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Problematizando Rory Gilmore: o revival

Quando ainda aguardávamos para saber por onde andaria Rory Gilmore (Alexis Bledel) em 2016, antes da estreia do revival de Gilmore Girls, fizemos questão de argumentar que a menina dos olhos de Stars Hollow passava longe de ser perfeita, mas que isso era ótimo. Ao contrário, Rory é complexa e, por isso, uma personagem muito humana. Desde lá, o revival veio e se foi e talvez nada tenha sido tão polêmico e discutido quanto a caracterização da Gilmore mais jovem. Rory Gilmore é um monstro. Rory Gilmore é um desastre. Rory Gilmore nunca se tornou uma adulta. Rory Gilmore é… complicada.

Atenção: este texto contém spoilers de todos os episódios de A Year in the Life!

Antes da chegada do revival, Amy Sherman-Palladino queria que nos perguntássemos para que jornal Rory estaria trabalhando e se ela já tinha um Pulitzer no currículo. “Inverno”, primeiro episódio de A Year in the Life, vem para quebrar muitas das expectativas em torno da trajetória da personagem. Rory não tem emprego fixo, sua maior realização profissional é a publicação de um artigo na New Yorker (reproduzido no menu do Luke’s) e o que ela está fazendo é trabalhar no livro de memórias de uma celebridade britânica excêntrica, um trabalho que chega ao fim antes mesmo de conversar. Ela termina a série original recém-graduada em Yale, trabalhando como jornalista do então pré-candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, e embora não tenha a vida inteira no lugar (Logan, interpretado por Matt Czurchy, termina o relacionamento de três anos após Rory rejeitar seu pedido de casamento, e o emprego, embora uma grande oportunidade, não é uma vaga fixa), ver Rory correr atrás de seus sonhos, trabalhando em seu campo de interesse depois da crise pela qual passa entre a quinta e a sexta temporada, soa um tanto promissor.

O revival vem para desiludir a imagem de Rory como um modelo a ser seguido. Em A Year in the Life, a vida da Gilmore mais jovem não poderia deixá-la mais perdida e incerta quanto ao futuro. Em um único ano, ela perde a proposta do livro, tem uma entrevista com a Condé Nast adiada diversas vezes, joga fora uma pauta porque acha desinteressante e chega despreparada a uma entrevista de emprego em um site de comportamento que ela despreza, só para ser ela mesma desprezada em seguida. Rory volta para a casa da mãe em Stars Hollow, mas passa o verão inteiro respondendo que “não está de volta” para todos que a desejam boas-vindas, como se estar de volta fosse um atestado de fracasso.

Na vida pessoal, Rory não obtém maior sucesso. Seu aparente namorado, Paul (Jack Carpenter), é tão desinteressante para ela e a família que nenhum deles parece se lembrar de sua existência. Paul não é um personagem, é uma piada recorrente ao longo dos quatro episódios, de modo que Rory convenientemente esquece de terminar com ele, achando mais fácil simplesmente ter um caso com Logan. O affair é um dos pontos mais complicados do revival: não só Rory está traindo o namorado como, descobrimos mais tarde, Logan também tem uma noiva em outro lugar da Europa, uma noiva que nunca ganha rosto, quiçá a chance de se tornar uma personagem relevante dentro da história. É irônico que, no passado, a própria Rory tenha passado por situações muito similares: primeiro com Dean (Jared Padalecki) e Lindsay (Arielle Kebbel), aos dezenove anos; depois, com o próprio Logan, de quem ela não consegue abrir mão.

Nada disso faz com que Rory nutra qualquer tipo de empatia em relação a Odette, a noiva que jamais é apresentada — Odette não é uma personagem, afinal, é um impedimento. O fato de não ter um rosto é uma forma de tornar a situação menos grave do que realmente é, passando a mensagem de que o centro da história continua a ser o relacionamento de Rory e Logan; os outros são apenas detalhes. Rory assume seu lado mais egoísta, alguém incapaz de pensar em outra pessoa além de si mesma. É a mesma Rory que se envolveu com um homem casado e nunca foi capaz de reconhecer os próprios privilégios, que sempre se achou superior, embora não o dissesse com todas as letras. Aos 32 anos, Rory não parece ter aprendido nada com suas experiências anteriores, em uma ruptura com a adolescente e jovem adulta que se esforçava para ser perfeita, correspondendo à expectativa que lhe era, de um jeito ou de outro, imposta. Em 2016, Rory não é mais a menina dos olhos de Stars Hollow, não é a jovem jornalista promissora que sonhava em ser como Christiane Amanpour, nem a garota boa demais para os rapazes com quem se envolveu.

