Categorias: TV

Desafiando a heteronormatividade: o debate de padrões em Euphoria – Parte 2

Após quase três anos de espera, foram lançados no primeiro semestre de 2022 os novos episódios de Euphoria. Telespectadores de todo o mundo pararam durante oito domingos para assistir ao material, tentando descobrir se suas expectativas seriam atendidas, ou não, após a pandemia do coronavírus interromper a continuação do seriado. Antes da temporada ser lançada, dois especiais focados nas personagens Rue (Zendaya) e Jules (Hunter Schafer), protagonistas da primeira temporada, foram exibidos pela HBO em 2021.

Na primeira parte deste texto, publicado em outubro de 2019, foi feita uma análise a respeito da maneira como a série aborda a masculinidade e feminilidade por meio de personagens-chave ao longo da primeira temporada. Desde lá, o universo de Euphoria se expandiu e explorou outros aspectos não só desses padrões, mas de todo o universo heteronormativo, se destacando mais uma vez por questionar e inserir debates que sempre deveríamos ter enquanto sociedade. Os questionamentos da série acontecem usando seus jovens personagens e histórias de vida como ponto de partida.

A heteronormatividade vai muito além do padrão heterossexual e atua como uma série de regras que são vistas dentro da nossa sociedade como um modelo a ser reproduzido. Aquele que não segue a norma é visto como diferente ou alguém a ser excluído. A heteronormatividade diz mais do que apenas sobre gênero ou sexualidade, mas dita como verdade um único padrão, não abrindo margem para questionamentos ou para viver livre dessas regras impostas.

Em Euphoria, esse tópico retorna ao debate não apenas nos diálogos entre os personagens, mas também nos figurinos, maneirismos e formas de se expressar de cada um deles. O uso dessa metalinguagem faz com que quem assista a série reflita sobre as entrelinhas das histórias de cada personagem, não somente veja aquilo que está em evidência. Isso faz com que a audiência saia de sua zona de conforto, atuando como peça ativa dentro da dinâmica de assistir aos episódios. É quase impossível não se tornar a pessoa que cria teorias ou que busca por elas ao final de cada episódio.

Dentre os aspectos já abordados na primeira temporada, Euphoria explora ainda mais esses conceitos e insere novidades para a discussão dos padrões.

Atenção: este texto contém spoilers!

Os efeitos da masculinidade tóxica

Durante a primeira temporada, ao acompanhar o relacionamento entre Nate (Jacob Elordi) e Cal Jacobs (Eric Dane), vemos como a dinâmica entre pai e filho foi moldada e cimentada em cima de um conjunto de estereótipos da masculinidade tóxica. Na segunda temporada, quando descobrimos mais sobre o passado de Cal, compreendemos melhor como sua personalidade foi moldada e, consequentemente, o presente de Nate e o reforço do trauma causado pelo abuso geracional.

No episódio “Ruminations: Big and Little Bullys” temos a oportunidade de conhecer Cal Jacobs quando ele é adolescente e se apaixona pelo melhor amigo. Com medo da homofobia dentro da própria casa e devido à manipulação feita pela namorada que engravida para que eles se casem assim que concluírem o ensino médio, a não-vivência de sua verdadeira identidade e o afogamento dos seus sentimentos faz com que Cal se torne um homem amargo e violento com ele mesmo e as pessoas ao seu redor. No entanto, é importante frisar que mesmo Cal sendo vítima isso não faz a violência causada por ele ser justificável ou lhe faz menos abusador. O ciclo de dor e trauma é o que faz todos esses padrões e pressões serem horríveis e a sua discussão, mais urgente.

Já adulto e com filhos, Cal passa por um momento de catarse ao perceber que perdeu uma vida inteira sendo outra pessoa quando poderia ter sido verdadeiro a si mesmo. O resultado dessa epifania é outro momento traumático e violento com sua família em ordem para que ele expresse o que guardou durante todos esses anos. Enquanto isso, Nate passa por um processo durante essa temporada bem interessante, onde sendo filho de seu pai e herdado todos os traumas geracionais, ele se agarra a cada oportunidade de tentar não se tornar um homem como seu progenitor, ainda assim falhando em diversos aspectos.

