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5 girl groups sul-coreanos para conhecer

O que seria da mulher brasileira amante de cultura pop sem a música pop coreana? Pessoalmente falando, eu estaria em frangalhos, sozinha e desamparada. Seja com a mais nova música do Twice, um bate panela bem barulhento ou aquele grupo inovador e completamente subestimado, o k-pop sempre dá um jeitinho de entrar em nossos corações. E como sou uma boa amante de girl groups, sinto que estou vendo performances e virando fã do trabalho das minhas melhores amigas.

Pensando nisso, decidi escrever sobre os girl groups que mais me fazem companhia nessa vida, para que, quem sabe, vocês não possam conhecer e ganhar suas próprias melhores amigas.

Girls’ Generation

Nome do Fandom: Sone
Membros: Sooyoung, Tiffany, Hyoyeon, Seohyun, Yuri, Sunny, Taeyeon e Yoona
Minhas favoritas-que-ninguém-perguntou: Sooyoung e Seohyun

Preciso começar pelo grupo responsável pela criação de expressões como “pavimentou o caminho”, “correu para que elas pudessem andar” e todas as demais frases que utilizam para exaltar a superioridade de um artista. Brincadeiras a parte, estou falando do famoso grupo da SM: Girls’ Generation, também conhecido como Sonyeo Sidae (SNSD), Soshi, GGs. Meu amigo Vinicius, o maior Sone que conheço, as definiu como “pioneiras” (e pediu para ser citado como o maior fanboy de girl groups nesse texto).

Tudo isso porque as GGs foram responsáveis por grandes hits no k-pop, fazendo uma nação inteira dançar de felicidade, e como a música pop é o remédio para curar todas as feridas, o single “Gee”, lançado dois anos depois da estreia do grupo, se tornou a música mais popular dos anos 2000 na Coreia. Não que a iniciante “Into the New World” não tenha sido estrondosa, porque foi. E considero um dos debutes mais bonitos que existem… pode procurar, todo grupo de k-pop tem uma performance cantando e dançando “Into the New World” com toda a força de seu coração.

Com as Soshi foi sucesso atrás de sucesso: as roupas de marinheira sexy em “Genie”? Sucesso. Os passinhos de “Run Devil Run”? Sucesso! Cantar “Oh!” pro seu oppa em um campo de futebol americano enquanto usa shortinhos e botas rosas? Sucesso! Pena que elas odiaram homenagear oppas… eu amei. Quando o grupo já estava bem consolidado, foi a vez do lançamento de “The Boys” que tem o icônico grito “GIRLS GENERATION MAKE YOU FEEL THE HEAT” e depois disso, tudo que foi lançado no k-pop foram meras tentativas. Depois disso, elas ainda lançaram mais uns bons hits, fizeram batalha de vozes em “Mr. Mr.”, bateram recordes, foram sucesso no Japão e nas paradas da Billboard e aí… Polêmica!

A integrante Jessica, uma das tantas estadunidenses do GG, saiu do grupo. Oookay-okay! Foi o maior babado! Segundo a declaração que ela escreveu, foi ela quem decidiu se desligar, óbvio, a gata não vai sair por baixo, né? Mas depois descobrimos que não foi bem assim… dizem até que rolou votação interna para decidir se ela continuava ou não, Boninho da SM coordenando tudo e no final, Jessica foi expulsa por questões de afinidade mesmo, histórias de querer vender roupas de manhã e ser idol à tarde.

Fofocas à parte, Girls’ Generation se consolidou como as Rainhas da Segunda Geração do k-pop, além de ter uma das melhores discografias do gênero e serem donas de umas das melhores histórias envolvendo “diferenças artísticas”. Uma salva de palmas!

Aespa

Nome do fandom: MY (significa “meu amigo precioso”, mas também pode ser … Conceito)
Membros: Karina, Winter, Giselle, Ningning, (e os alter egos æ-Karina, æ-Winter, æ-Giselle e æ-Ningning — é muito conceito)
Minha favorita-que-ninguém-perguntou: Winter, mas assim como as estações mudam, minhas favoritas do æspa também!