Seria lindo se não fosse trágico.

Ao longo da série clássica, Rory deu provas suficientes de que estava longe da imagem que a desumanizava: como qualquer pessoa em formação e muitas possibilidades pela frente, Rory erra, toma decisões equivocadas e se frustra com uma vida que nem sempre acontece como o esperado. Mas isso não a faz uma pessoa ruim, apenas adicionava nuances a quem ela era: Rory podia ser a mocinha em sua própria história e a vilã para outra pessoa — como é para Lindsay —, uma menina doce e inteligente, ou a garota mimada e egoísta que nunca conseguiu aceitar o fato de a vida não lhe dever favor algum. Rory se equilibra em uma linha tênue entre ser ela mesma e aquilo que se esperava que ela fosse. Diferente de adolescentes que negam a imagem projetada sobre elas, indo ao extremo oposto, Rory aceita essa imagem, mesmo quando isso não era exatamente o que ela queria.

A sexta temporada de Gilmore Girls é essencial porque apresenta uma Rory que rompe com essa imagem. Ela rouba um barco, briga com a mãe, abandona a faculdade e é condenada a prestar serviços comunitários, em um processo de quebra de expectativas dos outros e de si própria. Quase dez anos depois, esse processo continua a acontecer, mas as frustrações geradas são muito mais da própria Rory do que das pessoas ao seu redor. Sua vida deu uma volta de 360º graus: Rory rodou o mundo, escreveu artigos, conheceu e se envolveu com muitas pessoas, mas voltou ao mesmo lugar — e aos 32 anos, estar de volta ao ponto de partida não é o ideal. Mas ao invés de tentar amadurecer e evoluir, Rory continua sendo a mesma pessoa imatura e presunçosa, que acredita que o mundo lhe deve um futuro especial porque sim.

Com esse e outros erros recorrentes na série, o casal Palladino (Amy e seu marido, Daniel) parece subestimar a capacidade de julgamento do espectador, devidamente evoluída ao longo dos anos. Não é porque nossa geração tem dificuldades em se firmar no mundo que não sabemos o que acontece nele e não temos uma opinião crítica formada. O que nos traz, rapidamente, à questão da “gangue dos trinta e poucos”, millenials utilizados como alívio cômico, representados como pessoas que abraçam seu fracasso e passam o dia reunidos tomando milkshake. Na verdade, pessoas em sã consciência que retornam aos quartos de infância no mínimo passam noites insones pensando em formas de restabelecer a própria vida — o que Rory faz, mas A Year in the Life mostra como um comportamento excepcional ao invés de corriqueiro. Ainda que seja difícil levá-la a sério diante da constante negação sobre não estar de volta a Stars Hollow, o que ela realmente quer dizer é que não quer se dar por vencida. Ou seja, em parte, julgar o novo caráter da Rory por essa fala foi uma questão de semântica.

Ter aceitado assumir o comando do Stars Hollow Gazette foi o meio (desesperado) que Rory encontrou de ocupar seu tempo de uma maneira que ainda a mantivesse conectada com o jornalismo. Quando decide começar a escrever um livro sobre sua relação com a mãe, por sugestão de Jess (Milo Ventimiglia), Rory parece ter encontrado seu verdadeiro projeto, mas quando a novidade, positiva para sua perspectiva profissional, não é recebida com a mesma empolgação por Lorelai (Lauren Graham) e as duas têm uma discussão por conta da preocupação fundamentada da mãe em relação à exposição da sua vida, a reação de Rory em não respeitar seu argumento levanta mais uma vez o egoísmo latente em sua personalidade.

É compreensível que Rory se agarre à ideia do livro: em meio a uma grande crise profissional, ele chega como um presente e passa a funcionar como um norte para a personagem. Mas a história das garotas Gilmore pertence às duas, e Rory parece nem ao menos levar em consideração o fato de que contá-la implicaria expor sua mãe — o que não a torna um monstro. São tempos desesperados (obviamente, no contexto de mundo dela, que tem um bom lugar para morar e meios para viajar quando deseja). Quem consegue julgá-la com tanta facilidade? Quem abriria mão de um plano que parece tão concreto, real e executável, quando não se tem mais nada? É a incapacidade de estender o mínimo de empatia à própria mãe, seu quase ultraje diante da exposição do ponto de vista dela e o fato de não conversar com Lorelai antes de levar o projeto adiante, no entanto, que causa tanto incômodo.