No último episódio da temporada, “All My Life, My Heart Has Yearned for a Thing I Cannot Name”, Nate aparece no galpão onde Cal está morando depois de sair de casa. Após a cena que leva Cal a deixar o lar, em um monólogo sobre como toda a família é culpada por fazer dele quem se tornou, Nate é deixado com sede de vingança, desejando responsabilizar o pai por seus atos. Nesse momento, Nate conta sobre o trauma que carrega por ter assistido, com onze anos de idade, aos vídeos do pai transando com outras pessoas, cenas violentas que lhe causaram pesadelos à noite. Em outra conversa com a mãe, ela pergunta para Nate o que aconteceu que o fez mudar de um garotinho doce e amoroso para um homem bruto e violento como o pai.

Não é difícil entender como Nate se transformou de uma criança amorosa para um homem violento: o trauma que carrega por ser fruto de um sistema abusivo e controlador, vivendo em um lar regado à masculinidade tóxica, o fez quem é. Quando percebe que seu pai o transformou no homem que recorre à violência para se afirmar, Nate decide se vingar. O desenvolvimento de Nate na segunda temporada de Euphoria se dá por meio desse processo de compreender como seu pai fez com que ele odiasse determinadas coisas e quais partes suas ele ainda pode tomar de volta após confrontar Cal.

Nate passar por um processo de desconstrução para tentar se tornar uma pessoa melhor. O comportamento violento e abusivo que demonstra ao mundo é fruto do meio em que cresceu, ações naturalizadas durante todos os seus anos de formação. A dor que o personagem carrega não desaparecerá rapidamente e sua mudança não diminuirá a dor que causou em suas vítimas, principalmente Jules e Maddy (Alexa Demie).

O male gaze, a imagem do feminino e o ciclo do abuso

Um aspecto interessante dos episódios mais recentes de Euphoria é o foco na jornada de alguns personagens que não receberam muito tempo de tela na primeira temporada cujo objetivo era introduzir seu elenco. Agora, o roteiro sai do óbvio e analisa mais de perto a vida de personagens que até então ficavam às sombras — e uma dessas personagens é Cassie (Sydney Sweeney).

Após terminar com seu relacionamento com Cris McKay (Algee Smith), Cassie se envolve com Nate, ex-namorado de sua melhor amiga, na festa de Ano Novo. Essa simples ficada se transforma em um relacionamento em que todos sabem muito bem onde irá acabar, mas que, mesmo assim, faz com que Cassie crie expectativas. Nate e Maddy haviam terminado o relacionamento na temporada anterior devido às violências e abusos cometidas por ele, mas mesmo assim ainda acompanhamos cenas em que Maddy precisa se convencer a não retomar o relacionamento com o seu agressor.

Anteriormente, Maddy representava para Nate o ápice da imagem feminina: mulheres que se esforçam demais para se adequar à imaginação de um homem, que não possuem um pelo indevido no corpo, que são sensuais sem serem vulgar, que são femininas e educadas, e que precisam de proteção. Nate aprendeu com os homens ao seu redor, principalmente com seu pai, que esse é o ideal de feminilidade, mas quando ele decide se afastar da imagem que Cal Jacobs criou para ele, também se afasta daquilo que está incutido em seu comportamento, o que o faz se rebelar.

O interesse de Nate em se relacionar com Cassie vem dessa necessidade de se rebelar contra tudo o que lhe foi ensinado por seu pai, conscientemente e inconscientemente. Em contraponto, Cassie conhece a verdadeira face de Nate melhor que qualquer outra pessoa, uma vez que ela acompanhou o trauma que ele causou em sua melhor amiga, Maddy. No entanto, ela ainda está suscetível a cair na conversa do abuso para preencher as lacunas que foram deixadas por anos de abandono parental.

