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Cisnes Selvagens: memória e trauma na vida de três mulheres chinesas

A história de alguns acontecimentos e lugares muitas vezes acaba sendo preterida por outras. Você já se perguntou por que conhecemos tanto sobre o Ocidente e quase nada sobre o Oriente? Ou por que nosso conhecimento em relação aos países asiáticos é tão pobre? É porque, infelizmente, a História é eurocêntrica, ou seja, quase sempre o enfoque de tudo volta-se para a Europa.

Talvez por isso Cisnes Selvagens, livro de Jung Chang, seja tão especial. Lançado em 1991, a obra joga a derradeira pá de cal no comunismo, embora sua importância vá além. Cisnes Selvagens permite que mulheres contem, a partir da perspectiva delas, a história da China, desde os tempos feudais até a Revolução Cultural. Chang dá voz aos acontecimentos que atravessaram a vida de sua avó, de sua mãe e dela mesma para mostrar as mudanças pelas quais o país passou, em uma espécie de livro de memórias e História. A memória e a história são perpassadas pela questão de gênero, desde a mutilação dos pés de sua avó para se tornar atraente enquanto concubina até a proibição da demonstração de emoções por parte das mulheres, já que isso poderia ser tomado como um impulso burguês.

Jung Chang encontrou na escrita uma forma de expurgar os traumas pelos quais havia passado enquanto crescia na China de Mao Tsé-Tung. Ela viu sua mãe ser condenada como “sequaz do capitalismo”, tendo que passar pelas famosas assembleias de denúncia durante a Revolução Cultural — logo sua mãe, uma funcionária muito devotada ao Partido Comunista. Seu pai, também uma autoridade do Partido, fora igualmente condenado, fazendo com que os propósitos de Mao começassem a ser questionados pela autora. Cisnes Selvagens mostra como os estilhaços da história da China atingiram sua família e a fizeram amadurecer antes do esperado.

A avó

Cisnes Selvagens

A história de Cisnes Selvagens começa em 1924, quando, aos 15 anos, a avó de Jung, Yu-fang, tornou-se concubina de um general-caudilho. O casamento foi arranjado pelo pai dela, que ambicionava um futuro “melhor” para a filha e para si. O pai de Yu-fang não se importava com o fato de que ser concubina era algo mal visto socialmente. Ele queria subir na vida e, por meio da ligação da filha com o general-caudilho, conseguiu um posto de autoridade na polícia. Dessa forma, Cisnes Selvagens mostra que o destino de uma mulher na China dos anos 20 não era decidido por ela.

Yu-fang foi criada pelo pai para ser uma beldade na cidade onde moravam, Yixian. Desprezando a ideia de que era virtuoso uma mulher de baixa classe ser analfabeta (pensamento que permaneceu até a Revolução Cultural), ele mandou a jovem para uma escola feminina em 1905. Além disso, Yu-fang aprendera a jogar xadrez chinês e a tocar qin, um instrumento similar à cítara. Segundo Jung Chang:

“Minha avó era considerada a beldade da cidade. O pessoal local dizia que ela se destacava ‘como grou no meio das galinhas’. Em 1924 ela tinha quinze anos, e o pai se preocupava com o tempo passando sobre seu único bem de fato — e sua única oportunidade de uma vida confortável.”

Não eram apenas as habilidades de Yu-fang que a tornavam uma jovem atraente: seus pés enfaixados e mutilados também eram motivo de suspiros. Ela, assim como muitas mulheres chinesas do período, teve os pés enfaixados desde a infância (no caso dela, desde os dois anos). Seus pés eram chamados de “lírios dourados de oito centímetros”, e muitos homens sentiam-se atraídos pelo caminhar delicado dessas mulheres, que não conseguiam equilibrar os pés no chão.

