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Mesa redonda – Capitão América: Guerra Civil

Pouco tempo atrás, liberamos nossa crítica do filme Capitão América: Guerra Civil. Mas ficamos todas tão animadas com o filme que decidimos voltar ao assunto com uma mesa redonda, abordando e debatendo de forma mais livre alguns tópicos que chamaram nossa atenção na obra e podem ter ficado de fora do primeiro texto.

THAY: Então, Guerra Civil. Team Cap ou Team Iron Man? E motivos, por favor.

ANNA VITÓRIATeam Cap, pensando no filme como um todo, mas no contexto geral confesso que consigo enxergar mérito nos dois lados e realmente não sei o que acho mais correto.

THAY: Pois é, foi como eu e a Ana [Luíza] escrevemos na crítica, é um pouco difícil escolher um dos lados, mas meu coração pende para Team Cap. Parece mais real pra mim um grupo de heróis se recusar a ser controlado, sabe? Mais dia, menos dia, seriam transformados em ferramenta política e Steve (Chris Evans) já passou por isso no primeiro filme ao fazer turnê durante a guerra.

FERNANDA: Acho que o filme foi pensado pra ser difícil escolher um dos lados e essa é a graça, né? As coisas realmente não são tão preto e branco na vida, e achei sensacional que dá pra enxergar mérito nos dois lados. Por outro lado, se as coisas tivessem sido feitas de acordo com o Tony (Robert Downey Jr.), eles simplesmente não iam chegar no Zemo (Daniel Brühl).

ANNA VITÓRIA: Eu sou o tipo de pessoa que assiste filmes de herói e fica pensando na sujeira que eles deixam pra trás. Nas casas destruídas, os inocentes que morrem por estar no lugar errado e na hora errada, e os filmes nunca mostram o depois. O monstro morre (ou não) e a história parte para um epílogo num cenário diferente e a gente nunca realmente sabe o que aconteceu, a gente não tem acesso ao modo como os personagens lidam com as consequências dos atos deles — não as consequências relacionadas à trama, mas a essas coisas práticas. É algo que vem me incomodando, me incomodou horrores em Batman vs. Superman; toda aquela confusão por nada. Então achei esse conflito muito legal. Meu impulso imediato é achar que a regulação é o melhor caminho, mas a gente sabe, pela vida e pelas histórias, que isso nunca funcionou muito bem.

FERNANDA: Fora que um grupo de heróis sem autonomia pra agir poderia acabar deixando situações urgentes simplesmente acontecerem, né? No fim das contas, fico no Team Cap.

ANA LUÍZA: É difícil escolher um lado só porque os dois têm bons argumentos e acho que no fundo, todos só querem mesmo o melhor. Mas o medo que o Capitão tem de que os heróis se transformarem em meras ferramentas políticas parece muito real pra mim, sem contar que agindo pelo tratado, eles jamais conseguiriam provar a inocência de Bucky (Sebastian Stan) no atentado e chegar no verdadeiro vilão da história.

ANNA VITÓRIA: Até porque se as ferramentas do governo funcionassem como deveriam, qual seria a função dos heróis? Eles sempre formaram uma espécie de poder paralelo.

THAY: Isso é verdade! Há mérito dos dois lados, o sentimento de culpa do Tony é real e totalmente válido, mas a parte de ser controlado e ter de prestar contas a um governo me parece perigosa. Além de poderem se transformados em ferramentas políticas, o que não garante que eles também poderiam ser utilizados em, sei lá, alguma guerra? Sabe, essa questão me chamou bem a atenção. De serem peças em um jogo maior, entendo bem o receio do Cap.

ANNA VITÓRIA: Eu estava dividida até ver o que fizeram com a Wanda (Elizabeth Olsen).

ANA LUÍZA: Exatamente. O que mais me incomoda no tratado é justamente essa história deles deixarem de agir por conta própria pra responderem uma organização e agirem de acordo com os interesses dessa organização. Realmente não vejo como isso poderia dar certo. Sem contar que, uma coisa que fica de fora no filme (acho), mas que fica claro no livro, é que os interesses do Tony não são só políticos e sociais, mas econômicos também.

FERNANDA: Tá vendo, por essas que nunca confiei no Tony Stark.

THAY: No filme fizeram parecer que era tudo pela culpa que ele sentia por conta do que aconteceu em Sokóvia.