Para tentar manter Nate e se sentir desejada, Cassie passa por diferentes alterações ao longo desta temporada. É quase como se Cassie precisasse se esforçar mais do que o necessário para se reafirmar como mulher e conforme isso vai acontecendo no decorrer dos episódios, vemos que ela está simplesmente tentando se transformar em Maddy, questão que é evidenciada no momento em que as duas aparecem com a mesma roupa na escola. A transformação de Cassie atinge um ponto tão artificial que ela parece mais como alguém que está performando feminilidade e que não existe de verdade.

O que é interessante de perceber entre esses relacionamentos, e que foi apontado por uma teoria de fãs, é como Nate se envolve com Cassie enquanto ela se assemelha fisicamente mais a Jules do que com Maddy. Na primeira temporada, Nate parece repudiar Jules por ela violar o que ele entende por feminilidade — aqui, Nate passa a agredir Jules enquanto tenta protegê-la de Cal. Na segunda temporada de Euphoria, Nate tenta se aproximar novamente de Jules ao devolver a ela a gravação feita por Cal, focando no pai como o verdadeiro culpado por toda dor e sofrimento em sua vida. Ainda não é possível ter certeza se Nate está realmente apaixonado por Jules, como muitas teorias de fãs apontam, mas é interessante ver como a jornada de Nate de se desvincular dos padrões ensinados pelo seu pai e pela sociedade de como um homem deve ser e sentir o faz querer proteger e se aproximar de Jules, enquanto o seu meio termo é entrar em um relacionamento com Cassie que navega em espectro físico e comportamental que flutua entre Maddy e Jules.

A feminilidade conquistada e desafiada

No especial “Fuck Anyone Who’s Not a Sea Blob – Part 2: Jules” acompanhamos uma conversa entre Jules e sua terapeuta após seu retorno depois dos acontecimentos da primeira temporada. Neste especial temos a oportunidade de ver com muita delicadeza as entranhas da narrativa de Jules, sua vida, seus sentimentos, como se sente sobre crescer. Esse viés delicado, real e cru se deve a entrada de Hunter Schafer, que dá vida à Jules em Euphoria, como escritora para esse episódio, colocando sua experiência pessoal dentro da narrativa da personagem.

“Toda a minha vida, eu estive tentando conquistar a feminilidade, e em algum momento do caminho, eu sinto que a feminilidade me conquistou”.

Na primeira temporada discutimos sobre como Jules se guiava pela perspectiva masculina de como deveria se portar e se vestir. Como uma menina trans, o senso de feminilidade para ela estava muito conectado em ser desejada por homens: se ela fosse desejada por eles, isso significava que havia chegado onde queria, que havia conquistado a sua feminilidade. Ao se apaixonar por Rue, o senso de identidade de Jules desmorona. Tentando se encaixar dentro do heteronormativo, Jules, como uma garota, se apaixonar por outra garota a faz questionar não apenas a sua sexualidade mas também a sua identidade de gênero.

Logo no início do episódio, Jules fala sobre parar de tomar hormônios. Com o questionamento da terapeuta a respeito dessa ideia, ela fala sobre querer se desvincular da figura de desejo pelo olhar masculino, que não se interessa mais em ser essa figura para os homens porque sente que não é ela mesma e não consegue se expressar da forma como realmente quer. É muito simbólico ver Jules passando por esse momento em que percebe como sua noção de si mesma está conectada ao que outros pensam, e isso acontece com qualquer pessoa. Mas se tratando de corpos femininos, essa noção de como devemos nos apresentar nunca está ligado a nós mas sim com o que é aceitável aos olhos do outro.

“Pelo menos para mim, ser trans é espiritual. Sabe, não é religioso. Não é para alguma congregação. É para mim. É meu. Pertence a mim. E eu nunca quero ter que ficar parada. Tipo, eu quero estar viva. É sobre isso que tudo sempre tem que ser, permanecer viva.”