A prática de enfaixamento fora introduzida cerca de mil anos atrás, diz-se que por uma concubina do imperador. A visão dessas mulheres cambaleantes, como dito anteriormente, era considerada atraente, juntamente com os sapatinhos que elas usavam. Jung conta que sua avó teve dores durante toda a vida em consequência ao enfaixamento, e que, quando criança, Yu-fang chorava e implorava para que sua mãe retirasse os panos que cobriam seus pés. A mãe também chorava e dizia que não podia fazer isso, pois arruinaria qualquer chance de Yu-fang ter uma vida melhor. Embora tal prática não exista mais, ela faz refletir sobre os tipos de violência simbólica pelos quais uma mulher tem de passar em nome da beleza. Outras formas de controle, como o sutiã, também violentam o nosso corpo, ainda que não da mesma forma que enfaixar os pés, mas atuam para educar nossos corpos sobre o que é atraente e o que não é. E na China de Yu-fang ter os pés enfaixados era motivo de glória.

A ligação de Yu-fang com o general Xue Zhi-heng trouxe muitos infortúnios, mas uma única felicidade: a pequena Bao Qin, mãe de Jung Chang. No começo, parecia realmente que as coisas mudariam para Yu-fang, mas tão logo sua ligação com o general foi oficializada, ela teve de enfrentar uma mudança para uma casa isolada, em uma cidade distante dos pais. Apesar do conforto em que vivia, ela era vigiada por funcionários que poderiam destruir sua relação com o general caso não gostassem dela, fazendo fofocas e coisas do tipo. Por isso, Yu-fang vivia em constante tensão, tendo de agradar os funcionários para que eles não falassem mal dela e arriscassem sua fabricada harmonia. O general tinha longos períodos de ausência por causa de sua posição, e também pelo fato de ter outras concubinas, logo, Yu-fang não tinha muito o que fazer sozinha em seu casarão.

Depois de muitos outros infortúnios, Yu-fang casou-se com o Dr. Xia, talvez um dos poucos homens dignos de todo o livro. Ele era muito mais velho que a jovem, beirava, na época, os 50 anos, e a aceitou juntamente com sua filha. Dr. Xia tinha uma personalidade calma e se apaixonou por Bao Qin, criando-a como se fosse sua. Tudo seria um mar de rosas se a família dele não tivesse desaprovado a união com veemência e feito da vida de Yu-fang um inferno. Quando uma mulher se casava, a família tinha a obrigação de respeitá-la, independentemente da idade. Os filhos do casamento anterior do Dr. Xia não aceitavam que ele se casasse com uma mulher tão jovem, ainda mais uma ex-concubina, portanto, quando o casamento se consumou e não havia mais alternativa, as maldades deles se voltaram contra a filha de Yu-fang. Um dia, um dos filhos do Dr. Xia quase matou a pequena Bao Qin, e depois dessa atitude tão radical, Dr. Xia decidiu abrir mão de seus bens para ter uma vida sossegada com a esposa e a filha de criação.

Apesar desses percalços, Bao Qin cresceu cercada de muito amor por seus pais. Ao sermos introduzidas à vida dela, começamos a perceber que sua infância e adolescência foram atravessadas pela fome, desigualdade social e pela guerra de um jeito diferente do que as da mãe. Ela parece mais incomodada com esse contexto do que a mãe, e mais consciente de que seu papel não era na esfera privada, e é interessante perceber o choque entre dois pensamentos à medida que avançamos a leitura de Cisnes Selvagens.

A mãe

Cisnes Selvagens

Bao Qin cresceu sob o domínio dos japoneses, durante a Segunda Guerra Mundial. Cisnes Selvagens revela tantos acontecimentos e realidades novas que pode se tornar confuso — talvez porque a história abordada pelo livro não foi contada nos livros didáticos. No caso da infância de Bao Qin, as informações que temos previamente sobre o domínio japonês na época da guerra é pouca, senão totalmente desconhecida. É engraçado, porque pensamos que o Japão só entra na guerra quando falamos sobre Pearl Harbor e a bomba atômica, mas não é o caso. Cisnes Selvagens revela que as relações entre a China e o Japão nem sempre foram amistosas, principalmente no período de dominação:

“Quando as crianças locais passavam por um japonês na rua, tinham de curvar-se e dar passagem, mesmo que o japonês fosse mais novo que elas. As crianças japonesas muitas vezes detinham crianças locais na rua e as esbofeteavam, sem motivo algum. Os alunos tinham de fazer uma elaborada mesura aos professores toda vez que os encontravam.”