ANNA VITÓRIA: Pois é, isso é totalmente deixado de lado no filme. Inclusive, curiosidade: como o interesse econômico se articula no quadrinho?

FERNANDA: Totalmente! Embora eu entenda que alguém realmente precisa pensar nas questões econômicas também, não deve ter sido deixado de fora por nada, né?

THAY: Ainda mais se o alguém é o Tony. E não desmereço a culpa, de forma alguma, mas enquanto a culpa do Tony movimentou toda a trama, a culpa da Wanda por ter matado inocentes na primeira missão quase não foi comentada (não lembro bem, mas acho que foi isso). Esse plot poderia ter acrescentado muito no crescimento dela.

ANA LUÍZA: Em partes, acho legal que o filme tenha trazido a questão dessa forma porque a gente esquece um pouco que por trás das armaduras e super-poderes, existem pessoas com sentimentos, questões, etc., então é bacana poder ver um filme que mostra isso. E, nos quadrinhos eu não sei, mas no livro (que é uma adaptação dos quadrinhos), a empresa do Tony basicamente é responsável por todos os equipamentos e trajes usados pelos heróis que assinam o tratado e tudo é bancado pelo governo estadunidense. Ou seja, o cara ganha uma nota.

FERNANDA: Ok, então a parte econômica é o interesse em ganhar dinheiro mesmo? Ai, Tony, difícil te defender (não que eu quisesse).

ANNA VITÓRIA: Sabe uma coisa que eu acho curiosa? Posso inclusive estar errada, me corrijam, por favor, mas o Tony Stark sempre teve esse desprezo pelas regras, mas está disposto a se alinhar com o poder se aquilo vai de encontro aos interesses particulares dele (seja o remorso ou o dinheiro). Por outro lado, o Capitão América é pintado como o herói coxinha, patriota e idealista, e nessa história ele é o rebelde. Acho que isso cria uma discussão curiosa sobre o poder e como o lado “do bem” ou “do mal”, ou melhor ainda “rebeldia” é um conceito relativo, né?

THAY: Isso é verdade!

FERNANDA: Exato! Não tem como definir quem é “do bem” ou “do mal” nessa disputa entre os dois.

THAY: Foi legal vê-los assumindo papéis inversos, digamos assim. Tony foi sempre muito por ele, fazendo o que desse na telha, enquanto Steve sempre foi muito leal e honrado.

ANNA VITÓRIA: Eu nunca me interessei por ele justamente por ter uma impressão (baseada em nada mesmo, já que nunca vi os filmes dele fora os Vingadores) dele ser meio bidimensional, então esse outro lado foi legal. E na real nem é muito um outro lado, ele continua idealista e defensor dos interesses da América, no caso a liberdade o maior deles, então é bem coerente com a proposta. O interessante é essa liberdade estar fora dos domínios do governo.

FERNANDA: Gosto muito do Steve por causa dessas características dele, por ele ter esse compromisso com fazer o que ele acredita ser a coisa certa (e acho que acham ele sem graça porque essas são as características mais marcantes dele, enquanto o Tony é engraçadinho).

THAY: Gostava do Capitão antes desse filme, os filmes dele, inclusive, são os que acho mais interessantes do universo Marvel por me parecerem mais “sérios”. E acho que o que me fez gostar dele, na real, foi tudo isso mesmo: a lealdade, a honra, os ideais dele. Tony sempre me pareceu pouco genuíno, se dá pra dizer assim.

FERNANDA: Sim, concordo com muito com a Thay. O Tony me incomoda horrores com aqueles showzinhos dele, também? A preocupação maior dele parece ser legal? O Steve parece levar as coisas mais a sério.

ANA LUÍZA: São heróis com apelos totalmente diferentes. Eu já curti demais esse lado engraçadinho do Tony, adorava os filmes e, acreditem ou não, ele já foi meu vingador favorito. Mas acho que a gente cansa em algum momento e percebe que na realidade ele é um cara bem problemático e que não tem nada muito engraçado nisso. Hoje é um dos personagens que menos gosto.

THAY: Acho que ele esconde os problemas nessa carapaça engraçadinha dele. No primeiro filme eu devo ter achado divertido, mas em altas doses acaba cansando. E o que não cansa: novos personagens! Qual foi o favorito de vocês?

FERNANDA: Então, eu não vi Homem-Formiga até hoje (shame on me), posso trapacear um pouquinho e dizer que é ele porque: 1) ele é realmente ótimo; 2) Paul Rudd?