Na segunda temporada percebemos que o visual de Jules está diferente. Das cores pastéis, o cabelo liso e comprido e o foco nos figurinos femininos, ela abraça agora as cores escuras, corta o cabelo, que ganha uma tonalidade mais escura, e o figurino se transforma em algo mais andrógeno. Em alguns episódios desconfiamos que algumas roupas não parecem muito certas, desengonçadas e até esquisitas em Jules, mas é para retratar esse momento de descoberta e busca pelo senso de si mesma. Em um episódio é até mencionado que Jules passou a usar binder, um compressor peitoral usado para ter uma aparência masculinizante na região.

Durante a temporada outros tópicos se conectam com esse momento de descoberta de Jules. Em meio a tormenta da recaída de Rue, Jules começa a se envolver com Elliot (Dominic Fike) e ele, infelizmente, não parece um tipo diferente de relacionamento, mostrando que, aparentemente, Jules caiu em um padrão. Elliot surge na segunda temporada como alguém que Rue conhece enquanto procura drogas na festa de Ano Novo e já sabemos que Jules liga muito o vício de Rue com a sua própria mãe, como mostrado em seu especial. O diferencial é que, pela primeira vez, um homem se interessa por ela de uma forma que não seja pela sua aparência feminina ou pelos desejos que ela causa em sua imaginação. Mas, ainda sim, ele não foge muito da semelhança com Rue e seu histórico de abuso. Para Jules, talvez o mais importante é que enquanto Rue está caindo cada vez mais no buraco do seu vício, Elliot está disponível para ela, lhe dando atenção.

No terceiro episódio da segunda temporada, “Ruminations: Big and Little Bullys”, Jules e Elliot conversam sobre Rue e se questionam se ela é uma pessoa sexual, uma vez que Jules se preocupa com o fato de Rue se atrair, ou não, por ela dessa maneira. Eles concordam que não acham que Rue seja uma pessoa sexual. No estereótipo da feminilidade é possível notar que Rue também não se encaixa dentro do padrão heteronormativo, e muito menos se encaixa ao padrão existente dentro do grupo em que ela está. Rue se destaca entre Maddy e seu grupo, entre Jules e até com Lexi (Maude Apatow).

Com relação ao seu interesse e fascínio por Jules, também não temos nenhuma dica de como Rue se identifica dentro de suas atrações ou se ela já se envolveu ou desenvolveu sentimentos por outra pessoa (além da cena na primeira temporada em que mostra Lexi e Rue se beijando quando mais novas para ela ensinar Lexi a beijar para um encontro). Isso pode, sim, ser um indício de que Rue se identifica em algum lugar do espectro assexual e/ ou arromântico, mas também pode ser apenas um resultado do estado profundo de luto, depressão e dependência que a impediu de viver essas experiências e que tem um grande impacto no seu desenvolvimento em diversos momentos do seu crescimento.

A validação das vivências segundo quem?

Com certeza, o maior foco dessa temporada é Lexi Howard, que durante a temporada anterior não passava de uma coadjuvante das narrativas das pessoas ao seu redor. Nesta temporada, ela se encontra um pouco no clube de teatro ao se perceber uma escritora com a necessidade de se concentrar em algo para si mesma. É por meio da arte que ela consegue verbalizar e expressar todas as dores e momentos essenciais que lhe tornaram quem Lexi é, o bom e o ruim. A peça de teatro, chamada “Our Life” (“Nossa Vida”), é um retrato da vida de um grupo de adolescentes baseado nas experiências da própria Lexi. Na peça, Lexi retrata momentos chaves que acompanhamos em episódios anteriores e também sobre a sua vida pré-seriado que envolvem não apenas Lexi, mas todas as pessoas ao seu redor.

