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Rocketman: as dores e as delícias de ser Elton John

Lançada em 2019, a cinebiografia de Elton John com Taron Egerton no papel principal é glamourosa, extravagante, recompensadora e, definitivamente, dolorosa, um compilado da vida real do cantor e compositor. No musical, se ouve, se vê e se sente seus maiores sucessos, como “Tiny Dancer” e “I’m Still Standing”, mas essas mesmas letras e melodias também embalam sua decadência em uma sensação agridoce, tanto para a pessoa por trás do showman quanto para o público.

A produção de cerca de duas horas, dirigida por Dexter Fletcher, é claramente dividida em dois atos. No primeiro se acompanha mais Reginald Dwight, Elton com seu nome civil, crescendo em uma família complicada enquanto usa a música — e, mais especificamente, o piano — como forma de escape para lidar com uma mãe egocêntrica e um pai emocionalmente ausente em detrimento de suas expectativas.

É necessário levar em consideração que Rocketman tem Elton como um de seus produtores executivos, de forma que sua visão pessoal permeia toda a obra. Embora não tenha sido responsável direto pelo roteiro, foi ele quem o afunilou para captar melhor a essência de sua história. Por isso, é possível captar um senso de entendimento quanto à frustração da mãe do cantor, Sheila (Bryce Dallas Howard), em relação à maternidade e ao casamento infeliz, o que preenche a obra com uma percepção mais real do que a infantil que o mesmo deveria ter à época, mas que não redime o caráter questionável da mesma.

De outro lado, fica claro que ainda existe em John uma falta de entendimento do motivo que levou o pai a ser tão distante desde sempre, apesar de terem a música como um ponto de interesse mútuo. Stanley Dwight (Steven Mackintosh) era tenente da Força Aérea Real, e também musicista, e foi pelo fato de colecionar muitos discos dos maiores sucessos da época, que o menino se interessou por música. Desenvolvendo um ouvido musical excelente e um talento nato para tocar apenas reproduzindo o que ouvia na vitrola de casa, Elton não demorou a ganhar uma bolsa integral de estudos na Academia Real de Música do Reino Unido, uma das mais prestigiadas do país.

Elton John

Apesar da eterna frustração que o acompanha em razão da distância dos pais, é possível ver na tela o pequeno Elton ganhar vida ao tocar piano e amadurecer, buscando pavimentar seu caminho pela música na década de 1960, se provando cada vez melhor e maior para os pequenos palcos dos pubs de Londres, como se estivesse destinado ao fenômeno que viria a ser tamanha a confiança que tinha em seu talento, embora fosse naturalmente tímido e dependesse diretamente do instrumento.

A busca pela fama e todo o esforço para fazer o sonho acontecer, especialmente quando se fala em sucessos da música, é sempre inspiradora de se acompanhar e esse, talvez, seja o melhor adjetivo para a primeira parte da produção, que é onde o deslumbre pelo viver da música ainda é ingênuo e esperançoso, típico da juventude e também de quem não conhece a crueldade do mercado musical e das pessoas que vivem nele.

É durante essa fase que Elton é apresentado àquele que viria a torná-lo, de fato, Elton John: Bernie Taupin. Após procurar uma gravadora, a DJMR (Dick James Music Records), que se interessou por seu potencial, o cantor revelou que tinha dificuldades em compor boas letras, surgindo daí a parceria musical lendária e uma das maiores amizades da música pop. A conexão de Elton e Bernie foi imediata e ele relata nunca ter discutido com o compositor em trinta anos de parceria.

Na trama, a história da amizade é mais simplificada, uma vez que os dois não se conheceram até depois do lançamento do primeiro álbum de Elton — Empty Sky, de 1969, que teve pouca expressão e nenhum grande hit. Nesse período, o pianista recebia as músicas do compositor, interpretado por Jamie Bell, pelos correios e compunha as melodias. O que resta, de fato, é a comunicação pelos correios, mas, na ficção, a dupla já havia se encontrado à essa altura e estabelecido algum tipo de compreensão sobre o outro, especialmente em relação à música, o que é ilustrado na tela por uma performance a capella do country “Streets of Laredo” de Marty Robbins.