O que vemos em Rory ao longo do revival, e que incomoda, é a presunção de que ela merece certas coisas. De que ela tem o direito de contar a história das garotas Gilmore porque é uma vida interessante e isso pode ajudá-la a encontrar um caminho. De que ela pode aparecer para uma entrevista de emprego despreparada porque a chefe do lugar demonstrou (muito) interesse em seu trabalho. Rory tem o direito de acreditar que pode fazer mais do que trabalhar em um site de comportamento — em uma visão conservadora a respeito do que significa ser uma profissional de sucesso. Rory também tem o direito de achar que uma pauta sobre pessoas que ficam em filas é desinteressante. Mas desprezar as duas coisas como inferiores é profundamente incômodo e soa como se Rory ainda acreditasse naquela versão dos fatos que lhe venderam quando ela era uma menina, de que ela era especial, boa demais, a mais inteligente, a melhor entre seus pares — e tudo o que ela aprendeu com o infeliz estágio com Mitchum Huntzberger (Gregg Henry) parece não ter significado nada. A Rory adolescente, que conseguiu falar sobre a repavimentação do estacionamento de Chilton de uma maneira tocante e profunda, como garantiu sua professora, parecia muito mais disposta a tentar, algo que a nova Rory se acha boa demais para fazer.

Rory Gilmore em: uma aula de como não agir em uma entrevista.
Rory Gilmore em: uma aula de como não agir em uma entrevista de emprego.

Ao concluir o revival, fica difícil compreender o que Amy Sherman-Palladino estava tentando fazer com Rory. Em uma entrevista concedida à Vogue, ela declarou que deu à personagem esse rumo complicado porque parecia muito verdadeiro para ela.

“Tive amigos na faculdade que se sustentavam e tinham dois empregos. [As pessoas de trinta e poucos anos] não fazem mais isso. Há um monte de filhos voltando para casa e ficando com os pais depois da faculdade, guardando dinheiro para comprar um apartamento. […] São filhos que têm todos os benefícios — eles tiveram ótima instrução e pais que os apoiaram, mas às vezes acho que apoiaram um pouquinho demais. Às vezes você tem que colocar alguém para fora e dizer ‘Se candidate na Starbucks, querida, não ligo se você tem mestrado. Vá trabalhar, é o que o mundo faz.'” (tradução nossa)

Fica difícil entender se os Palladino escolheram sacrificar a personagem em nome de uma crítica social mal feita à geração seguinte à sua, ou porque, entre o revival e a série clássica, decidiram que a visão do público sobre Rory ainda era muito idealizada e queriam que ela fosse vista como humana, alguém passível de erros. Independente de qual tenha sido a intenção, ainda é um tiro que sai pela culatra: é uma tentativa mal costurada de fazer duas coisas e não conseguir, de fato, executar nenhuma de forma coerente. Se somos convidados a sentir simpatia por Rory, uma personagem que devia ser vista como imperfeita aos 30 anos, por que transformar em alívio cômico a gangue dos trinta e poucos anos, que não tem nenhum motivo para existir? Por que continuar colocando a personagem em uma espécie de pedestal, como se seus conflitos fossem muito maiores, mais complexos, do que os sentimentos de outras pessoas na mesma situação?

Problematizar (ou não problematizar) Rory Gilmore é uma tarefa difícil porque a verdade é que analisar o revival criticamente é uma tarefa complicada e um pouco ingrata. Amy Sherman e Daniel Palladino parecem nunca ter aceitado sua saída prematura da série ou a conclusão dada a ela na sétima temporada sem que eles estivessem envolvidos, assim como parecem não ter aceitado que quase dez anos se passaram entre o cancelamento de Gilmore Girls e sua chance de revivê-la. A impressão, quando olhamos para além de Rory — inclusive para sua mãe e Luke (Scott Patterson), que em quase uma década nunca discutiram casamento e filhos, por exemplo —, é a de que os Palladino optaram por escrever uma história que não parou no tempo em teoria — porque ele deixou sua marca em todo o elenco, afinal —, mas na prática, sim. A história das Gilmore é deles e eles tinham o direito de fazer o que quisessem com ela. Mas a maneira como parecem ter encarado as voltas que a vida dá parece bastante imatura, contrariando as bases em que se apoiava a própria obra. Nesse sentido, é irônico vê-los transformando em piada a suposta imaturidade de uma geração inteira. Provavelmente, não por acaso, é ao mostrar as Gilmore lidando com a morte de Richard (Edward Hermann), um ponto do roteiro que foi obrigado a desviar de quaisquer que fossem os planos iniciais dos Palladino para ele, que o revival brilha de fato. Mas, quando falha desde sua origem, fica difícil olhar para Rory de um jeito definitivo.