O que dizer do Aespa? Elas também são da SM, mas é um conceito totalmente diferente do que foi o Girls Generation. Confesso que quando elas foram surgindo, eu como boa velha ranzinza que sou logo pensei “Ih, isso aí não tem futuro não” e continuei assim até depois de ter assistido o MV de “Black Mamba”, música de estreia delas. Mas olha, como é bom olhar para trás e rever nossos erros!

As vespinhas vieram com esse conceito tecnológico de ter uma versão avatar (as famosas avatar experience æ) e isso faz com que elas existam no mundo real e no mundo virtual, como se fossem joguinhos de videogame. Para vocês terem ideia da mente de psicopata por trás desse grupo, o velho Lee Soo-man fez uma apresentação, tipo Steve Jobs apresentando um novo iPhone, só para falar do universo criado pelo e para o grupo. Pois assim surge, em 2020, as quatro integrantes e suas quatro versões virtuais cantando e dançando sobre destruir o vilão Black Mamba, pedindo ajuda da assistente virtual Nævis para entrar em Kwangya e lançando músicas atrás de músicas que mais parecem novas tentativas de recriar “Bohemian Rhapsody” no k-pop.

Eu fui pega por elas com “Next Level”, que muda do hip-hop para a música romântica para o batidão experimental em questão de segundos, é tudo muito bom! Freddie Mercury ficaria orgulhoso da quantidade de músicas em uma só. Depois disso, elas deram mais uma sumidinha e fiquei me perguntando “nossa por onde andam as minhas computações gráficas favoritas do k-pop?” e elas PÁ! chegam com Savage, um mini álbum que não tem UMA música ruim. O que não surpreende pois Aespa sempre nos entrega qualidade e aí, quando você menos espera, está assistindo vídeos de meia hora analisando as entrelinhas de cada mv e gritando “Oh my gosh! Don’t you know I’m a… Savage?!” enquanto lava as louças.

Oh My Girl

Nome do fandom: Miracle
Membros: Hyojung, Mimi, YooA, Seunghee, Jiho, Binnie e Arin
Minhas favoritas-que-ninguém-perguntou: Seunghee, Mimi e YooA

São tantas coisas a falar do OMG! Primeiro, elas são um grupo da empresa WM Entertainment que debutou em 2015 e que batalhou muito para ser um dos girl groups mais famosos da atualidade na Coreia. Os três primeiros anos do grupo tem uma coletânea de músicas que fazem muita falta no k-pop atual: suaves, leves, cheias de refrescância e com algumas baladinhas românticas para ouvir com a cabeça apoiada na janela do carro.

Mas nada disso foi o que me fez conhecer o grupo, e sim os vídeos recomendados no YouTube sobre a JinE, ex-integrante que saiu por problemas com transtornos alimentares (sou fofoqueira demais, por Deus). A JinE não tinha posição main ou lead no grupo, era vocalista, mas fez história com tantos vídeos sendo feitos sobre os comentários negativos com os quais lidou por causa de gente doida que não respeita a saúde dos idols.

Mas sim, voltando ao Oh My Girl. O primeiro prêmio do grupo em music shows aconteceu na era Secret Garden, em 2018, exatos três anos depois da estreia delas. No mesmo ano, elas participaram do Queendom, um reality que envolve girlgroups competindo entre si para conseguir conquistar mais popularidade, foram super bem mas acabaram em segundo lugar pois como competir com o carisma de Mamamoo? Enfim, eram apenas mais um grão de sal no grande mar morto de música pop coreana.

Em 2019, elas decidiram quebrar o tabu e fazer o que nenhum girl group no k-pop ousa fazer: vieram ao Brasil! Em turnê! Por quatro cidades! Com cinco shows! Tiveram até que gravar vídeos reagindo as mágicas do Pyong Lee enquanto ele fazia piadinhas em português com elas, foi tudo muito agradável, claro. Felizmente chegou 2020, trazendo a era Nonstop, a minha presença no fandom delas (essencial para a carreira) e a certeza de que o grupo não tinha mais freios. Daqui para frente era nonstop! A Coreia não conseguia mais parar de fazer a dancinha de “Dolphin” (b-side do álbum que fez tanto sucesso quanto a title “Nonstop”). Como é bom ver os refrescos chegando para as nossas meninas, que nunca mais precisarão fazer outro vídeo reagindo a truques de ilusionismo de um brasileiro aleatório.

