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Dia dos Pais: livros escritos por mulheres para ler com eles

Comemorado em datas diversas ao redor do mundo, o Dia dos Pais passou a ser celebrado com mais rigor a partir do século XX, quando os Estados Unidos institucionalizou a data de 19 de junho para tal. A data foi escolhida pela jovem Sonora Louis Dodd que queria apenas homenagear seu pai, um veterano da Guerra Civil norte-americana que cuidou sozinho dos filhos após o falecimento de sua esposa. A homenagem que Sonora fazia ao pai acabou por mobilizar outras famílias da região de Spokane, onde viviam, e aos poucos a data começou a ser sempre celebrada. Em 1972, o então presidente estadunidense, Richard Nixon, instituiu o terceiro domingo de junho como o Dia dos Pais nos Estados Unidos. No Brasil, há registros de comemorações acontecendo pela primeira vez em 1953, no dia 16 de agosto e foi planejada por um publicitário — e somente com o passar dos anos, instituiu-se que no segundo domingo de agosto seria celebrada a data no país.

Pensando na data, propomos um exercício diferente para a sua figura paterna. Elaboramos uma lisa com dezesseis livros escritos por mulheres para você ler junto com o seu pai: há livros para os pais que ama ficção científica, para os que adoram viagem no tempo e até para os que curtem não-ficção. O diferencial é incluir livros escritos por mulheres na estante do seu pai — e o pontapé fica por conta da gente.

Para pais que curtem rock ‘n roll: 30 e Poucos Anos e Uma Máquina do Tempo, Mo Daviau

Repleto de referências musicais que vão desde os dinossauros do rock até as batidas dos anos 1990, Mo Daviau conta uma história que envolve tudo com que qualquer fã de alguma banda que já acabou faz tempo sonhou. Karl é um ex-músico de meia-idade que tem um bar. Seu amigo, Wayne, é um físico descontente com a vida pois acredita que seus melhores anos já passaram e não há nada o que fazer a respeito disso. Um dia, eles descobrem uma forma de voltar no tempo e a usam para, obviamente, assistir a shows de rock do passado. Mas o que começou como uma excelente e simples ideia se transforma em algo gigantesco e que muda os rumos da humanidade. — Compre! 

Para pais fãs de ficção científica: A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil, Becky Chambers

Quando se pensa em ficção científica, geralmente se pensa em invasão alienígena, lutas por sobrevivência e um grande caos. No entanto, Becky Chambers nos fez perceber que a história pode ser bem diferente. A Andarilha é uma nave de perfuração de buracos de minhoca, ou seja, ela é uma das tantas que, no futuro, fazem o trabalho que permite às pessoas viajarem por todo o universo, a longas distâncias, sem sofrer os terríveis efeitos colaterais da distorção temporal. Mas a Andarilha não é somente isso: ela é um lar onde habitam as mais variadas pessoas, das mais variadas espécies alienígenas, vivendo em harmonia e trabalhando em conjunto. É muito mais do que uma história sobre o espaço: é uma história sobre amar a diversidade e o que faz cada um de nós únicos e importantes. — Compre!

Para pais que gostam de histórias para a vida toda: Leve-me Com Você, Catherine Ryan Hyde

Misture um pai de luto, dois garotos muito bonzinhos, um cachorro brincalhão e as paisagens naturais dos Estados Unidos e você tem Leve-me com Você, romance da premiada escritora Catherine Ryan Hyde. Recentemente lançado no Brasil, o livro conta a história de August Shroeder, um professor de ciências e alcoólatra em recuperação que percorre o mesmo caminho toda a vez que sai de viagem nas férias de verão: as paisagens naturais dos Estados Unidos. Em sua viagem atual, a ideia é chegar até o Parque Nacional de Yellowstone para honrar a memória do filho adolescente, morto em um acidente de carro. O que August não esperava, no entanto, é contar com a presença de dois inusitados companheiros de viagem: as crianças Seth e Henry. Esse grupo inesperado percorrerá parques nacionais, trilhas e reservas naturais a bordo de um trailer durante os meses de verão norte-americano sem saber que aquelas férias transformariam suas vidas para sempre. Ainda que possa parecer um pouco estranho ler junto do seu pai uma história sobre um pai em luto, Leve-me com Você é muito mais do que isso: é uma história sobre erros e acertos, mas também sobre amor, carinho e confiança. É sobre, também, encontrar a esperança nos lugares mais inesperados e como não fazemos ideia do poder que temos de mudar a vida de alguém. Leve-me com Você é, sim, uma história sobre luto, mas é um relato honesto sobre o tema, além de falar sobre o alcoolismo de maneira sincera e verossímil. — Compre! 