Bao Qin sofreu neste ambiente, como muitas crianças da época, porque tudo de melhor ia para os japoneses, inclusive a comida. Quando houve escassez de mão de obra por causa da guerra, as crianças foram designadas para trabalhar. E, claro, os serviços mais pesados ficavam a cargo das crianças chinesas. Bao Qin foi convocada para trabalhar em uma fábrica têxtil, e as condições de vida dela e de outras meninas chinesas eram as piores possíveis:

“As meninas da terra [chinesas] tinham de caminhar seis quilômetros na vida e na volta todo dia; as crianças japonesas iam de caminhão. As da terra ganhavam uma papa rala feita de milho mofado, com bichos mortos flutuando dentro; as japonesas recebiam refeições embaladas de carne, legumes e frutas.”

A guerra, a fome e a desigualdade fizeram com que Bao Qin crescesse questionando os valores daquela China. Embora fossem de gerações diferentes, os pais dela eram mais liberais, deixando para a filha a decisão de escolher o marido. Não era comum à época tamanha liberdade, uma vez que casamentos arranjados ainda eram a regra. Bao Qin não queria se casar com alguém de quem não gostava e, inclusive, em uma passagem engraçada, conta como detestou um garoto que quis impressioná-la com inteligência, mas que no fundo só estava sendo arrogante. Ela tinha muita consciência de seu papel social e transgredia as regras, algo que foi fundamental para que ela se juntasse à causa comunista.

Na China, o símbolo da desigualdade chamava-se Kuomintang. Esse partido, fundado após a queda do imperador e a ascensão da república chinesa, inicialmente tinha o objetivo de estabelecer um pouco de ordem em um país que ainda era feudal sob muitos aspectos. Mas é claro que não deu certo. Para se ter uma ideia, um dos cartazes mais famosos do Kuomintang dizia: “Entrada proibida a cachorros e chineses”.

Depois de terem lutado lado a lado, o Kuomintang e seus opositores, se deu uma disputa pelo território chinês. Os americanos ajudaram Chang Kai-shek, líder do partido, a enviar tropas para ocupar toda a China. O que deixava Bao Qin muito irritada em relação ao Kuomintang era a corrupção, um câncer no país, já que os mais fortes sempre procuravam beneficiar a si mesmos ou a suas famílias. Os comunistas de Mao Tsé-Tung pareciam ter uma proposta mais atrativa, que ia ao encontro do que Bao Qin desejava para seu país. Eles prometiam dar fim às injustiças contra as mulheres, por exemplo. Mas foi a morte de seu primeiro namorado, o Primo Wu, pelo Kuomintang, que selou a virada de Bao Qin para o lado comunista.

Mais tarde, descobrimos que militar no Partido Comunista também não era um mar de rosas. Por mais que o comunismo fosse revolucionário de muitas formas, ele não era suficiente para apagar a questão de gênero. As mulheres eram tratadas de maneiras diferentes, submetidas a “provas” diferentes, para poderem estar lá. É como se tivessem de provar, o tempo inteiro, que eram dignas. Além disso, elas tinham de se despir de toda e qualquer vaidade, como se isso afetasse sua competência. Na China de Mao, as mulheres eram proibidas de usar determinadas cores, porque poderia parecer um capricho burguês. Eram proibidas de ler romances. Comprar um tecido colorido era considerado uma ousadia, e Bao Qin só o fez porque estava protegida pela Sra. Ting, uma autoridade do Partido. De outro modo, jamais poderia fazê-lo.

Cisnes Selvagens

Porém, nenhuma provação foi maior para ela do que o casamento com um homem incorruptível, Wang Yu, o pai de Jung Chang. O livro levanta a questão espinhosa sobre o dever e o amor. Wang Yu foi um homem de muitos deveres, e ele se arrependeria disso ao perceber que sua devoção ao Partido Comunista não lhe valeria nada, já que seria exilado em um campo de trabalho e taxado de “sequaz do capitalismo” nos anos 60/70. Na China de Mao, o amor era burguês demais e o que valia era a devoção à causa comunista. Um dos grandes arrependimentos de Bao Qin foi não ter dado a devida atenção aos quatro filhos, porque estava ocupada demais em transformar a sociedade chinesa. É interessante perceber como os valores comunistas atravessaram a família de Chang e fizeram com que as relações dessa família só tivessem algum tipo de aprofundamento quando todos estavam na lama, na época da Revolução Cultural.

