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Problematizando Rory Gilmore

Quando o assunto é Gilmore Girls, uma das discussões que mais permeiam a série é qual dos três namorados de Rory Gilmore (Alexis Bledel), ao longo das sete temporadas clássicas, é o melhor para ela. É um assunto que instiga debates desde a época em que a série esteva no ar e nunca se esgota. Enquanto o foco é essencialmente voltado para os rapazes, no entanto, um detalhe muito importante é, talvez propositalmente, desconsiderado na hora de avaliar seus relacionamentos: as atitudes de Rory e como elas influenciam a opinião popular sobre seus namorados. Não só isso, mas o problema de pintá-la como uma boa garota em geral. Se somos todas Rory Gilmore, tratá-la de forma justa significa também nos tratar de forma justa.

Na grande reunião do elenco e criadores que aconteceu ano passado no Texas, quando a ideia de um revival ainda era apenas um sonho esperançoso por parte dos fãs que nunca se contentaram com o desenrolar da sétima temporada, foi reservado um tempinho para discutir a questão. Scott Patterson, que interpreta o Luke na série, respondeu com o mesmo argumento que temos visto muito internet afora: nenhum dos garotos era bom o suficiente para Rory. Há um tom de brincadeira no argumento, e Scott está imediatamente perdoado de qualquer maneira, porque Luke foi, no fim das contas, uma figura paterna para Rory. Mas, se pararmos para pensar um pouco mais nessa afirmação, vemos que ela é bastante problemática. Porque ela não vem da ideia de que Logan, Jess ou Dean eram particularmente horríveis, mas de que Rory era boa demais para eles, o que ignora grande parte do seu desenvolvimento, e as nuances e complexidades que ela recebeu de Amy-Sherman Palladino.

Rory sempre funcionou como uma forma de auto-afirmação de Lorelai. Afinal, ela criou a menina sozinha, construiu uma vida inteira sozinha e, como resultado, tinha aquela menina doce e compreensiva, inteligente, dedicada e que estava indo a todos os lugares que queria. Não é por acaso que toda a cidade de Stars Hollow parece sentir um carinho especial pelas garotas Gilmore. Só que isso não fazia de Rory uma pessoa perfeita. Se ela teve uma crise profissional e pessoal quando Mitchum Huntzberger (Gregg Henry) diz que ela não tem o que é necessário para ser uma boa jornalista, é porque, desde o princípio, Rory nunca soube como lidar com o fato de não ser muito boa em algo. Uma crítica negativa e ela sai do caminho que vinha traçando desde o começo da série. Rory estava acostumada demais a ter o que queria.

Pensemos em Rory, Dean e Jess.

Quando Jess (Milo Ventimiglia) chega a Stars Hollow, ele (compreensivelmente) mexe com o coração apaixonado de Rory, com sua mistura de atitude de bad boy e bom coração — lá no fundo —, suas anotações nas margens da cópia de Rory de Howl, seu conhecimento das referências a Charles Dickens. É só lá no final da temporada, depois de muitos olhares trocados, muitas conversas por telefone que Rory tem vergonha de deixar a mãe saber que estão acontecendo e muito Dean (Jared Padalecki) olhando de fora pelas janelas, pressentindo que algo vai acontecer entre eles e se tornando um rapaz possessivo e controlador, que Rory convenientemente vai passar o verão em Washington. Ela volta para casa depois de meses sem falar com Jess, sem querer terminar seu relacionamento com Dean e, ao mesmo tempo, morrendo de ciúmes quando ele arranja uma namorada que parece só existir para fazer ciúmes. Rory não quer terminar seu relacionamento de quase dois anos, mas também não quer que o garoto que ela beijou uma vez por dez segundos, escondida e imediatamente pedindo para ele não falar nada, siga adiante também.

Pensemos agora em Rory, Dean e Lindsay.

A verdade é que o relacionamento de Rory e Dean só termina quando ele toma uma atitude. Depois disso, a vida segue, Rory e Jess acontecem, não dá muito certo, eventualmente Jess vai embora sem se despedir, Rory se muda para os dormitórios de Yale, Dean se casa com outra garota — Lindsay (Arielle Kebbel), pobre Lindsay. Com Lindsay, Dean consegue o que ele aparentava querer: uma esposa para cuidar da casa enquanto ele saía para trabalhar. Contudo, não demora muito para que o relacionamento dos dois comece a degringolar, principalmente porque Dean continua apaixonado por Rory, não sendo honesto com Lindsay sobre seus sentimentos. Em um casamento que já começou errado, não é uma surpresa, então, que as coisas tenham terminado como terminaram: na traição de Dean com Rory.