Para pais que amam viagem no tempo: A Mulher do Viajante no Tempo, Audrey Niffenegger

Em um primeiro momento, A Mulher do Viajante no Tempo pode parecer um simples romance de encontros e desencontros, mas a trama vai muito além disso. Com uma narrativa envolvente, Audrey Niffenegger cria uma trama que te prende do início ao fim: Henry sofre de um raro distúrbio genético que o faz viajar no tempo sem aviso prévio, e nesse contexto ele consegue visitar momentos importantes de sua vida tanto no passado quanto no futuro. Os deslocamentos temporais são engatilhados quando Henry passa por momentos estressantes, mas mesmo assim ele não é capaz de saber em que período do tempo irá aterrissar. Em cada viagem ele tem uma idade diferente, está em um momento diverso da vida e não sabe o que esperar. Nesse contexto está Clare, para quem o tempo passa de maneira linear e que se vê sempre à espera do retorno de Henry. Ainda que quem faça as viagens no tempo seja Henry, a força da narrativa está toda com Clare: é ela quem precisa lidar com a ausência de Henry e seus desaparecimentos — e retornos — inesperados, e é ela, também, quem precisa aprender a conviver com o caráter inusitado do relacionamento entre os dois. Mesmo que a trama envolva certas doses de ficção científica, distúrbios genéticos e viagens no tempo, A Mulher do Viajante no Tempo é uma história sobre amor e até onde estamos dispostos a ir para mantê-lo. Para pais românticos ou não, a trama criada por Audrey Niffenegger está repleta de lições sobre como devemos aproveitar até os pequenos momentos aparentemente bobos de nossas vidas visto que, em um piscar de olhos, tudo pode desvanecer. — Compre! 

Para pais que amam história medieval: O Livro do Juízo Final, Connie Willis

Kivrin é uma estudante de História na Oxford de 2054. Lá, alguns estudantes e seus professores podem viajar no tempo para fazer pesquisas sobre como era, de fato, determinada época. Porém, Kivrin é audaciosa e quer ir pra o meio da Idade Média — período hostil não apenas para ser uma mulher, mas uma mulher sozinha, do futuro, que não conhece nada a respeito do local além do que leu em livros. Tudo dá muito errado quando Kivrin, por um erro misterioso, acaba parando em um ponto extremamente perigoso da Idade Média. Agora, quem ficou no presente, precisa lidar com uma Kivrin desaparecida e uma epidemia que se alastrou por toda Londres e já começa a atingir o país. O Livro do Juízo Final é excelente e não tem como não gostar. Tem história, tem viagem no tempo, tem mistério, ação e reflexões sobre a sociedade. Ele basicamente abrange tudo e é lindamente escrito por Connie Willis, uma mulher extremamente talentosa. — Compre! 

Para pais que não resistem a um mistério: Fraude Legítima, E. Lockhart

Fraude Legítima é é um baita livro para pais leitores. A história é sobre Jule, uma jovem adulta que quer tomar as rédeas de seu destino em suas mãos. E. Lockhart constrói a trama de trás pra frente, de modo que, desde o início da leitura, sabemos que as coisas dão muito, muito errado, embora não saibamos o porquê — e, quando finalmente ficamos sabendo, é para deixar qualquer um embasbacado. O livro é uma dupla recomendação pra pais que liam Agatha Christie quando eram mais novos. — Compre! 