Durante a estreia da peça, nos dois últimos episódios da temporada, vemos Lexi retratar cenas perfeitamente observáveis da vida das outras pessoas, além de expor seus sentimentos sobre ser irmã de Cassie e viver à margem das pessoas ao seu redor. É um momento bem vulnerável da personagem, mas que ela se sente confortável em compartilhar por meio da arte. Pessoas como Lexi são observadoras e introvertidas e muitos utilizam a arte para se expressarem de uma forma que o vulnerável os fortalece. Por se manter em segundo plano, Cassie a ataca dizendo que Lexi nunca viveu, porque ela não corre riscos, não sofre e não tem experiências que julga válidas para uma adolescente.

Cassie invalida todas as experiências de Lexi, todos os seus traumas e seus sentimentos ao dizer que ela não é normal por não ter experiências padrões da adolescência, o que, na verdade, são coisas que muitos adolescentes fazem mais por pressão do que por querer realmente fazê-las nessas idades. A heteronormatividade também está presente nessas “regras” que apontam que uma pessoa precisa beijar aos 12 anos ou precisa fazer sexo antes dos 18, e se tratando de mulheres existe a linha ténue entre a vulgaridade e o recato.

Ao não se encaixar nesse lugar da dita normalidade, Lexi é constantemente invalidada por suas posições ao ser considerada imatura pois não teve experiências que são julgadas como ponto chave do crescimento e amadurecimento na puberdade. É interessante notar até a forma como Lexi se veste e se comporta em relação às outras personagens: Lexi é mais nova do que Cassie, mas a diferença de idade entre elas não deve ser maior do que um ano. Porém, mesmo assim, Lexi é vista de forma mais infantil apenas para ressaltar as tais “faltas de experiências.” Só que nada disso invalida as vivências de Lexi que cresceu precisando lidar com as consequências do abandono parental, de acompanhar o vício da melhor amiga, de testemunhar de perto as dores da irmã que também foi afetada pelas mesmas coisas que ela.

Suze: “Parece que durante toda a sua vida você foi forçada a cuidar de todo mundo.”

Apesar de ser a caçula da família, ao testemunhar o abandono de seu pai e como esse movimento afetou sua mãe e sua irmã, Lexi tomou para si o papel de protetora da família, tornando-se a pessoa mais consciente, que toma as rédeas quando sua mãe não se mostra muito parental. Enquanto Lexi assumia a função de cuidadora, Cassie lidava com o trauma de maneira diferente. A percepção de mundo de Lexi gira em torno de observar e se proteger para não sofrer como sofreu lá atrás, ou para não sofrer como vê outras pessoas sofrendo. É um mecanismo de proteção. Talvez Lexi não tenha passado pelas experiências que deveria ter tido, ou deveria ter a oportunidade de viver, mas isso não invalida o que viveu e como se doou para todas as pessoas ao seu redor. Consciente, ou inconscientemente, Lexi se isolou para não gerar mais traumas. Isso também não significa que Lexi foi infeliz ou teve uma adolescência ruim.

A forma como Lexi e Cassie responderam aos mesmos tipos de situações e traumas é muito importante de se observar, uma vez que uma se tornou introspectiva e protetora de todos, escolhendo pensar muito em seus passos antes de agir, enquanto a outra tem a necessidade de se entregar totalmente à próxima pessoa e de ser amada a ponto de machucar a si mesma e as pessoas ao seu redor para se sentir querida. As duas vivências são válidas.

O ponto alto de Euphoria é mostrar como essas experiências, vividas nos poucos anos entre nossa adolescência e juventude, nos moldam como seres humanos. Para além do universo da ficção, estamos vivendo momentos importantes enquanto sociedade e Euphoria tem levado essas percepções para a tela por meio das experiências de seus personagens. Ao mostrar as dores e os traumas de seus personagens, a série mostra como as marcas das dificuldades são capazes de nos acompanhar por gerações.


Somos parceiras da Kult, uma plataforma de compartilhamento conteúdos de cultura e entretenimento. Se você gostou desse texto e quiser mais dicas da nossa equipe, clique aqui!