viciantes e é fácil se importar com personagens que no livro parecem desimportantes. Mais tarde, ao compará-lo com o livro, pude confirmar que sim, foi um ótimo trabalho de adaptação. Misturar as ações de Rod (Timothy Olyphant) com as de Teddy (Tom Wright) foram importantes para o tempo de tela de Teddy e para entendermos que ele trazia equilíbrio para a dinâmica de Billy (Sam Caflin) e Daisy (Riley Keough). Colocar Camilla (Camila Morrone) em um lugar para além da esposa de Billy, abrindo espaço para que todas as decisões tomadas por ela fosse para ela (”Billy, você acha que eu vim para LA para ficar com você? Acha que eu vim atrás de você? Eu vim por mim, porque eu queria estar aqui.”). Expandir Eddie (Josh Whitehouse) para alguém que fizesse algo mais do que torcer o nariz para Billy, tornando-o alguém que desejava mais do que podia, acrescentando sua paixão por Camilla, vendo em Billy tudo o que ele queria ter, permitiu ao público ter empatia e validar sua rivalidade. Além disso, Simone (Nabiyah Be) ganhou uma narrativa para além de ser a amiga que salva Daisy, sendo uma personagem com desejos e angústias, contando a história de uma mulher negra e queer no cenário musical dos anos 70. O mais forte: construir narrativas para cada personagem ter um motivo para sair da banda, deixando que o fim fosse ditado não por Billy e Daisy, mas por cada um de seus membros.

Sim, a série deixa a desejar na estrutura das entrevistas e dos diferentes pontos de vista; o diferencial do livro. Ao trazer Karen (Suki Waterhouse) e Graham (Will Harrinson), um dos fatores que tornam seu relacionamento mais complicado. Ao tirar a conversa entre Camilla e Daisy em Chicago, transformando-a em uma conversa simples de “ele é meu”, indo na direção contrária de tudo que a série havia desenvolvido com suas personagens femininas. E, mais importante, o vício de Billy, um conflito essencial para entender porque Billy e Daisy se desencontram tantas vezes, se entendem e se gostam. A situação é tratada em menos de um episódio, de forma rápida e pouco aprofundada nos gatilhos do personagem e na forma como isso afeta suas relações. O único acerto nesse sentido é sua recaída no episódio final, que traz uma dimensão mais real do vício e dos seus conflitos internos. Mesmo com esses error, contudo, é preciso reconhecer o ótimo trabalho de adaptação e torcer para que mais livros ganhem adaptações nesse nível.

Existem mais adaptações prometidas e em desenvolvimento para o futuro próximo, a maioria em formato de série ou minissérie, atualmente o modelo mais adequado para o trabalho criativo e a roda do dinheiro da indústria. Que a próxima vez que apertemos o play nos lembremos que estamos mudando de mídia, de formato, de estrutura, nos abrindo para novas possibilidades dentro das histórias que amamos.Que adaptações sejam oportunidades de conectar mais pessoas a essas histórias.