Para pais que curtem histórias intensas: Kindred — Laços de Sangue, Octavia E. Butler

Dana e seu marido estão de mudança para um novo apartamento. É o aniversário de 26 anos dela e, em meio a pilhas de livros desordenados e caixas abertas, Dana sente uma tontura inexplicável e cai de joelhos, nauseada. Não demora muito para que o mundo que ela conhece desapareça, despedaçando-se memórias. Sem explicação, Dana acorda em um lugar completamente diferente: ela não está mais em seu apartamento, mas sim à beira de uma floresta, próxima a um rio. Ao ouvir gritos desesperados de alguém pedindo por ajuda, Dana corre em direção ao rio e acaba por salvar um menino que está se afogando. Em uma série de acontecimentos inesperados e inexplicáveis, Dana agora está diante de um cano de espingarda na Maryland pré-Guerra Civil, no século XIX. Escrito por Octavia E. Butler, Kindred — Laços de Sangue é um dos mais aclamados livros de ficção científica já publicados e conta a história de Dana, uma mulher que vai parar em um dos lugares mais perigoso para uma negra, uma sociedade escravocrata no coração dos Estados Unidos. Kindred é uma leitura difícil, intensa e dilaceradora, uma narrativa que diz muito sobre ódio e escravidão e questões raciais que, infelizmente, não ficaram restritas ao século XIX e às páginas dos livros. — Compre!

Para pais que curtem uma distopia: O Conto da Aia, Margaret Atwood

Ler qualquer distopia é um soco no estômago, mas ler O Conto da Aia é levar uma surra inteira. A leitura realmente dói porque você percebe que aquele não é apenas um cenário fictício fruto da imaginação da autora, mas sim um cenário catastrófico que pode se tornar real se descuidarmos de quem colocamos no poder. A narradora, uma mulher sem nome conhecida agora por Offred, relata seus dias como aia, intercalando o presente com lembranças de um passado em liberdade. Na República de Gilead, antigo EUA, um dia as mulheres acordaram, foram para seus trabalhos e receberam a notícia de que não poderiam mais trabalhar. Quando tentaram sacar dinheiro ou fazer compras, descobriram que os bancos haviam passado tudo o que possuíam aos seus maridos ou aos homens mais próximos a elas. Subitamente, elas perderam todos os direitos e foram transformadas em úteros com duas pernas. Separadas por funções servis, vivem agora em um mundo completamente masculino, no qual nenhuma mulher tem voz. Conhecer a República de Gilead e a terrível realidade imposta por fundamentalistas no governo é uma experiência única de empatia e conscientização de nossas ações. Não é uma leitura agradável, mas é necessária e importantíssima, especialmente nos tempos em que vivemos. — Compre! 

Para pais que não resistem a um bom romance histórico: A Casa dos Espíritos, Isabel Allende

Chile, anos 1970. Uma ditadura é instaurada e milhões de pessoas sofrem com as mortes, a repressão e a fome. Para entender os porquês que desencadearam essa atrocidade, a escritora Isabel Allende, que na época era repórter, decidiu escrever um livro romanceado contando a história do Chile através das gerações da família Trueba. Tudo começa quando Rosa, a filha de cabelos verdes da família Del Valle, morre quando estava noiva de Esteban Trueba, um rapaz pobre que foi trabalhar longe, em minas, para tentar a sorte e juntar dinheiro para poder casar com Rosa. Após sua morte, Esteban se transforma em um homem riquíssimo, um grande fazendeiro e fica noivo da irmã de Rosa, Clara Del Valle, uma menina estranha, delicada e clarividente. Juntos, eles passam por todos os períodos da história moderna do Chile, desde a época dos grandes fazendeiros até os primeiros raios de uma juventude socialista e idealista que queria mudar o país, mas que acabou sendo morta por um governo autocrático. Clara, Blanca e Alba são as mulheres por cujas óticas adentramos nessa narrativa e que nos fazem fechar o livro já querendo reiniciar a leitura. A Casa dos Espíritos deve ser lido por todos, inclusive por nossos pais, para que possam entender melhor um capítulo importantíssimo da história contemporânea da América Latina. — Compre! 