THAY: Ele é realmente ótimo! As cenas de ação dele na luta do aeroporto foram incríveis. Mas eu tenho todo um amor especial pelo cabeça de aranha e menino Tom [Holland] foi simplesmente maravilhoso no papel.

ANA LUÍZA: Amei o Pantera Negra (Chadwick Boseman)! Não era um personagem que eu conhecia bem, então tudo que vi ali foi uma surpresa, mas aquela cena dele perseguindo o Bucky é uma coisa que eu jamais vou esquecer. Me arrepio inteira só de lembrar.

ANNA VITÓRIA: Homem Aranha, pelo amor de Deus. Eu quase chorei quando ele foi anunciado. Que menino maravilhoso!

FERNANDA: Sobre o Homem Aranha, ainda estou de luto por Andrew Garfield e fiquei contrariada comigo mesma por gostar demais desse menino novo, ele tá perfeito.

ANA LUÍZA: Eu achei que fosse odiar o novo Homem Aranha? Ainda não consigo superar um Peter [Parker, o Homem Aranha] que não seja o Andrew Garfield, mas curti bastante poder ver ele ali, mesmo que só um pouquinho.

THAY: Também não conheço muito do Pantera (além de que ele teve um relacionamento com a Tempestade em uma das linhas de história dos quadrinhos), mas adorei a introdução ao personagem. A cena de perseguição foi incrível, de fato, e o caminho dele, primeiro em busca de vingança e depois impedindo que Zemo se suicidasse, já mostra bem a personalidade dele. Estou curiosa pelo filme!

ANA LUÍZA: Ele [o Homem-Aranha] é um personagem bem importante em Guerra Civil e apesar de no filme não ter tanta importância assim, ia ser muito estranho se deixassem ele de fora (a gente sabe que tem toda uma burocracia rolando nos bastidores, mas fico realmente feliz que tenham conseguido fechar um acordo, mesmo que só pra um aperitivo).

ANNA VITÓRIA: Foi interessante ver um Peter Parker realmente moleque, foi uma leitura dele que o cinema até então não tinha proporcionado. Dá pra ver uns ecos do Tobey Maguire nele, mas como se ele tivesse pegado o personagem, se apropriado e melhorado. Estou apaixonada (porém triste que agora só posso olhar de longe, bem tia, pois muito jovem pra mim).

THAY: Ah, eu adorei a leveza do novo Peter! Ele é bem o menino nerd, curioso. As frases de espanto dele são ótimas! Saudando Cap, depois comentando sobre o braço de metal do Bucky, foi muito bem bolado.

ANA LUÍZA: Ele é um respiro muito bem-vindo, né?

THAY: Ele tem um humor que o Aranha do Tobey não tinha, e não é todo descolado como Andrew (apesar de que eu gostava de ambos). Se encaixou melhor na minha ideia do personagem, divertido e inteligente.

FERNANDA: Então, o Peter foi um herói mais pro engraçadinho também, mas a diferença é que gosto bastante dele. É um humor muito mais… agradável? Do que c e r t o s heróis, não?

THAY: Sim, é um humor mais leve, não soou forçado ou “ei, olhem pra mim”.

FERNANDA: E sobre Pantera Negra: estou bem ansiosa pro filme solo. Não conhecia, achei o traje meio engraçado (desculpa) (amei quando o Sam pergunta se ele gosta de gatos), mas parece ter uma história bem interessante e já anunciaram atores de quem eu gosto muito pro filme, então.

ANNA VITÓRIA: Estou com expectativas altas pro filme solo do Pantera Negra, acho que é um personagem complexo e sério, mas que não cai na vibe DC de escuro e sombrio demais, como se estivesse sempre com a mandíbula rígida. Ele é passional, mas ao mesmo tempo sério e centrado.

THAY: Adorei a introdução do Pantera e do Aranha, assim como a inserção do Homem Formiga no filme, mas e quanto heroínas? Sei que nos quadrinhos são muitos heróis em debate, mas será que não poderia ter tido espaço pra uma delas nesse enredo? Temos uma mulher em cada lado, e temos Sharon Carter (Emily VanCamp) e… só.

ANNA VITÓRIA: O mais triste disso é que são poucas mulheres, com pouco espaço, e mesmo assim fiquei feliz de vê-las ali, de tão acostumada que sou a ver filmes de herói com mulher nenhuma pra além de interesse romântico de outros personagens.