A culpa de Dean é inegável: era ele, afinal, a pessoa que se encontrava em um relacionamento naquele momento. Mas a forma como Rory decide lidar com a situação e a sua falta de empatia para com Lindsay não deixam de ser significativas. Ao ser confrontada por Lorelai (Lauren Graham), sua mãe, sobre o ocorrido, Rory se recusa a encarar o próprio erro, apoiando-se na justificativa de que o casamento de Lindsay e Dean não estava mais funcionando. Lorelai, então, pergunta se o casamento de fato já havia chegado ao fim, se Dean tinha saído de casa e contratado um advogado, e Rory responde que os dois não entraram em muitos detalhes. Nesse momento, Lorelai rebate dizendo que ela logo ela, a pessoa que sempre pensa em tudo e vive fazendo listas, não se importou em discutir todos os detalhes ao se envolver com um homem casado. E Rory responde que ele é o Dean, o seu Dean, que ele fora seu namorado muito antes de ser o marido de Lindsay, como se o relacionamento passado diminuísse, de alguma forma, o erro cometido.

Frustrada por não conseguir justificar o injustificável, Rory tenta culpar qualquer pessoa desde que seja capaz de eximir a si mesma da culpa — incluindo Lindsay, não mais do que uma vítima da situação. Ao se utilizar do argumento de que mulheres traídas são culpadas pela traição dos maridos, ela recorre a um discurso sexista muito distante de suas referências. Se o casamento de Lindsay e Dean esteve fadado ao fracasso desde o início foi, em grande parte, porque Dean entrou em um novo relacionamento ainda apaixonado por Rory — e, uma vez que ela se encontra disponível, é uma questão de tempo até que a relação com Lindsay degringole. Dean é desonesto por não expor seus sentimentos à esposa, por se permitir retomar os laços com Rory e consumar a relação antes de por um fim ao casamento com Lindsay.

Para Rory, no entanto, reconhecer o próprio erro parece tão impossível quanto admitir que, desde o término com Dean, ele havia, ao menos, tentado seguir em frente. Quando Lorelai a lembra disso, Rory imediatamente se vira contra a mãe, acusando-a de ter estragado o momento, e não muito tempo depois foge com a avó para a Europa; é mais fácil culpá-la do que culpar a si mesma, é mais fácil fugir do que encarar o próprio erro. Rory sempre foi a garota perfeita, que sempre foi estudiosa, tirou boas notas, conseguiu vaga nas melhores universidades, que preferia ler a ir em festas. É fácil entender porque errar, e ser confrontada pelo erro, a incomoda tanto, que esse não seja um papel no qual ela se sinta confortável — no fundo, ele nunca lhe pertenceu.

2016-11-23-3

É verdade que muito do desenvolvimento de Rory acontece em volta dos seus três namorados, a ponto de ser bastante questionável a recente declaração recente de Amy Sherman-Palladino sobre (nas palavras da entrevistadora, não dela) “a obsessão da internet” com o tema, porque era uma parte muito pequena de quem Rory era. Não deixa de ser verdade, mas nos perguntamos quanto do tempo de tela de Rory foi dedicado a outras questões. Ainda assim, o argumento é correto — cada um dos três persongens representa uma faceta diferente da Gilmore mais jovem, e o foco maior da série sempre foi (como deveria ser) as garotas Gilmore, de modo que Dean, Jess ou Logan Matt Czuchry) existem para servir às narrativas de Rory e não o contrário. Enquanto Dean é o namorado fofo da escola que é legal com a mãe dela e um bom primeiro namorado, Jess representa o interesse alternativo aos valores mais tradicionais, ao que é meio fora da curva. Logan, por sua vez, funciona como uma espécie de representante do mundo dos Gilmore, dos privilégios aos quais Rory não teve acesso enquanto crescia porque Lorelai jamais permitiu, mas dos quais ela nunca se afasta completamente e, com a chegada de Logan, se aproxima cada vez mais — e, diferente da mãe, percebe-se confortável naquele mundo.