Esse ano elas já tiveram comeback lançando o EP Dear OHMYGIRL, com a música “Dun Dun Dance” como title, que se você ouvir direitinho, consegue pegar a YooA xingando o Bolsonaro, pois só ela sabe as monstruosidades que viu desse governo na turnê do Brasil. O novo mini álbum segue a fórmula de sucesso do mini álbum anterior, “Nonstop”, e de todo o restante da carreira delas, ou seja, entrega música pop de qualidade e dancinha para fazer quando quiser ser feliz! Simplesmente Oh My Girl.

Para mim, o OMG é um dos grupos mais incríveis em termos de entregar uma teatralidade e intensidade nas performances, e ao mesmo tempo ser um grupo leve como uma pena, que nos passa calmaria em meio à furação. Todo esse comeback/remember/têbetê foi para convencer vocês a ouvirem a discografia e assistirem aos music videos do grupo, porque elas conseguem colocar um sorriso no rosto da mais acizentada e ranzinza das jovens brasileiras (eu!).

LOONA

Nome do fandom: Orbit
Membros: Heejin, Hyunjin, Haseul, Yeojin, Vivi, Kim Lip, Choerry, Jinsoul, Yves, Chuu, Gowon e Olivia Hye
Minhas favoritas-que-ninguém-perguntou: todas, mas agora estou na minha fase mais Gowon

LOONA é o motivo pelo qual eu consumo k-pop do jeito que consumo hoje em dia. “Cheer Up” do Twice foi o meu primeiro contato, BLACKPINK foi o contato mais íntimo e LOONA foi a Alice caindo com tudo na toca do coelho rumo ao País das Maravilhas. Não quero ser aquela pessoa que em qualquer menção ao grupo copia e cola o inicio da página do Wikipedia delas, mas agora serei obrigada: “LOONA (estilizado como LOOΠΔ ou ㅇㄷㅇㅅㄴ), também é conhecido como “Garota do Mês” (hangul: 이달의 소녀)”. Dito isso, o conceito do grupo começou com uma garota sendo introduzida por mês até que no final todas se encontravam e finalmente debutavam enquanto grupo. São doze meninas para os doze meses do ano, formando assim, a Garota do Mês. E qual o melhor jeito de fazer isso? Covers? Fotos? Calendários? Não! Com teorias da conspiração sem fim!

Lançaram uma música solo para cada membro, com clipe e tudo. E somaram isso com sub-grupos toda vez que quatro membros fossem lançadas. E adicionaram também pequenas pistas em cada MV de que, talvez, essas membros estivessem perdidas em diferentes universos, procurando uma as outras. E assim que elas se reunissem em um grande music video chamado “Hi High” poderiam, então, seguir juntas rumo à Lua, ou seja lá qual teoria você seja mais adepto.

O LOONA debutou oficialmente em 2018 com “Favorite”, mas não fez sucesso e todo mundo decidiu ignorar e fingiu que “Hi High” foi o début oficial. A primeira membro, Heejin, foi lançada lá em 2016, por isso os fãs ficaram tanto tempo martelando Stan LOONA! O grupo ganhou força primeiro com a sexta garota, Kim Lip e seu solo “Eclipse”, depois com a décima garota, famosa Chuu em seu solo “Heart Attack” e o internacionalmente reconhecido “Chuu Heart” (faz a maçã com a mão e morde para virar coração… Fofo).

Mas o LOONA não é apenas seu projeto milionário de pré-début, que até hoje deixou a empresa com nome no Serasa. Minha amiga Letícia, grande fã de Seventeen, disse que elas são a versão feminina deles e eu fiquei feliz pois tudo que aproxima minhas melhores amigas coreanas dos idols mais famosos do k-pop tem meu apoio!

Elas se movimentam em perfeita sincronia, fazem movimentos como ondas no mar e se relacionam uma as outras como membros de um time, o que é mais realístico de fingir que são uma família que nunca briga e sempre se ama. Além de tudo, elas têm uma discografia com mais de oitenta músicas, com gêneros para todos os gostos, com solos e músicas de subgrupos com muita qualidade e forças para viver. Exceto se você for fã de rock, que aí vai precisar recorrer as músicas do grupo Dreamcatcher.