FERNANDA: É aquela impressão de que tá melhorando, sim, mas a passos lentos e curtos, né? Enquanto isso, estamos na versão de número três do Homem Aranha em… 15 anos?

THAY: E o cancelamento de Agent Carter, uma das poucas séries de herói com protagonista feminina.

FERNANDA: E eu que tinha começado a ver há pouco? Fiquei bem triste, a Peggy (Hayley Atwell) é uma personagem interessante, e a pegada da série dela é bem diferente das outras coisas da Marvel.

ANNA VITÓRIA: Já que falamos de Agent Carter, podemos falar #daquele #beijo? Que porra foi aquela?

THAY: A impressão que deu é que a Sharon estava rondando só para que terminasse nisso mesmo. Ela foi uma muleta, praticamente. Sua função foi simplesmente atender as necessidades do Cap, por informação ou por beijo, pelo visto.

FERNANDA: Li em algum canto obscuro da internet que aquele beijo, naquele contexto, pareceu um um ‘no homo’ [“proibido gay/lésbica”] diante da quantidade de pessoas que shippam Steve e Bucky. Coisa de que eu, sinceramente, não duvido nada.

ANNA VITÓRIA: Concordo 100%.

THAY: E entendo também que eles construíram uma dinâmica com a Sharon no filme Soldado Invernal, mas aquele beijo ficou totalmente fora de contexto.

FERNANDA: Totalmente. Foi divertido ver a reação do Bucky e do Sam, mas só.

THAY: A cena foi engraçadinha em um primeiro momento? Foi. Mas depois que você problematiza, não tem como voltar.

ANA LUÍZA: É uma cena horrível de todos os lados que a gente olha: por um lado, “no homo”, do outro usam uma personagem feminina só para ajudar o personagem principal e dar uns beijos no cara. A gente realmente não precisa de mais mulheres sendo usadas como muleta pra desenvolvimento de personagem homem, especialmente dentro desse universo.

ANNA VITÓRIA: Foi uma coisa muito “vamos reforçar a masculinidade desse cara, a gente fez um trabalho incrível em construir uma amizade delicada entre dois personagens homens brucutus, a gente mostrou que eles tem coração e sentem, sentem até demais, as pessoas estão enxergando coisas, então vamos colocar ele pra beijar uma moça bonitinha e mostrar como é que a banda toca”.

FERNANDA: Exato! E com tão poucas mulheres no filme, usar a Sharon exclusivamente pra atender as necessidades do herói? Sério?

FERNANDA: Basicamente: indefensável por qualquer ângulo, de acordo?

THAY: De acordo!

ANNA VITÓRIA: A mensagem que passa é que não pode existir uma relação de cumplicidade entre um homem e uma mulher sem algum tipo de tensão sexual, e que uma tensão sexual entre dois caras é completamente inaceitável. Ainda que não seja canon e os fãs só queiram se divertir.

ANA LUÍZA: Eu não gosto muito da Sharon (preciso ser sincera aqui), mas me irritou muito inserirem ela dessa forma. Entendo que ela não pode assumir um lado dentro da trama, até pelo trabalho dela e tal, mas tipo, oi? Dava pra ter feito muito mais com ela sem precisar apelar pra um romance que não acrescenta nada na trama.

THAY: Sem falar que depois desse beijo a personagem simplesmente desaparece, o que só reforça a ideia de que ela estava lá só pra isso mesmo: ajudar o protagonista, ser bonitinha e beijada e pronto, tchau.

ANA LUÍZA: Sim. Foi um super balde de água fria, aliás, porque eu realmente levei a sério aquele discurso que ela faz numa cena anterior. É como se eles mandassem uma mensagem de que vão começar a levar a sério o pedido do público por mais protagonistas femininas, que eles vão tomar alguma atitude, e de repente, puff, a menina está lá de novo só ajudando o cara e desaparecendo do mapa depois.

THAY: Parece que aquele discurso todo foi só pra constar, visto o que acontece depois com a mesma personagem que o profere. Tia Peggy não gostaria nada disso, ela sabe o valor que tem.

FERNANDA: E sobre a caracterização das outras personagens femininas do filme, o que acharam?

ANNA VITÓRIA: Bom, eu adorei as cenas de luta da Viúva Negra (Scarlett Johansson) no início do filme. Realmente adorei.