Com o passar do filme, essa relação vai se alinhando cada vez mais ao ponto de eles se considerarem praticamente os irmãos que nunca tiveram, algo já anunciado desde a primeira cena deles juntos no Regency Cafe de Londres com a significativa “Border Song”, a qual explora um senso de fraternidade emergente no clima social nos anos 1960, mas que também se encaixa perfeitamente nesse tipo de amizade. À BBC Radio 2, Elton falou:

“Como em Rocketman, nos conhecemos em um café e começamos como uma casa pegando fogo, porque ele era o melhor amigo que eu nunca tive, era como um irmão. (…) Foi o relacionamento mais incrível, já faz 53 anos. (…) Depois do meu marido e filhos é, sem dúvidas, a relação mais importante da minha vida, nós realmente nos amamos e o filme consegue captar isso. Tem uma cena que captura perfeitamente esse sentimento. (…) Acontece do mesmo jeito que foi na vida real. Bernie era uma das pessoas que estava tentando me fazer parar de usar drogas. Eu não ouviria até anos mais tarde, mas ele não desistiu. Ele nunca desistiu de mim e ficou tão feliz e aliviado quando procurei ajuda.”

Elton contou, na mesma oportunidade, que nunca esteve na mesma sala com Bernie enquanto escrevia uma letra e que o outro nunca reclamou sobre as melodias que criava para elas, o que parece ter sido o arranjo perfeito para uma relação duradoura, essencialmente ligada, já que não possuía uma relação familiar tão profunda assim com exceção de sua avó, às raízes de Elton: aquelas onde criavam a música pela música, morando juntos, vivendo a noite londrina do anonimato e fazendo suas primeiras descobertas na fase jovem-adulta, enquanto recebiam uma remuneração semanal da gravadora para explorarem seu talento.

Assim foi escrito o Elton John, álbum de 1970. E assim também foi escrita a faixa “Your Song”, que abre o disco e se torna o primeiro grande sucesso da dupla. À revista Rolling Stone, ele disse que é “uma música perfeita, [que] fica melhor a cada vez que canta. (…)”, além de ter sido a canção mais rápida a ser composta por eles, já que, depois de receber a letra, sentou ao piano na casa de seus pais, onde estava morando, no mesmo dia, e conseguiu colocar nela uma melodia em vinte minutos. Mais uma vez, como se o destino se alinhasse para que Elton John acontecesse. Esse processo é retratado em uma das cenas mais significativas do filme, tanto em razão da amizade que parece concretizar em forma de canção a conexão construída em bastidores modestos, como também pela atemporalidade da música em si, o que a câmera de Fletcher consegue captar perfeitamente bem, pois, ainda hoje, mais de cinquenta anos depois, “Your Song” segue sendo repleta de camadas capazes de emocionar, o que Elton parece compreender bem: “Quanto mais velho fico, quanto mais canto aqueles versos, mais eles ressoam em mim”.

Elton John

A virada no filme e na carreira do cantor acontece quando ele atravessa o oceano e chega nos Estados Unidos, já com um catálogo promissor e uma agenda para tocar na tradicional casa de shows Troubadour, em West Hollywood, Califórnia, onde tudo acontecia: era o palco de nomes promissores, como Bob Dylan, Linda Ronstadt e Joni Mitchell, bem como o local onde os músicos faziam contatos (por exemplo, foi na calçada do lugar que Don Henley e Glenn Frey, dos Eagles, se conheceram), ou seja, representava a emergência inovadora da cena musical dos anos 1970, necessária para que Elton se destacasse, uma vez que também se encontrava na rota da imprensa da época.