Indico LOONA para quem está a fim de se divertir com as centenas, milhares, infinitas teorias criadas pelos fãs, às vezes até mesmo pela empresa nas descrições dos clipes, e por quem quer ver um grupo que coloca cada uma das doze membros nos holofotes, com solos gostosinhos, coreografias bem executadas, music videos bonitos de ver e muito conceito! Enfim, só me resta agradecer (“gomawo”) as garotas do mês por aliviarem o terrível peso da minha vida adulta com arte pop de qualidade. Stan Loona, amigas e amigos!

STAYC

Nome do fandom: Swith (me lembra a ex-cantora country, mas significa S + With, ou seja, juntos com StayC)
Membros: Sieun, Sumin, Seeun, J, Yoon e Isa
Minha favorita-que-ninguém-perguntou: Sieun

O STAYC é um grupo da High Up Entertainment e trouxe a tona para Quarta Geração do k-pop o conceito de “rookie monsters”, que significa novatas (acabaram de completar um aninho) que já chegam quebrando todos os recordes e alcançando os topos de todas as paradas musicais. Elas surgem no final de 2020 com o single “So Bad”, parte do álbum Star to a Young Culture (amo esse nome!), que é uma música pop tão boa, mais tão boa que inspirou a Pabllo Vittar na criação do remix de sua música “Ultrasom” — pode ouvir as similaridades das batidas. Tem uma coreografia marcante, refrão bom e nos introduz ao já icônico “STAYC girls! It’s going down!”.

Em 2021, elas já começam o ano lançando “ASAP”, nos apresentando a uma das coreografias de k-pop mais dançadas do TikTok — não que a opinião popular de um aplicativo de dancinhas importe tanto, mas importa sim! Pois comprova que elas são O momento. Voltam meses depois com “Stereotype”, que não prometeu nada, mas cumpriu tudo. Viralizando mais uma vez, agora com a famosa bridge cantada pela Isa, que me deu sentimentos de nostalgia pelo ensino médio (horror) e muito orgulho de poder ouvir vozes tão angelicais.

Durante alguns pequenos hiatos do grupo (não existe hiatos longo com um ano de existência), a empresa fez com que as meninas lançassem muitos covers para conquistar ainda mais fãs internacionais, acredito eu. Isso resultou nos melhores covers: Sieun e Yoon cantando “Café e Amor” do Gustavo Lima e, um tempo depois, cantando “Penhasco” da Luiza Sonza. No fim, as duas quase saíram com certificados de fluência em português, faltou apenas um feat com a Pabllo Vittar.

É desse jeito, não tem tempo ruim quando você está ouvindo as STAYC girls. Todos os lançamentos do grupo foram sucesso na Coreia, no TikTok e inspiraram até a música brasileira. Já ganharam milhares de prêmios apenas com um aninho de vida e nunca estão fora dos topos, tudo isso sendo de uma empresa que não faz parte do Big3. Você vai ouvir uma vez e será o suficiente para querer ouvir mais outras trinta vezes. Em resumo, são as rookie monsters!


Espero que tenham gostado do universo de girl groups no k-pop, e que eu tenha feito jus aos grupos que você já conhece e ama ou que tenha apresentado novas melhores amigas para quem ainda não as conhecia.

Layana atende sob os nomes artísticos: Lay; Amazônida urbana e Mãe do gato Reboco. Acredita ser a Lizzie Mcguire versão desenho e é uma grande apreciadora de musicais da Broadway, girl groups de k-pop, doramas coreanos e uma boa parcela de atores. No twitter @laytheworid e no blog Perdidas, escreve em caps lock e no podcast Perdidas e no K-onversa, conversa em caps lock.


** A arte em destaque é de autoria da colaboradora Duds Saldanha.

2 comentários

  1. Ler os textos da Lay é sempre um presente e eu estou aqui encantada com esse compilado! Lay consegue informar, mostrar o lado fã e ser engraçada com a naturalidade que é só dela e eu fico assim: encantada! Estou prontíssima para conhecer minhas futuras melhores amigas, Lay! Obrigada!!

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