THAY: Gosto das duas, mas Wanda teve todo um potencial inexplorado, não acham? A culpa do Tony moveu o enredo pra frente enquanto a culpa da Wanda sequer foi muito mencionada.

ANA LUÍZA: Adorei também. E curti muito ver a Wanda salvando vários heróis em horas oportunas. Mas me incomoda que o filme tenha dado tão pouco foco pra ela e seus sentimentos sendo que ela era uma parte central na questão que estava sendo discutida, né? Eles têm essa mania de tratá-la como uma criança que não faz a menor ideia do que está fazendo. Todo mundo sabe que ela é super poderosa, mas ela não é um bebê, é claro que ela pode fazer as próprias escolhas.

ANNA VITÓRIA: Sim, e acho que a Wanda tem um potencial tão enorme de conflito e coisas interessantes. A culpa que ela sente por não ter total controle dos seus poderes, a forma como isso impacta ela individualmente ficou mal explorada, sabe? Eles pegaram um evento anterior pra carregar a culpa do Tony, enquanto a questão da Wanda, que a gente viu acontecer no filme, é completamente sub-explorada. Também odeio a forma paternalista como os outros tratam ela, como se ela fosse adolescente sem nenhuma noção do que ela é e do que é capaz.

THAY: Exatamente. O que Wanda faz com Visão (Paul Bettany) mostra o quanto ela é poderosa, no entanto parece que ninguém ali sabe muito bem como lidar com isso, então é melhor mantê-la presa porque ela também não sabe como agir.

ANNA VITÓRIA: Wanda é um exemplo perfeito da resposta das pessoas pra garotas adolescentes. Ninguém se dá ao trabalho de entendê-las, ninguém quer ouvir o que elas têm a dizer, todo mundo tem mais o que fazer então vamos trancar elas num quarto sem explicar nada e fodaaam-seee jovens.

FERNANDA: Não tinha pensado por esse lado, mas é verdade. Ninguém quer conversar com a Wanda e ouvir como ela se sente, o que ela pensa sobre o que aconteceu.

THAY: Exato. Tranquem ela, eles dizem, é o melhor que a gente faz para protegê-la.

FERNANDA: No mais, concordo que podiam ter explorado melhor a culpa da personagem, mas gostei da caracterização de ambas. No fim, o fato de a Wanda ser tratada assim, embora seja horrível, é algo que faz sentido vindo do resto, né?

ANNA VITÓRIA: Sim, é bem coerente! Acho que isso poderia ter tido mais espaço na trama toda.

THAY: Acho que não dava para esperar outra posição deles, de fato. Só acho que ela poderia ter tomado a decisão de se juntar ao Team Cap sozinha, sem a interferência ou empurrão do Gavião Arqueiro (Jeremy Renner). Mas tudo bem.

ANA LUÍZA: No geral, qual a opinião de vocês sobre o filme?

FERNANDA: Um dos melhores, pra mim. Tema interessante e bem explorado, personagens de modo geral bem aproveitados, humor na medida sem ficar irritante, minha atenção não foi parar em outro lugar durante as cenas de luta. Então: gostei muito mesmo.

THAY: Foi um dos meus preferidos, sem dúvidas. A motivação do vilão foi um pouco fraca e mais do mesmo, e ele não ter usado os soldados congelados foi estranho. Na real, essa disputa toda teria sido resolvida com uma boa conversa, mas relevemos esse detalhe.

ANNA VITÓRIA: Pra mim foi uma grata surpresa. Acho que a humanização dos personagens foi a coisa mais interessante, junto com a motivação ideológica do conflito e do conflito dentro do conflito, que é o fato de dois amigos estarem lutando um contra o outro. A Marvel tem um problema sério de deficiência de vilões realmente interessantes, que levem a gente a torcer contra eles ou pelos menos SE IMPORTAR (ok, tem o Loki), então acho que foram essas Questões Importantes mais o fato de ver dois amigos brigando que fez com que tudo parecesse bem mais sério e, pra mim, interessante.

ANA LUÍZA: Pra mim foi uma surpresa também. Gostei muito de ver um conflito que, a princípio, não foi criado por um vilão específico, mas pelos próprios heróis. No mais, estou bem ansiosa pra ver o que pode vir por aí, mas realmente espero que a Marvel comece a dar mais atenção para as mulheres porque já passou da hora.