A partir das primeiras críticas positivas, o resto é história. Elton John parece ter sido modelado para a indústria fonográfica estadunidense: diferente de muitos artistas britânicos, o mercado estrangeiro sequer hesitou em abraçá-lo de vez e torná-lo o ícone que pareciam precisar, emendando um sucesso atrás do outro no país e construindo uma carreira meteórica em poucos anos, que incluiu dois álbuns em 1971 — Tumbleweed Connection e Madman Across the Water, mais influenciados por suas vivências nos Estados Unidos e também pela sonoridade americana, denunciada em músicas como “My Father’s Gun” e “Tiny Dancer” —, que foram seguidos por um álbum a cada ano.

Toda essa loucura e rapidez com que as coisas aconteciam para Elton é retratada em frenéticas sequências embaladas por músicas já clássicas, feitos históricos, matérias de destaque na imprensa, sua mudança de estilo de vida e uma agenda muito lotada, afinal, ele e Bernie pareciam ter um hit na manga para cada projeto, ao menos até 1975, último ano em que lançou dois álbuns seguidos.

É neste ato, totalmente centrado na fama, onde realmente se mistura a glória e a decadência advinda do sucesso mundial, que a produção peca em termos de narrativa. Isso porque a história de Elton John é bastante conhecida, não apenas por aqueles que a acompanharam de perto, como pelo público geral. Não só de grandes momentos viveu um dos maiores artistas do mundo. Ao contrário, sua vida de excessos foi totalmente destrinchada, tanto nos anos 1970 como posteriormente, por isso, o momento em que ele chegaria em um ponto quase sem retorno em relação às suas dependências e condições neurológicas é bastante previsível.

Para além da música, das plumas, da purpurina e do sucesso, Elton anuncia já nos primeiros minutos do filme o que poderia ter sido o final de sua história. Em uma cena dramática, que deveria ter conferido o tom da produção mais do que realmente o faz, o cantor, ainda em seu macacão de palco vermelho em uma alusão a um anjo demoníaco, adentra uma clínica de reabilitação e se apresenta:

“Meu nome é Elton Hercules John. E sou alcoólatra. E viciado em cocaína. E viciado em sexo. E bulímico. E comprador compulsivo, com problemas com maconha, remédios controlados e controle de raiva.”

Elton John

Todo o filme é permeado por essa emblemática sessão de terapia, onde Elton destrincha sua vida desde a infância até como a combinação de fama, vícios e relações destrutivas poderiam ter dado fim à sua vida cedo demais. Ali, ele reflete que, para tudo havia conseguido dar um jeito até chegar naquele estado. Se ainda não tinha gravadora, poderia ir até uma e se apresentar, mesmo sendo tímido e apenas o pianista de uma banda de jazz conhecida somente localmente. Se tinha dificuldade para compor letras, Bernie apareceu. Se era tímido, o palco conseguia retirá-lo desse lugar introspectivo. Se o piano o limitava como artista num cenário em que Mick Jagger se maquiava e se movimentava pelo palco de maneira provocadora, a moda o havia elevado a outro patamar de showman. Se ele não havia sido amado, então John Reid, que se tornou seu agente, poderia fazê-lo.

A única coisa que não tinha jeito era o próprio Elton John. E, mais além, seus demônios interiores, cada vez mais aflorados em decorrência do nível de trabalho exaustivo, tendo lançado nove álbuns em apenas cinco anos; do relacionamento abusivo com John Reid, uma vez que, aparentemente, o agente o manipulou para chegar ao posto e, depois disso, passou a traí-lo e explorá-lo cada vez mais; do contato pouco afetivo com a família e da solidão advinda da fama, que parece colocar todos os artistas num patamar emocional compreendido apenas por aqueles que vivem essa experiência; fazendo com que revivesse seus traumas de infância, o que ele discute na carta ao The Guardian UK:

“Eu acho que estava tentando normalizar [escrevendo um diário] o que estava acontecendo, mas, na verdade, o que estava acontecendo comigo não era normal. Eu não estou reclamando, de forma alguma, mas não há maneira de você se preparar para isso. Eu não acredito que qualquer ser humano é, psicologicamente, preparado para lidar com todas essas coisas acontecendo tão rapidamente, me deixando sozinho com todas as neuroses voltando da infância.”

