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As Crônicas de Morrighan – A Origem do Amor

“Antes que fronteiras tivessem sido traçadas, antes que tratados fossem assinados, antes que guerras fossem travadas novamente, antes que os grandes reinos dos Remanescentes tivessem até mesmo nascido, e o mundo era apenas uma vaga placa de memórias contadas em histórias e lendas, uma menina e sua família lutavam para sobreviver.

E o nome daquela menina era Morrighan.”

O Brasil é o único país a receber, até o momento, uma edição física de As Crônicas de Morrighan – A Origem do Amor, visto que no exterior os leitores tiveram acesso apenas ao e-book. O livro escrito por Mary E. Pearson como prólogo de As Crônicas de Amor e Ódio, protagonizadas pela Princesa Lia, foi trazido para o país pela DarkSide Books, com direito a uma bela capa dura e apresentação exclusiva feita pela autora para os leitores brasileiros. Nele, a autora conta a história da menina Morrighan, uma sobrevivente que emprestou seu nome para batizar o primeiro e maior reino do continente em que se passa a jornada de Lia.

Para Mary E. Pearson, Morrighan cresceu enquanto escrevia as histórias de Lia e se tornou quase impossível não colocar no papel a trajetória da garota que sobreviveu à sombra da Devastação, um acontecimento que dizimou nações inteiras e mudou o mundo por completo. A autora, dando vazão a esses sentimentos, decidiu, então, trazer à vida a narrativa de Morrighan, suas lutas, sonhos e desejos. Assim como Lia, Morrighan é feita de material duro e inquebrável, e tais características foram imprescindíveis para que ela triunfasse sobre as adversidades de sua vida nômade. A história de Morrighan perdeu-se no tempo e se transformou em conto na época de Lia, mas aqui podemos compreender o motivo pelo qual se tornou lendária.

Como parte dos Remanescentes, Morrighan luta por sua sobrevivência e de seu clã desde que se entende por gente. Nômade, o clã viaja intermitentemente pelas paisagens devastadas do continente em busca de abrigo e alimento, enquanto tenta se manter a salvo dos ataques dos Abutres, um clã inimigo que sobrevive de subjugar seus adversários, roubando seus bens e a pouca comida que tiverem. A vida é assim para Morrighan desde que ela pode se lembrar, mas seu dom — o mesmo que Lia possui e a transformou em Primeira Filha — será responsável por iniciar uma nova era de vida para os Remanescentes.

Durante sua jornada, ao se afastar do acampamento montado por seu clã, Morrighan encontra Jafir, um jovem pertencente aos Abutres. O que a menina não poderia imaginar, a partir desse primeiro encontro, é que seus destinos seriam entrelaçados para sempre, se traduzindo em uma série de momentos que nenhum dos dois pode — ou quer — controlar. A história de Morrighan é uma história de esperança, mas também uma história de amor. No melhor estilo amor proibido, o relacionamento entre Morrighan e Jafir se desenvolve com o passar dos anos, desde o primeiro encontro, quando crianças, até a adolescência. A primeira impressão que tiveram um do outro quando se viram pela primeira vez se transforma, aos poucos, em amor e em uma história que mudaria as vidas de todos os Remanescentes para sempre.

“Um dia ele me deu um punhado de céu quando me viu fitando as nuvens lá em cima, só para me ver sorrir.
Eu o coloquei no meu bolso.”

Com As Crônicas de Morrighan – A Origem do Amor, Mary E. Pearson retoma sua característica de escrever personagens femininas livres de estereótipos e que são fortes e resilientes à sua própria maneira. Na figura de Morrighan, por exemplo, podemos encontrar uma determinação feroz, assim como uma fé inabalável no que é certo, e como moverá montanhas, se assim preciso, para fazer o que acredita. Morrighan é inteligente e capaz, e por sua força mudou a maneira como os Remanescentes encaravam sua nova vida. Retornar para o universo onde se passa As Crônicas de Amor e Ódio foi um grato presente da autora — e da DarkSide Books — para os fãs; conhecer mais da história da resiliente Morrighan, sua vida e impressões do mundo, a origem do reino e de suas lendas é realmente especial.

Assim como Lia, Morrighan é uma protagonista carismática e toda a sua jornada de descobertas e autoconhecimento é ótima de acompanhar, mas ela não é a única a trazer brilho para o livro. Com capítulos alternados entre a perspectiva de Morrighan e a de Jafir, também podemos descobrir um pouco mais sobre como é viver com os Abutres, uma experiência mais dura, árida e desafiadora do que acontece com os Remanescentes. Tal criação espelha a desconfiança que Jafir sente de Morrighan e seu novo mundo, mostrando o garoto sempre receoso de se abrir para a amizade da menina até que ela consiga conquistar sua confiança. Outros pontos interessantes de As Crônicas de Morrighan é reencontrar personagens que orbitaram os pensamentos de Lia na trilogia, como Venda, citada algumas vezes no decorrer da trama, e como tudo isso se encaixa na história maior contada pela autora.

As Crônicas de Morrighan é um apanhado de sentimentos, marca da escrita e narrativa de Mary E. Pearson. Se com As Crônicas de Amor e Ódio ela mostrou que o mundo pode sobreviver por meio da decisão e determinação de uma princesa indomável, com Morrighan ela nos mostra que garotas podem ser responsáveis pelo surgimento de uma nação inteira.

O exemplar foi cedido para resenha por meio de parceria com a Editora DarkSide Books.


** A arte em destaque é de autoria da nossa colaboradora Carol Nazatto. Para conhecer melhor seu trabalho, clique aqui!

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