Rory Gilmore continua sendo a personagem humana e complexa de sempre, mas quase uma década mais tarde, talvez ela já não seja a mulher com quem nos identificamos por tantos anos — ou nem tantos assim — atrás. Para o bem e para o mal, Rory cresceu e tornou-se uma pessoa muito diferente daquilo que imaginamos, mas isso não a transforma automaticamente num monstro. Ao tratá-la como a garota que ela um dia acreditou ser, Gilmore Girls: A Year in the Life constrói uma visão de uma geração, desconsiderando o fato de que jovens privilegiados com ótima educação e apoio constante de suas famílias não são apenas pessoas mimadas que se sentem boas demais para qualquer coisa que não o emprego dos sonhos, e que por trás das frustrações existem muitas expectativas e pressões, e elas não existem isoladamente. Enquanto essas questões forem ignoradas, fica difícil imaginar um futuro para Rory que não seja repleto de escuridão e alguns dragões.

Texto escrito em parceria por Ana Luíza, Fernanda e Yuu.

8 comentários

  1. O que mais me incomoda na Rory vocês pontuaram: ela não aprende com os erros.
    Ela fez uma mulher sofrer e vai fazer de novo: antes sendo amante do Dean, agora do Logan.
    A falta de empatia, de humildade e de moral da Rory jovem adulta permanecem, e isso faz com que eu me irrite profundamente.
    Outra coisa: parece que os Palladino ignoraram totalmente a 7ª temporada nesse revival só por despeito. Não imagino o Logan fazendo o que faz no revival depois de toda a dedicação e amor que o personagem mostrou na 7ª temporada. Ele foi um porto-seguro pra Rory, e ficou muito magoado com o “não” ao pedido de casamento. Além disso, amadureceu e virou um profissional orgulhoso do que faz. Não consigo conceber aquela cena dele e dos amigos fazendo o ~IN OMNIA PARATUS~ de modo super infantil.
    Parabéns pelo texto, contemplou praticamente tudo que penso!
    Beijos,

    Priih

  2. Concordo que esses quatro episódios desmerecem todos os méritos que os personagens jovens tiveram ao longo das temporadas. Acredito que não só com Rory, mas com Logan também. O menino que estava conseguindo construir um futuro separado do pai, se vê cansando com alguém “sem rosto” e com a definição “é isso que a dinastia quer”, que vai em restaurantes caros e pede vinhos caros pois está no restaurante da família. A série foi dura demais com quase toda a geração dos 30 e concordo plenamente com o argumento de vocês. Mas foi justa com as aprendizagens e as escolhas de muitos personagens ao longo da série, como no caso da Paris e da Lane, porém essas personagens parecem não terem crescido em suas maiores dificuldades. No caso de Rory eu não vejo apenas uma injustiça generalizada para essa geração, eu acredito que em partes é um desfecho, que despertou muita raiva em mim, mas quase que inevitável. Rory sempre foi da geração floquinho de neve e a dificuldade em lidar com críticas e com a realidade de ser mais uma no mundo sempre foram seus calcanhares de Aquiles. Quando ela tira notas ruins no primeiro ano, quando ela entra em Yale e vai para o jornal e seus artigos não são aceitos, no estágio com o pai do Logan ela é criticada… em todos esses episódios Rory desmorona, a diferença é que em todos eles após um tempo ela entra em contato com seus fracassos, assume e muda com as oportunidades que lhe são oferecidas. E é nesse ponto que a minha crítica volta, apesar de tantos anos se passarem a sensação que eu tenho e essa é a minha maior crítica a esses episódios é ao fatalismo da síndrome de Gabriela “eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim.” A série acaba com todos os personagens tentando um futuro diferente e melhor daqueles impostos e se faz uma temporada em que todos parecem retomarem a estaca 0, me pareceu um tanto quanto injusto e desrespeitoso com suas histórias.