Com esses traumas antes escondidos sob a timidez e a polidez do jovem Elton, em sua fase de maior sucesso, é como se desse vazão a eles e à raiva por meio da excentricidade, do vício e do hedonismo sob o exagero de trajes coloridos, botas, plumas, chapéus, paetês e óculos coloridos, que se tornaram sua marca-registrada. A moda se torna um acessório de disfarce e não somente um complemento de sua persona para o palco, sendo um elemento de sua fúria, talvez inconscientemente, uma vez que toda a alegria de seus looks contrastam com a instabilidade de sua vida.

Assim é o retrato da segunda parte do filme, que explora em flashbacks o cenário caótico em que o cantor se encontrava. Há utilidade nessa narrativa dinâmica, pois estabelece o necessário, ou seja, demonstrar que o período retratado foi vivido de maneira frenética e sem ordem, mas, em contrapartida, há alguma superficialidade. Isso porque, a impressão que fica é que o filme é meramente um recorte de lembranças recordadas sem muita análise, pois as transições rápidas entre os acontecimentos mais marcantes dos bastidores retiram o peso real que tiveram, além de dar a impressão de terem acontecido em um espaço de tempo menor do que realmente foi, não servindo muito bem a quem está apenas de passagem pela biografia do artista.

Por terem sido lançados tão próximos, Rocketman inevitavelmente foi comparado com Bohemian Rhapsody (2018), a cinebiografia do Queen, que foi alvo da crítica por tentar “apagar” as polêmicas da banda de Freddie Mercury. Em promoção ao seu filme, Elton garantiu que isso não poderia acontecer, uma vez que sua história de excessos é bastante conhecida, embora os executivos tivessem tentado amenizar os acontecimentos. Ao The Guardian UK, o cantor falou:

“Alguns estúdios queriam diminuir o sexo e as drogas para que o filme recebesse uma classificação indicativa de 13 anos, mas todo mundo sabe que eu tive muito dos dois durante os anos 1970 e 1980. Então, não parecia haver muito sentido em fazer algo implicando que depois de cada show, eu voltava silenciosamente para o meu quarto de hotel com apenas um copo de leite morno e a bíblia como companhia.”

Muitos dos excessos e decisões erradas de Elton realmente estão no filme e, apesar de alguns momentos pesados e, definitivamente, tristes, serem explícitos, uma vez que se acompanha o cantor definhando nos bastidores em contraste à sua energia nos palcos, quase todos são rapidamente cortados por um número musical, como se a produção tivesse receio de deixar de fora um sucesso do cantor, sendo a mais marcante delas a cena onde há uma tentativa de suicídio ao se jogar na piscina de sua mansão durante uma festa, bêbado e totalmente dopado por remédios.

A sequência é adequadamente embalada por “Rocket Man”, a qual essencialmente retrata a solidão da fama e a distância de si mesmo e do mundo normal em versos como: “Eu sinto tanta falta da terra/ Eu sinto saudades da minha esposa/ É tão solitário no espaço/ Em um vôo tão eterno/ E eu acho que vai demorar muito, muito tempo/ Até que a aterrisagem me traga de volta para descobrirem/ Que eu não sou o homem que eles pensam que eu sou”.

Apesar da música-título, a cena seguinte, que mostra o resgate por parte dos socorristas até o atendimento no hospital, tem toda a sua tensão quebrada pelo número musical, pois não permite saber a extensão real desse acontecimento, tendo em vista que termina em um dos mais emblemáticos shows da carreira de Elton John, onde, com o uniforme customizado do time de beisebol, tocou para mais de cem mil pessoas no Dodgers Stadium, em Los Angeles, em outubro de 1975. Isso serve para justificar a forma como ele “conciliava” sua rotina de vícios e excessos com o trabalho em um ritmo incessante, sendo capaz de aguentar, muito provavelmente, em razão de drogas e remédios prescritos, pois é demonstrado como Reid, seu agente, lotava a agenda do artista visando o seu momento mais lucrativo na indústria.

