Quando se fala em Mindy Kaling, algumas pessoa se perdem um pouco sobre sua personalidade. Isso porque ela tem muito mais do que apenas uma profissão e segue conquistando os corações de quem quer ter uma pitada de humor e romance no seu dia a dia. Além de ter atuado em The Office, Mindy também escreveu 23 episódios da série. Um deles, o do casamento de Pam e Jim, garantiu a ela a nomeação ao Emmy de Melhor Roteiro em Série de Comédia em 2005, ao lado de Greg Daniels. Ela também dublou a Nojinho, na versão original de Divertida Mente, e atuou em outros filmes.
Quando The Office estava acabando, ela foi desafiada a escrever o piloto de sua própria série, The Mindy Project, que ganhou três temporadas na TV a cabo e depois foi transferida para o serviço de streaming Hulu, onde já está na quinta temporada. Não acabou por aí. Mindy interpreta uma versão de si mesma, uma caricatura de quem é na vida real. Ela ainda dirige e escreve os episódios e, no meio tempo, lançou dois livros: Is Anyone Hanging Out With Me? e Why Not Me?, em 2015.
Sua influência na mídia é inegável, assim como na vida de suas telespectadoras. Não é uma surpresa que Mindy tenha se tornado uma das 100 pessoas mais influentes da década, de acordo com o ranking publicado pela revista Time em 2013.
Assim como ela sempre lembra em seus discursos — tanto no seriado quanto em seus livros —, uma mulher de cor (Mindy é filha de imigrantes indianos) que não segue os padrões de beleza que a sociedade hollywoodiana impõe só consegue as coisas de duas formas: trabalhando muito e trabalhando um pouco mais. Para ela, ser roteirista é a profissão mais divertida do mundo, pois essa é a hora de criar uma história que pode transformar a visão das pessoas. Mindy não perde a oportunidade de dizer em suas entrevistas que acredita muito na identificação das pessoas com a vida real na TV. Segundo ela, “se eu quiser ver um mundo irreal, eu assisto as Kardashians”. Piadas à parte, são personalidades como a de Mindy que conseguem levar para o consumo geral do público um toque romântico do dia a dia sem perder a realidade.
Seu personagem em The Mindy Project, Mindy Lahiri, é médica obstetra e trabalha numa clínica com mais três médicos homens. Ela é uma das sócias da empresa e diariamente batalha por mais espaço dentro do ambiente de trabalho e para levar suas ideias adiante. Ela também possui um lado mais sensível que procura o amor. Não é só porque ela é uma mulher independente e empoderada que ela não pode sonhar com um príncipe encantado. Para ela, a busca é por uma pessoa que seja sua companheira e que entenda que sua vida de médica é bastante corrida.
Por que condenar o romance de todos os dias? O amor existe (até que se prove o contrário), não é mesmo? Pergunto por que uma mulher poderosa não pode amar ou tem que ser permanentemente taxada de desesperada só por querer encontrar alguém legal. Mindy cresceu assistindo comédias românticas e ama juntar pessoas novas, então qual é o problema de viver um romance? A questão não fica restrita a amar alguém, mas também, e principalmente, amar a si mesma. Mindy Lahiri ama seu apartamento, suas coisas, uma boa comida, o Empire State iluminado e tudo isso é romance para ela, é oxitocina, é um sentimento de realização.
E Mindy (Kaling) vai além: em seus livros ela fala sobre muitas situações de sua vida, desde a faculdade até a estreia do seu piloto na TV, e demonstra ser uma mulher extremamente real. Ela conta que não era muito popular na faculdade para explorar “tudo que a fase proporciona”, brinca que seus segredos de beleza são comida boa e cremes caros, diz que não sente vergonha nenhuma de seu corpo na hora que precisa fazer cenas de nudez e admite que acha o máximo poder pegar diferentes atores bonitões na TV. Algumas dessas situações se repetem ou são imaginadas também em nossas vidas mortais.