O mundo de privilégios dos Gilmore e dos Huntzberger (e dos Geller, e dos Hayden, e assim por diante) é também o mundo de Rory. E ela, de fato, usa os privilégios que herda. É por causa deles que Rory tem condições de frequentar uma escola particular com a finalidade de receber a melhor educação possível e ficar mais próxima de Harvard. Seu nome sem dúvida influencia em sua admissão em Yale, onde ela é um “legado”. É por sua ligação com Logan que ela consegue um estágio em um grande conglomerado de comunicação (quando seu avô descobre sua ligação com o jovem herdeiro dos negócios de Mitchum Huntzberger, ele faz questão de lembrar a neta de que o garoto é um ótimo contato para se manter). Rory também pode contar com uma família para bancar sua edução em uma universidade privada, que é também uma das mais renomadas do mundo.

Mesmo sua mãe, que sempre fez questão de manter a filha longe do mundo do qual ela mesma fez parte — e, de certa forma, sempre vai fazer — por bastante tempo, falha ao construir parar Rory uma imagem de garota perfeita, que não age de forma inconsequente e que se encontra acima de tudo e de todos. Rory é tida não apenas pela mãe, mas todos que a cercam como a menina dos olhos, uma garota inteligente, determinada e talentosa que sem dúvida será capaz de conquistar o que quiser em sua vida. Embora o incentivo seja importante, em determinado momento, tratá-la dessa forma deixa de ser saudável para se tornar um problema que a limita muito mais do que instiga.

Rory encontra dificuldade em lidar com suas frustrações porque, por muito tempo, foi privada de lidar com esse tipo de situação. Em Chilton, ela pôde contar com Max Medina (Scott Cohen), que a permite fazer um trabalho extra para compensar a nota de uma prova perdida. Em Stars Hollow, Jess é o único a levar a culpa pelo acidente de carro do qual Rory sai com um pulso quebrado. E, para todo o resto, sempre há Lorelai, que não hesita em salvar a filha sempre que é chamada. No entanto, uma vez em Yale, Rory precisa resolver seus problemas por conta própria, sem poder recorrer à mãe, aos avós, aos moradores de Stars Hollow ou ao seu sobrenome. Rory não deixa de ter regalias e não deixa de ser uma pessoa privilegiada, mas é a primeira vez que precisa encarar o mundo real sem ajuda e a sua evidente fala de preparo traz consequências desastrosas.

É o que acontece quando desiste momentaneamente da carreira de jornalista, depois de receber um feedback negativo de Mitchum Huntzberger sobre seu desempenho como estagiária. Uma opinião contrária aos seus objetivos é suficiente para fazê-la largar a faculdade, brigar com a mãe, roubar um barco e decidir morar com os avós — um período de transição importante em seu processo de amadurecimento, é verdade, mas não por isso menos traumático. O trabalho voluntário, a falta de um objetivo e o novo tipo de relacionamento com os avós, de certa forma, a fazem enxergar novas facetas do próprio mundo.

Se Rory sempre foi cercada de privilégios, ela tem certa dificuldade em reconhecer a existência deles — o que não é um problema per se. Quando escreve um artigo ironizando o mesmo mundo a qual pertence, é Logan, seu então namorado, que a lembra de que ela é tão parte daquele mundo quanto ele (talvez em menor escala): uma garota de escola particular, que frequentou Yale e nunca precisou se preocupar em como se manter ou se teria um lugar para morar. É uma defesa dele sobre si mesmo e seu estilo de vida, é claro, mas ele tampouco deixa de ter razão. Enquanto Rory se nega a reconhecer o quanto é privilegiada — embora transite por universos distintos, ela sempre teve todas as garantias de que precisava para viver —, Logan sabe que é parte desse mundo e faz piada sobre seus pares; não se coloca contra ele, ou como superior, mas consegue enxergá-lo criticamente. Rory, claro, reage muito mal à crítica: ninguém gosta de ter seus privilégios jogados na cara. É mais fácil reconhecer onde somos prejudicadas. Mas não deixa de ser uma resposta sintomática  e que, no fim das contas, reforça a garota que Rory sempre foi.

Problematizar Rory Gilmore não significa não admirar a personagem, muito menos que ela não é uma boa personagem — muito pelo contrário. Bons personagens são bem desenvolvidos e coerentes dentro de sua narrativa. Eles podem se desenvolver ou regredir ou ainda ficar estáticos, desde que isso se justifique na trama. Com Rory, temos sorte de vê-la sendo tudo, menos estática. A personagem faz escolhas boas e ruins, age com graça e egoísmo e, durante os sete anos da série clássica, se mantém sempre interessante. Rory é humana e, como tal, seus erros não a definem, muito menos diminuem seus feitos e qualidades, assim como não o faz com todas nós. Mal podemos esperar para ver o que mais ela tem a nos dizer no revival. Temos certeza de que será muito — e rápido.