Para pais que leem clássicos: O Sol é Para Todos, Harper Lee

Clássico da literatura mundial, a história de O Sol é Para Todos se passa no interior dos Estados Unidos durante o início do século passado e é narrada por Scout, uma menina de seis anos que, como toda criança, questiona o mundo à sua volta com os olhos inocentes de quem ainda não entende a complexidade da maldade humana. Seu pai é um advogado que vive modestamente, mas é muito respeitado na cidade. Porém todo esse respeito é perdido quando ele passa a defender um homem negro da região, acusado por um crime que não cometeu apenas por sua cor. Harper Lee foi de uma sutileza incrível por nos contar essa história pesada e, infelizmente, plausível através do olhar infantil, despido de preconceitos e de julgamentos. É um dos melhores livros já escritos por tratar de um tema real, relevante e que precisa ser discutido. Além disso, mostra um dos melhores pais da literatura, Atticus Finch, pai de Scout e de seu irmão, e o advogado cuja bússola ética o faz agir moralmente e defender um homem inocente, mesmo que ele sofra as consequências por isso. O Sol é Para Todos é o presente perfeito para qualquer pai que gosta de um livro com temática séria e cheio de reflexões. — Compre! 

Para pais que precisam conhecer melhor o feminismo: A Mãe de Todas as Perguntas, Rebecca Solnit

A Mãe de Todas as Perguntas é um livro que deveria ser mais conhecido. Apesar de não termos, necessariamente, os mesmos posicionamentos da autora em todas as questões levantadas em seus artigos, é inegável que esse é um excelente livro para começar a conhecer o movimento feminista e entender os processos que ocorrem dentro de uma sociedade machista e como isso afeta as mulheres. Ele é constituído de diversos artigos que tratam de facetas da sociedade, contendo dados espantosos sobre violência contra a mulher, aborto, preconceito, estupro. Engana-se, no entanto, quem pensa que se trata de um livro feito para ser lido apenas por mulheres: A Mãe de Todas as Perguntas é recomendado justamente a homens que não têm muito conhecimento sobre o feminismo, mas que se interessam em conhecer mais a fundo o funcionamento do mundo. É o livro ideal para presentear pais para que eles nos entendam melhor. — Compre! 

Para pais que querem ir a fundo na história brasileira: Cova 312, Daniela Arbex

Daniela Arbex não é de desistir, e depois de Holocausto Brasileiro — livro reportagem intenso que mostra os horrores que aconteciam no maior hospício do Brasil, o Colônia, em Barbacena, Minas Gerais —, a jornalista decidiu investigar e contar como romance a história de como as Forças Armadas Brasileiras torturaram e mataram um jovem militante político, forjando um suicídio e sumindo com seu corpo na sequência. Daniela, por meio de pesquisas e investigações intensas, é capaz de reconstruir a jornada do jovem, passando por seus companheiros políticos à família desesperada durante seu desaparecimento. Em Cova 312, a jornalista consegue descobrir o corpo do jovem militante na cova anônima que batiza o livro, contribuindo para que um capítulo sombrio da história do Brasil não se perca na memórias. — Compre!

Para pais que querem criar filhas rebeldes: Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes, Elena Favilli e Francesca Cavallo

A falta de representatividade nas histórias infantis fez com que as escritoras italianas Elena Favilli e Francesca Cavallo decidissem publicar Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes, livro que reúne cem histórias reais de mulheres que desafiaram as normas sociais das mais diferentes maneiras. Em mais de 200 páginas — ilustradas por outras mulheres formidáveis, vale frisar — as autoras contam histórias de ativistas, piratas, advogadas, bailarinas, arquitetas e inventoras que não se contentaram em fazer para a sociedade o que era esperado delas e fizeram muito mais. Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes mostra que meninas podem ser o que quiserem e quanto mais rebeldes, melhor. Ainda que a palavra “rebelde” possa ter uma conotação ruim dependendo do contexto, para Elena e Francesca uma menina rebelde é aquela que quebra as regras e está a frente de seu tempo como as cem personalidades que fazem parte do livro. — Compre! 