  3. Sempre tive problemas com Rory, desde a primeira temporada. Ela me inspirou em muitos aspectos, principalmente na questão dos estudos, eu me sentia motivada vendo a dedicação dela. Mas, ela sempre me irritou muito! Odiava como ela se achava especial e que o mundo devia alguma coisa à ela. Terminei quase agora o Revival, mas ontem eu desabafei no twitter sobre os personagens que eu mais odiava na série e meus motivos e esse texto é exatamente o que eu penso sobre a Rory. Espero que, se houver uma continuação ela aprenda com os erros dela, pela primeira vez.

  4. Acredito que uma das coisas que mais me incomoda no review é que ele me trás a sensação de que não há uma ligação com a ultima temporada da série. Eu como team Logan chorei horrores com o “não” de Rory, porque ao longo das temporadas vemos o amadurecimento do personagem, o apoio dado a Rory. Contudo, por mais fã de comedia romântica que eu seja, eu a entendo, não era o momento de se casar. Poxa! Ela tinha terminado a faculdade, precisava construir sua carreira antes de decidir seguir seu futuro marido, o qual encontrou uma oportunidade de crescer profissionalmente por enquanto que ela devia se contentar com um abacateiro. E preciso dizer que na época o fato de Logan ter achado uma boa ideia Rory moldar seu futuro profissional a realidade dele (diminuir suas opções de escolha) me incomodou, uma vez quo mesmo que sempre a apoio e a motivou, e a disse pra não fazer o contrário do que tava a obrigando a fazer com o pedido de casamento. Mesmo achando que eles poderiam tentar se relacionar a distância entendo seus motivos para não aceitar, mas ai vem o review e nos mostra que depois de anos Logan aceitou viver um relaciomento a distancia e que ao contrario do menino imaturo de anos atras que não se deixou levar sobre a opinião da familia em relação a garota seria melhor para ele namorar foi influenciado depois de adukto sobre quem seria melhor pra e casar. E além disso o review demonstra mais uma vez que o mesmo personagem que foi amadurecendo ao longo de três temporadas da serie decidindo se comprometer em um relacionamento serio e respeitar sua parceira cresceu e tornou-se um homem que não se importa com o sentimento da mulher que vai se casar e nem daquela para qual falou pela primeira vez eu te amo sentindo isso. E por fim, não consigo aceitar o fato de que o personagem que cheio de privilégios lá atrás saiu debaixo das asas do pai pra construir sua carreira profissional tenha simplesmente voltado.

  5. A rory foi muito eloísta não aceitando o pedido do logan, ele apoio ela nas 3 ultimas temporadas, mudou completamente por ela virou um cara incrível e ela disse não, pra termina sedo amante deli, nem tem como falar mal do logan, porque ele pediu ela em casamento e ela não quis casar, foi merecido ficar sozinha. mais é claro que ele ainda ama a rory. gostaria de ver um final feliz para eles.