Como já sabemos o final dessa história, os elementos concretos que tornariam Elton John mais humano e menos astro do rock, os quais seriam essenciais para conferir sentido ao peso do que, frequentemente, são abordados pelo próprio artista, que já declarou que poderia estar morto em razão da dependência química, são cortados na intenção de manter a ludicidade que rodeava o Elton dessa época, ao menos em aparência, para causar o efeito do contraste do palco com a vida real, que ocorria sob as plumas. Isso é algo que o próprio artista confirma ao The Guardian UK:

“E alguns estúdios queriam que tirássemos o elemento da fantasia e fizéssemos uma biografia ‘honesta’, mas isso faria com que perdesse o sentido. Como eu disse, eu vivia em minha própria realidade enquanto criança. E quando minha carreira aconteceu, foi de uma maneira que quase não parecia real para mim. Eu não era um sucesso, de forma alguma. Eu estava andando por aí nos clubes, fazendo música, escrevendo canções com Bernie e tentando vendê-las para pessoas que não estavam interessadas por quatro ou cinco anos antes de qualquer coisa grande acontecer. Mas quando aconteceu, foi como um míssil: tem um momento em Rocketman quando estou tocando no palco do Troubadour em Los Angeles e tudo na sala começa a levitar, inclusive eu… E honestamente, era assim que me sentia.”

Em detrimento desses momentos, que podam parte do ritmo do filme, Taron Egerton consegue captar muito bem cada nuance do Elton a ser retratado na tela, do tímido ao genial, do difícil de conviver ao frustrado e solitário, sendo o responsável por engrandecer cenas simples, mas dolorosas, como uma sequência embalada pelo silêncio de um casamento vazio de quatro anos com Renate Blauel, onde Elton coloca bebida alcoólica em seu suco logo no café da manhã e, sem precisar dizer nada, nota na decepção do olhar da esposa, o fundo do poço rodeado de luxo em que vive; ou ao incorporar a tensão que começa anteceder cada show, antes de as cortinas se abrirem para o público, sendo efetivo ao deixar claro, nas entrelinhas de toda a produção, que que um dos maiores problemas de Elton foi a longa fase onde não compreendia a si mesmo.

Elton John

Com acesso aos diários do cantor, o ator pôde ter um bom vislumbre de como sua mente funcionava nesse período, conseguindo notar que a falta de compreensão sobre si mesmo o levava a se olhar pelos olhos do público, entregando o que este queria do jeito que funcionava para que o show pudesse continuar; sem entender como podia ser tão introspectivo e centrado em seu próprio mundo em detrimento de suas performances estrondosas no palco (a ponto de julgar precisar das drogas para uma boa performance), ao mesmo tempo em que se via muito diferente daqueles que o rodeava, pois assim funcionam as mentes excêntricas, de forma que quem o compreendia era uma exceção — como Bernie Taupin, que conseguia dar sentido e firmeza à quem Elton era.

Com Egerton fazendo um uso hercúleo de sua sensibilidade e dedicação ao papel para conferir camadas e mais camadas de humanidade ao lendário artista, ao invés de retratá-lo no piloto automático que era sua vida na época, é totalmente descabida a falta de indicação ao Oscar de Melhor Ator, pois é ele quem capta todas as nuances do que Rocketman tem a intenção de entregar, nas palavras do próprio Elton John: “caótico, divertido, louco, horrível, brilhante e obscuro. Obviamente nem tudo é verdade, mas é a verdade”.

Sendo o ator responsável para que o filme se sobressaia em complexidade, não é muito difícil fazer com que a produção como um todo seja interessantíssima para quem acompanha de perto o cenário musical, mesmo com sua escolha narrativa questionável, tendo em vista que, para além das conhecidas canções se encaixando perfeitamente no departamento musical em boas execuções do elenco, Elton John é um desses artistas que se fundem ao seu tempo, como se um precisasse do outro em uma relação mútua, que só teve a agregar à cultura pop tal foi sua contribuição em termos de genialidade musical, autenticidade, moda e comportamento.