Para pais que gostam de livros-reportagens: O Livreiro de Cabul, Åsne Seierstad

Em 2002, uma jornalista norueguesa foi viver com uma família afegã após a queda do regime Talibã para poder contar ao mundo a verdade sobre a vida dos habitantes daquele lugar e proporcionar uma perspectiva diferente da apresentada pelos noticiários, cheia de armas e sangue. A ideia era fazer algo simples, porém profundo e íntimo, mas Åsne Seierstad não imaginou que o que encontraria lá seria muito mais impactante. Sendo hóspede de um livreiro, ela pôde ter contato com as mulheres ali presentes e fazer um retrato real e assustador sobre o universo das famílias afegãs, repleto de misoginia, desculpas religiosas para a punição e o aprisionamento de mulheres e a total falta de respeito e dignidade em que vivem por lá. Sem liberdade alguma, mulheres são propriedades de seus pais ou maridos — o que soa muito como O Conto da Aia, ainda que aqui estejamos falando da realidade, o que é ainda mais assustador. Fica a recomendação para que você, seu pai e todo mundo leia O Livreiro de Cabul: você é uma pessoa antes de lê-lo e uma, bem diferente, depois. — Compre!

Para pais que querem dar umas boas risadas: Alucinadamente Feliz, Jenny Lawson

Jenny Lawson é uma blogueira — no sentido de blog raiz — que sempre compartilha coisas de sua vida nas redes, inclusive seus ataques de ansiedade, crises de depressão e ataques de pânico. Sim, ela sofre de tudo isso e nós bem sabemos como é pesado e terrível quando se passa por essas coisas sem um apoio. Então, um dia, após receber a notícia da morte de um amigo, ela decidiu que a partir daquele momento seria alucinadamente feliz, só de raiva, porque estava cansada de tanta tristeza na vida. Desde então, Jenny se mete em situações absurdas, porém hilárias, porque decidiu que faria tudo o que tivesse vontade para ser feliz. O livro é incrivelmente engraçado, mas é mais do que isso: é um novo olhar sobre saúde mental, que faz com que o leitor questione se aquela pessoa alegre e extrovertida na verdade não é apenas alguém tentando sair de uma depressão. Dá para aprender muito sobre questões psicológicas e como funciona um transtorno na realidade, fora da bolha estereotipada que vemos por aí. — Compre!

Para pais que querem ler sobre a Segunda Guerra Mundial: A Face da Guerra, Martha Gellhorn

O mundo nunca foi um parque de diversões, especialmente no século passado, um período marcado por guerras e conflitos armados que quase destruíram a humanidade. Durante a Guerra Civil Espanhola, em 1937, uma jovem estadunidense chamada Martha Gellhorn se viu inútil em meio a tanta dor e tristeza e decidiu ir para o meio das pessoas que viviam em zonas de guerra para escrever sobre elas e mandar para jornais dos Estados Unidos. Sua ideia era falar aquilo que não era contado pois, apesar da pouca idade, ela sabia que as histórias são contadas por nomes de generais e seus feitos, nunca por cidadãos comuns que tiveram suas vidas arrasadas pela guerra. Foi assim que ela começou a carreira de correspondente de guerra e se tornou a correspondente mais longeva do século XX, cobrindo quase todos os conflitos armados dos anos 1930 até os anos 1990. Além disso, ela foi uma das únicas mulheres a entrar nesse campo, extremamente fechado e machista. Suas crônicas, que são mais literárias do que jornalísticas, nos contam a história de pessoas comuns, de povos de verdade, que nos comovem da forma que nenhum livro de história irá comover. É uma leitura essencial para qualquer pessoa que queira entender o mundo em que vive. — Compre! 

Texto escrito em parceria por MiaThay.


** A arte em destaque é de autoria da editora Thayrine.