Bao Qin era casada com um homem que levava muito a sério os valores comunistas. Dessa maneira, ela foi poupada de inúmeros privilégios, porque Wang Yu não queria que as pessoas associassem o comunismo ao Kuomintang. Em uma das passagens mais dilacerantes de Cisnes Selvagens, Bao Qin sofre um aborto porque o marido não quis levá-la para casa. Na época em que passava pelas provações para entrar para o Partido Comunista, ela tinha de marchar e começou a se sentir mal. Pediu para o marido, que estava em um carro, para levá-la para casa. Ele recusou e disse que ela fosse a pé, como era esperado dela. Bao Qin caminhou, passando mal durante todo o caminho, e ao chegar em seu abrigo, desmaiou. Quando Wang Yu chegou, ela estava lavada em sangue. Os médicos foram chamados e então soube-se que ela estava grávida e tinha sofrido um aborto espontâneo. Wang Yu carregaria essa culpa para o resto da vida, mas ele sabia que precisava sacrificar sua vida pessoal em prol de uma causa na qual acreditava.

O Grande Salto para Frente marcou o início da derrocada da família de Chang. Mao ordenou que todos começassem a produzir aço para acelerar o crescimento do país. No entanto, ele estava esquecendo que havia milhões de pessoas a serem alimentadas e que sem os campos a economia do país não andaria. O resultado foi uma fome generalizada, o que enfraqueceu o poder de Mao. A Revolução Cultural, nos anos 60, só viria coroar a mudança de rumos.

A filha

Cisnes Selvagens

Jung Chang cresceu em um lar privilegiado, porque seus pais eram autoridades do Partido. Mais do que isso, ela viu uma China muito diferente daquela de sua avó e mãe. Em certos aspectos, era uma China muito melhor do que a da era feudal, ainda que algumas desigualdades predominassem. As mulheres tinham alguma autonomia, até porque a mãe da autora era uma grande autoridade do Partido. Contudo, a Revolução Cultural mergulharia a China em um caos que durou até, praticamente, a saída de Chang do país, em meados dos anos 60.

A Revolução Cultural foi uma tentativa de Mao de recuperar o poder que ele acreditava estar perdendo, já que não era ele quem de fato governava a China. Começou primeiro condenando intelectuais, pintores e escritores, pois ele, juntamente com a Sra. Mao, achavam que filmes e peças estavam representando o marechal Peng de-huai, opositor do Grande Salto para Frente. Os Mao rotularam essas pessoas de “autoridades burguesas reacionárias”. Depois, ordens foram repassadas aos membros do Partido para que eles pegassem outros reacionários. Terminou mal. As autoridades do Partido estavam fartas de perseguições e assembleias de denúncia, de modo que nada fizeram em relação às ordens de Mao. Elas queriam ter uma vida normal, principalmente depois dos expurgos de 1956, no qual a mãe de Jung Chang foi, inclusive, denunciada e investigada. Mao não viu outra alternativa a não ser criar um bode expiatório: a máquina do Partido estava contra ele. Assim, convocou a população no jornal a lutar contra esses inimigos, um “varrimento dos diabos bois e demônios serpentes” (inimigos de classe). Começava a Revolução Cultural.

A Revolução Cultural deu munição para que pessoas fossem denunciadas e condenadas com base em inimizades. Ressentimentos antigos fizeram com que autoridades do Partido fossem denunciadas, pois havia uma inveja muito grande de quem havia ascendido dentro dali. Mais do que isso, a brutalidade sem precedentes marcou esse evento. Chang conta que seus colegas prenderam professores suspeitos nas salas de aula, além de agredi-los. Todo mundo, de repente, era inimigo.