THAY: Gostei do desenvolvimento da disputa, as cenas de luta foram muito bonitas e deu pra notar o cuidado com o estilo de cada personagem. A inserção do Pantera e do Aranha foi ótima, me deixou muito ansiosa para os novos filmes, mas ainda precisamos urgente de mais mulheres nas histórias. E mulheres com história e com ações próprias, que não sejam suporte pros heróis só quando o enredo precisar.

FERNANDA: Minhas expectativas pro futuro, depois desse ótimo filme, são só uma: a Marvel criar vergonha na cara e dar filmes solo para as heroínas.

ANNA VITÓRIA: Pelo amor de Deus, né.

6 comentários

  1. Uhuuuuul, adorei o debate! Concordo com quase tudo.
    Eu espero sinceramente que eles deêm um filme só pra Feiticeira logo pq né, é uma ótima personagem e tem muita coisa a ser explorada, principalmente pq ninguém entendeu ainda os poderes dela, nem ela mesma, queria muito ver um filme tentando mostrar o ‘poder do improvável’ que ela tem nos quadrinhos o/
    Acho que Batman vs. Superman poderia ter sido resolvido com uma conversa, fácil fácil, mas Capitão America: Guerra Civil não… Acho que a forma como eles vão descobrindo as coisas e lutando no calor do momento não me deixa ver essa ‘conversa’, heheheh. No Batman vs. Superman tudo acontece mais devagar e mais pensado.
    Mesmo assim meu <3 bate mais forte pelo Batman.

    Aguardando ansiosamente pelo filme DELAAAAS 🙂

    Beijo meninas!

    1. Fico feliz que tenha gostado do debate, Bruna! Acredite, foi bem divertido de fazer, haha. Então, sobre resolver na base da conversa, acredito que se Steve tivesse chegado pro Tony e explicado a situação com Bucky as coisas poderiam não ter chegado ao ponto em que chegaram – mas, ei, não estou reclamando! Adorei o filme e as cenas de luta entre todos os heróis (o aeroporto!) foram incríveis.

      E, shh, também gosto mais do Batman! <3

  2. Achei muito interessante a conversa do início do texto porque lembrei demais de “Os Incríveis”, da Disney. Vocês lembram do plot do filme?? Os heróis precisam se camuflar e arranjar profissões normais porque foi proibido ser super herói justamente por isso, HAHAHA. Eles saíam por aí lutando, quebrando metade da cidade, e na história do filme ainda tinha o depoimento de um suicida que não queria ser salvo e ia pular de um prédio quando apareceu o Sr. Incrível que o salvou, mas acabou quebrando alguns de seus ossos no processo, o que só o deixou mais irritado, HAHAH. Quando assisti era criança e fiquei revoltadíssima: COMO ASSIM PROIBIR SUPER HERÓIS, mas lendo essa conversa de vocês lembrei de tudo e entendi demais o apelo. Ainda não vi o filme pois EU, então só tenho isso pra comentar mesmo.
    Beijos!

    1. Não lembrava que essa era a história do filme!!! Que amadora que eu sou, hahaha. Agora preciso desesperadamente rever Os Incríveis (sdds Edna Moda).
      beijo, miga <3

  3. Eu acho que vocês deveriam de fazer um podcast 😀
    Agora, sobre o filme, eu não tinha visto a Sharon dessa forma e gente, não é mesmo? Estava lá só pra servir ao Capitão. Agora tenho mais um ponto negativo em relação ao filme. Amei o Pantera e o Homem Aranha também (tudo bem que se você tirar o Aranha, não faz falta nenhuma na história), mas achei o filme com algumas falhas de roteiro e por isso não achei ele tão incrível assim. Esperava mais. Não é um filme ruim, mas acho que podia ser melhor, principalmente se pensarmos nos quadrinhos que tem uma questão política muito mais bem aproveitada que no filme.
    Beijos meninas! =**

    1. Ei Cris! <3
      Um podcast seria realmente interessante - e divertido! Pode ter certeza que anotamos a dica!
      E, de fato, o Homem Aranha não faria muita falta pro enredo se ele não estivesse lá, mas gostei mesmo assim da introdução do 'novo' personagem. Ele está muito mais próximo do Aranha dos quadrinhos do que seus antecessores. E concordo com você, a questão política não teve lugar na trama do filme, mas entendo que a complexidade dela poderia atrapalhar a adaptação mais do que ajudar.

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