Texto escrito por Ana Luíza e Fernanda

9 comentários

  1. Puxa, AMEI por demais o texto meninas! A análise da Rory foi perfeita e é realmente tudo que penso sobre a personagem que sempre foi taxado como perfeita, mas que ao longo da série prova o contrário, o que só deixa tudo mais interessante! Parabéns pelo excelente post! Amei forte! E que ansiedade pelo revival \o/

  2. Perfeito! Terminei a 5 temporada ontem e fiquei com raiva de Rory, porque de repente achei ela mimada e egoísta. Tudo bem que ninguém é obrigado a insistir numa coisa que lhe faz mal, especialmente quando se trata de saúde mental. Mas percebi naquele momento – posso estar errada – que ela simplesmente desistiu muito “fácil” e de certa forma ignorou todo o esforço da família para realizar a vontade, o desejo dela. Talvez eu tenha levado pro lado pessoal tambem hehe eu me considero privilegiada em vários aspectos, mas sempre houveram momentos em que nao pude ter o que desejava e fui ensinada que as vezes é preciso abaixar a cabeça e resistir como puder. Quando eu vejo alguém reclamando de “barriga cheia” ( posso estar sendo injusta desculpe) isso me irrita muito e mais ainda quando atendem os desejos dessa pessoa ( ai talvez eu tenha uma invejinha, confesso). Mas além dos meus devaneios, concordo bastante com o que vocês colocaram acima. Somos uma geração em que fomos constantemente incentivados a ser o que quiséssemos, que poderíamos alcançar qualquer coisa, mas não nos disseram a que custo isso se daria muito menos que as vezes mudar não significa desistir. O processo de amadurecimento é punk rs.

  3. Amei a problematização e me dei conta de umas coisas importantes na personalidade dela. Preciso dizer que fiquei com muita raiva dela com todas as consequências que teve a crítica negativa de Mitchum, me deixou levemente brava, honestamente. Era burrada atrás de burrada e para uma pessoa que sempre foi tão centrada como ela, que “parece vestida por passarinhos”, como já disse Paris Geller, fazer aquelas coisas beirava o absurdo mas depois de ler a sua análise me dei conta de que faz muito sentido, na verdade. Após sempre ser bajulada e sempre muito querida mesmo, percebemos que ela não iria realmente se dar bem com isso. Não lembro dela recebendo mais do que 5 críticas negativas durante a série, embora eu visse ela fazer várias coisas complicadas, por assim dizer.
    Sobre os namorados, acho que eles ocuparam um papel muito importante na série, como você afirmou, mesmo sendo secundários. O Dean foi o primeiro de tudo; o Jess foi o novo, proibido; já o Logan foi o que representou o que ela sempre teve, de certa forma, o que a aproxima de algo que ela sempre foi (privilegiada, afinal, quem nunca pensou que queria ter a vida dela durante as 7 temporadas?), de uma forma ou de outra, até por que iriam construir um observatório em Yale com o nome dela. Acho que o Logan foi o menos pior dos namorados dela, na verdade. Esperar que chegue um príncipe para ela, como todos esperam, não vai acontecer. Ele, assim como ela, tem seus defeitos e quando ela se aproxima dele, Rory acaba indo para onde ela pertence e se sente de bem -embora fale mal e discorde que faz parte-: o mundo dos ricos. E faz coisas que pertencem ao mundo do Logan, como pular de uma construção ou arranjar cada vez mais contatos. Ela não se transforma no pior de Rory Gilmore ao ficar com ele, só mostra uma outra face que sempre existiu. E ele também não é o culpado pelas coisas que ela faz, ele tenta até confortar ela quando surge a ideia de adiar Yale mas não funciona.
    Acho que a imagem que é construída durante a série sobre ela é de que ela é quase perfeita. Ela é doce, delicada e inteligente. Vestida por pássaros, afinal de contas. Mas que também faz umas burradas aqui e acolá.
    Ela vem em contra ponto a Lorelai, que sempre foi a problemática que nunca se identificou com o mundo dos ricos, cheia de defeitos que a Emily faz questão de lembrar. Lorelai mostra que ela tem problemas sim e defeitos também, Stars Hollow vê e acata isso mas quando se trata de Rory Gilmore, a cidade reage de maneira insana. Todos a tratam como se ela fosse uma filha e ninguém quer ouvir falar mal de seus filhos, afinal de contas. Isso acaba a poupando de muitas coisas que acontecem durante a nossa infância e adolescência que nos preparam para determinadas situações na juventude ou vida adulta, por exemplo. Tirar dela a “oportunidade” de quebrar a cara é priva-lá de saber como levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Toda essa redoma que constroem ao redor dela apresenta as suas consequências na situação do fim da 5° temporada (eu acho) com o Mitchum.
    Amei a análise e queria muito saber a opinião de vocês sobre o revival (amei de paixão e ela continua fazendo umas boas burradas, como qualquer pessoa).
    Beijosssss