Na esteira desses acontecimentos, temos o coração da autora extremamente dividido entre o culto a Mao e ao que começava a acontecer a sua família. Jung tinha aprendido a amar Mao, mas não entendia por que seus pais, que haviam se dedicado tanto ao comunismo, foram acusados de serem “sequazes do capitalismo”. Mesmo com todas essas dúvidas, ela se juntou à Guarda Vermelha, uma espécie de tropa de choque do líder. Ser filha de altas autoridades, nessa primeira fase da Revolução Cultural, fez com que ela pudesse se juntar à Guarda. Ela peregrinou por toda a China, mas seus colegas achavam que ela não servia para isso. Não era para menos: diferentemente deles, Jung questionava sua devoção a Mao o tempo inteiro. Se eles soubessem disso, poderiam condená-la.

Os acontecimentos na vida de Chang introduziram-na à vida adulta cedo demais. Com 13 anos, ela tinha de assistir às famosas assembleias de denúncia — e eram seus pais os denunciados. A pessoa costumava ficar em pé em cima de uma mesa, às vezes durante horas, e tinha de “confessar seus crimes”, todos os dias. Em um desses dias, a mãe de Jung teve um sangramento, mas não pode ser levada ao hospital. Era preciso aguentar aquela tortura. Já o pai dela obteve uma punição muito mais forte do que a mãe: isso porque ele desafiou o sistema ao dizer que se aquelas coisas estavam sendo mandadas por Mao, então o presidente estava errado. Isso equivalia à morte. O pai de Jung apanhava muito mais nas assembleias, mas mantinha sua posição e jamais voltou atrás no que disse.

Jung Chang sofria muito com a condenação de seus pais, mas não podia demonstrar, uma vez que aquilo seria usado contra ela depois. Era comum filhos denunciarem pais, por isso a postura dela desagradava, uma vez que ficou ao lado deles até o dia em que foram libertados do rótulo de sequazes do capitalismo. Por causa de todos esses acontecimentos, a autora tinha uma devoção imensa pela família. Sentimentos amorosos e desejo eram coisas que não faziam parte da adolescente Jung Chang, uma vez que eram insignificantes demais perto do que acontecia a sua família.

Uma escrita da memória e do trauma

Muito mais do que revelar um lado desconhecido da China, a escrita de Jung Chang tem a função de curar o trauma e restaurar a memória. Quando contamos algo, ressignificamos aquele fato, fazendo com que ele não desapareça. Por mais dolorosas que as memórias de Chang sejam, ela precisou passar pelo processo de escrever um livro como Cisnes Selvagens para poder conviver em paz com seus fantasmas.

Tamanha coragem teve um preço: os livros de Jung Chang foram banidos da China e, acredito, que ela também não possa mais voltar ao seu país de origem. Dessa forma, vejo em suas outras obras, como A Imperatriz de Ferro e Mao, uma tentativa de estar sempre em contato com suas origens e seu passado. É escrevendo sobre o passado que acredito que ela ressignifique, a todo momento, quem ela é. Em Cisnes Selvagens Jung Chang descobre que é indissociável de sua família, de sua mãe e avó, porque essas mulheres influenciaram a sua pessoa. É um movimento muito interessante de ver dentro de uma obra que mistura memória com história.

Cisnes Selvagens é um livro que eu facilmente recomendaria a qualquer pessoa que deseja ter uma experiência visceral sobre memória e história. Você vai sair transformado dessa jornada, não só porque se deparará com uma China um pouco desconhecida, mas porque ela nos coloca frente a frente com a nossa própria existência. Sobre resiliência, essa palavra tão bonita, mas que Cisnes Selvagens nos ensina o verdadeiro significado.


** A arte em destaque é de autoria da nossa colaboradora Carol Nazatto. Para conhecer melhor seu trabalho, clique aqui

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3 comentários

  1. Já está na minha lista! Você já leu “As Boas Mulheres da China”? Trata em parte do mesmo período e mostra as condição feminina na China. É impossível não se emocionar e sofrer com as histórias relatadas no livro.

  2. Só faço uma correção: Nunca existiu comunismo de fato na China.
    O que Mao Tse impôs foi uma ditadura que ELE chamava de comunismo como forma de justificar seus absurdos.

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