  6. Três anos depois…
    Eu comecei a assistir GG agora em agosto, nunca tive coragem de começar mas já que estamos em quarentena, why not. Cheguei no revival, achei esse texto de forma aleatória e resolvi ler porque a Rory SEMPRE me incomodou. Passei por todas as temporadas com um sentimento misto de amor e ódio pela Lorelai e pela Rory.
    Na terceira temporada percebi que a Rory na verdade não teria a mínima chance de entrar numa Ivy League. Ela estuda e tira boas notas, e daí? Não é o suficiente pra colocar alguém numa Ivy. Achei bem incoerente uma pessoa como a PARIS não entrar em Harvard. A mesma Paris que no revival tem uma clínica de fertilidade bem sucedida! A diferença entre Paris e Rory é que a Rory uma acha que o mundo deve algo a ela simplesmente por achar que merece, e a Paris não poderia ligar menos pro que o mundo pensa. Seria isso o resultado de anos de Lorelai/Emily/Richard dizendo que ela é perfeita, tem um bom coração, é esforçada, talentosa e conseguirá alcançar todos os seus objetivos? Com certeza. É legal pensar que vamos conseguir ser tudo o que sonhamos mas encarar a realidade é bom também.
    Todo mundo diz que perdeu o respeito pela Rory quando ela perdeu a virgindade com o Dean (inclusive, mais uma vez a Rory achando que o Dean é dela just because, sem nenhuma empatia com a Lindsay). Mas o momento que EU perdi o respeito por ela foi no primeiro ano de Yale, quando ela não achava um lugar para estudar, surtou e foi para Stars Hollow, na casa da mãe. Eu fiquei incrédula. Você conseguiu entrar em Yale, uma universidade imensa com inúmeros lugares pra estudar E VAI PRA CASA DA SUA MÃE? Era pra ser fofo? Achei muito problemático. Por isso não me espanto de ver a Rory tendo dificuldades em estabelecer uma carreira.
    Concordo que estabelecer uma carreira nos dias de hoje não é algo fácil, inclusive me encontro nessa situação e pior, no meio de uma pandemia. Porém, em dez anos você não conseguir evoluir COMO PESSOA é algo bem problemático.
    Até o Logan, que a Lorelai julgava por ser um garoto rico privilegiado (COMO SE A RORY TAMBÉM NÃO FOSSE UMA!), conseguiu evoluir e ter orgulho de si mesmo. Como duas pessoas privilegiadas conseguem chegar em dois destinos diferentes? A Rory, ao contrário do Logan, recusa a todo momento qualquer possibilidade de usufruir o privilégio dela, achando que vai conseguir tudo por mérito próprio, e na minha cabeça estou apenas “você não vai!”, então ABRACE o seu privilégio como o Logan abraçou o dele. É esse o ponto que me irrita na série. É possível reconhecer que você é beneficiada e cheia de privilégios, não é um pecado. Abrace suas oportunidades e seja feliz! Melhor do que achar que o mundo e as pessoas te devem algo porque você deitou e rolou no asfalto.

    1. nossa sim!!! essa parte dos privilégios sempre me incomodou, não entendia porque ela não aceitava essa realidade e com isso fizesse algo especial pra carreira dela, como uma pós, morar em algum lugar e conhecer outros empregos etc. em vez disso, a rory só se enrolava achando que por ter feito todas aquelas coisas em Yale o mundo deveria retribuir, e o mundo não é assim. achei legal eles mostrarem que nem sempre em final de série as coisas dão certo, mas pelo menos ela deveria ter amadurecido mais e aprendesse com os erros.

  7. O que mais me incomodou nisso tudo foi: a Rory fez tantas renúncias para quê? Deixou de se divertir, de sair, para se focar nos estudos, se esforçou à beça para ser aceita numa universidade e no fim… voltou para star hollow sem emprego e perspectiva.
    Segundo, recusou o pedido de casamento do Logan, que era apaixonado por ela e ela por ele, para simplesmente o continuar amando, aceitar ser amante e depois virar mãe solteira, quando podia ter tido um casamento e uma família com o homem que ela desejava.
    Terceiro ponto que me irrita muito: Rory viveu por um tempo longe de todos os privilégios oferecidos pela parte materna da família, depois simplesmente usufruiu de toda a facilidade que o dinheiro podia trazer, mas sempre negando que o fazia. Queria continuar como a simples menina de Star Hollow, quando no fundo amava o mundo dos ricos, com suas passadas de mão na cabeça. Mesmo tendo meios, isso não levou a nada. Podia ter usufruido muito melhor do dinheiro dos avós.
    Quarto: nunca vou esquecer como Rory tratou o Dean como lixo. Na primeira vez que assisti achei ser apenas uma jovem garota. Mas pela segunda vez… ele só se lascou, coitado. Levou um chute por causa do Jess. Se casou, traiu a esposa com ela, que convenhamos, só perdeu a virgindade com ele pq o Jess fugiu pra Califórnia, perdeu a esposa e a rory, pois percebeu que não se encaixava no mundo dela. E em nenhuma dessas ocasiões rory foi capaz de assumir as rédeas da sua vida, Dean que era apaixonado por ela teve que terminar todas as vezes.
    Resumindo, me decepcionei muito. Rory tinha TUDO para ser uma pessoa em ascensão em todos os sentidos. Mas acabou desempregada, sem lugar para morar, grávida do amante que poderia ter sido seu marido e, o pior: incapaz de assumir suas responsabilidades diante da vida, pois como a colega citou, continuou como amante repetindo o ciclo. De arrependida não teve nada e continuou vivendo como se a vida devesse algo por ela ser rica e protegida pelo dinheiro e pelos avós.
    Ps: Rory, continou te amando até a 4 temporada. Rs

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