  4. Excelente texto! Simplesmente amei quando vc lembra que a Amy declara que os fãs são obcecados pela vida amorosa da Rory mas boa parte do tempo é como ela lida com seus relacionamentos amorosos. Particularmente, não acho uma parte tão pequena assim! Muito diferente da mãe que teve muitos namorados ao longo da série, e q tomou umas decisões bem erradas como, por exemplo, ter se casado com o Chris, a Rory não é nada sincera consigo mesma. Isso é o que mais me decepciona e me irrita na construção do personagem dela! A mãe da Rory desmancha o noivado com o Max Medina quando percebe que não o ama. A Rory não termina com o Dean quando percebe que não gosta dele, fica insistindo no erro. Até aí ok ela era adolescente, imatura bla bla. Mas isso não evolui nenhum pouco nela! Principalmente, depois de ter se apaixonado pelo Jess (que para mim saiu de cena de uma forma bem incoerente e mal explicada) ela acaba voltando para o Dean só porque sabe que ELE continua apaixonado por ela. Ridículo isso. Além de ter perdido a virgindade com ele. Mesmo que ele fosse solteiro, não é possível que a Rory depois de ter largado dele, namorado outro que inclusive estava pensado em transar sendo que antes em 2 anos de namoro com o Dean não pensou nisso, não dá pra acreditar que ela AINDA o ama ou sequer sente alguma atração física para justificar ter transado com ele. Achei super forçado, só aconteceu para ela e a mãe brigarem. E depois com o Logan, só desastres…ele é um babaca e nem parece amor o que ela sente por ele também e sim, que ele representa uma grande conquista pra ela e q curte o status tbm de ser namorada dele etc etc. Ela se encanta fácil pelo “charme” dele, que pra mim é só dinheiro. O fato de ter recebido uma critica e já ter desistido tão fácil e por muito tempo, só mostrou o quão fraca e insegura ela é. O que eu tinha expectativa é que nesses momentos que ela não quer encarar o erro ou enfrentar um obstáculo ok, ela pode se abalar como todos por um tempo, mas que ela refletisse que encontrasse força em si mesma para continuar, analisasse o que realmente importa e encarasse a vida. Mas em nenhum momento vejo ela amadurecendo isso, o que é muito contraditório para quem conhece tanto o mundo dos livros ser incapaz de olhar para si mesma! Tem sempre que aparecer alguém, um ex namorado ou sei lá para fazer ela repensar as atitudes dela! E pq mesmo que todos os 3 namorados que ela teve são tão perdidamente apaixonados por ela? Ela é confusa, mimada. Nenhum deles deveria ser team Rory. Amo GG até a 3 temporada depois faço questão de ignorar a vida amorosa da Rory que quase significa ignorar ela por completo! Se a vida amorosa dela é tão insignificante assim poderia mostrar ela em algum momento mais tranquila e bem resolvida. Mas não é a outra do Dean depois a outra do Logan, se é a favor do poliamor ok então deixe claro para todos envolvidos (entenda-se a noiva do Logan) e seja feliz! Mas não, só faz coisas sem sentido e se mostra tbm sexualmente muito reprimida. Aff

  5. Muito interessante as nuances observadas! Amo a série e por vezes ela me faz refletir sobre o todo das garotas Gilmore. A Lorelai por exemplo sempre é apontada como inconsequente (mas de alguma forma, responsável). Enquanto a Rori é sempre a menina perfeita que por mais que erre, nunca achamos que ela errou demais.
    Particularmente gostei muito de quando Rori começou a cometer erros e se tornar mais real, mais possível de existir… Daí para gostar do modo como ela lida dos erros é outra coisa, mas pelo menos foi estimulante ver que ela lidava com eles e errava como um ser humano, não apenas como uma personagem de série!
    Ótimo texto!

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