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De Born To Die a Lust For Life: a estética nostálgica de Lana del Rey

Desde que surgiu oficialmente no cenário musical, Lana del Rey tornou-se motivo de fascínio e admiração. Sua música capta pela maneira fantástica como nos faz viajar para outra dimensão. Contudo, não é apenas a melodia de suas músicas ou letras que transportam nos transportam para outra época. Isso não seria nada sem a persona da cantora e seus videoclipes com filtro Early Bird do Instagram. Sem esses elementos, a música de Lana del Rey seria vazia.

Lana del Rey é o nome artístico escolhido por Elizabeth Woolridge Grant, nome de batismo da cantora. Antes de se chamar assim, era conhecida como Lizzy Grant. Fazia vídeos no YouTube e foi através deles que conheceu a fama. Com essas produções caseiras, já podíamos sentir o elemento principal que marcaria o universo Lana del Rey mais tarde: o gosto por uma era antiga e tudo o que ela representou.

O que a faz uma cantora de destaque é a maneira como ela usa uma era antiga para dar o recado, o seu recado. Existem muitos artistas que gostam de inserir elementos vintage em suas músicas, mas eles não são a essência da mensagem, apenas acessórios. Com Lana não. As referências dela, que muitas vezes nos levam a questionar a originalidade de sua música, são a própria mensagem. Lana saúda uma era que já passou, passeando entre Lolitas e imagens idealizadas que escondem um lado talvez nem tão bonito quanto os filtros de seus videoclipes. Quando ainda era Lizzy Grant, já pulsava na cantora a consciência de sua estética, o elemento antigo já estava lá para apresentá-la como uma menina/mulher perdida em relacionamentos abusivos, dinheiro e sofrimento.

O videoclipe caseiro de “Kinda Outta Luck” é uma das minhas músicas favoritas da cantora antes da fama, talvez por resgatar referências que também são minhas. É gratificante ver alguém reverenciar elementos que geralmente são apagados da memória coletiva, como filmes antigos. No entanto, Lana não faz isso apenas pela admiração. Ela é a mulher/menina perdida em um mundo no qual suas referências já não fazem mais sentido para muitos. Em “Kinda Outta Luck”, ela faz uma referência a ela mesma, ao seu nome artístico. Como alguém que reverencia o glamour da antiga Hollywood, não parece surpresa que a cantora tenha escolhido esse nome por causa de Lana Turner, atriz da Era de Ouro do cinema estadunidense. A mão que escreve “Lana” no quadro negro é a da própria Lana Turner, que na ocasião estava participando de um programa dos anos 50 chamado What’s My Line?.

O que mais chama a atenção em “Kinda Outta Luck” é a quantidade de cenas de filmes antigos. Lana del Rey escolheu cenas de filmes noir, gênero que conheceu o sucesso durante os anos 40 e 50, e exaltava a masculinidade de seus protagonistas, homens poderosos envolvidos em negócios escusos — gângsters, líderes do crime e homens ricos. Homens que batiam em suas esposas ou amantes. Homens personificados por Humphrey Bogart e Robert Mitchum. Já as mulheres que aparecem em “Kinda Outta Luck” são mais interessantes de serem analisadas porque representam a própria dualidade de Lana del Rey, como ela escolhe se apresentar ao público. Há a figura fatal da mulher sedutora, assassina, que arruinará vidas — representada por imagens de Joan Crawford, Marlene Dietrich e Ava Gardner. Por outro lado, há a figura inocente, não tão predominante no vídeo, que sofre por amor. A persona de Lana del Rey está interligada a essas duas imagens tão distintas, que ela funde em vários de seus clipes, como “Ride” e “Born to Die”. Portanto, nessa época, Lana já estava preparando o terreno para o que viria a seguir com seu primeiro álbum de estúdio, Born to Die.

A era Born to Die

Ao lançar Born to Die, em 2012, Lana trouxe a estética e o modo de pensar vintage em uma roupagem nova. Cada disco da cantora é chamado de “era” e não há melhor palavra para descrever o conceito. Lana conta uma história em cada um de seus trabalhos, e a história de Born to Die é a de uma protagonista de filme antigo, com direito a muito rímel e choro. Não há como não chorar com Born to Die — um título que, por si só, chama o melodrama para si.

De todos os seus álbuns, Born to Die é aquele em que ela realiza em maior escala a glorificação do sofrimento. É um sofrimento esteticamente bonito, com um bonitão tatuado por quem Lana se afoga em uma piscina em “Blue Jeans”. É tudo muito bonito e poético e com ângulos de câmera sedutores. Como protagonista de um filme antigo, não bastam os cabelos de Rita Hayworth, apresentados no fantástico videoclipe de “Burning Desire”. É preciso que essa história venha acompanhada de um amor doloroso que representa a máxima de que amar é sofrer.  Em “Blue Jeans”, por exemplo, o homem tatuado é representado por um crocodilo, algo tentador, mas ao mesmo tempo perigoso.

O homem tatuado, perigoso mas tentador, frio mas sensível (“50 Shades of Cool”) é uma releitura de um tropo muito usado nos filmes antigos. Um dos filmes clássicos mais conhecidos, Casablanca, se vale desse tropo para criar Rick (Humphrey Bogart). Ele é durão, nunca bebe com os clientes de seu bar, mas escondido ele chora por Ilsa (Ingrid Bergman), um amor perdido durante a Segunda Guerra Mundial. Rick carrega uma aura de masculinidade poderosa, capaz de seduzir todas as mulheres por onde passa, como um rolo compressor. A masculinidade é um dos elementos que definem o elemento nas músicas de Del Rey. Lana é apaixonada por uma imagem bastante distorcida de um cara legal, porque esse cara tem dinheiro, é poderoso, frio e arrogante. Exatamente como o presidente John F. Kennedy, que aparece na figura do rapper ASAP Rock em “National Anthem“.

National Anthem” reproduz o atentado contra Kennedy e é interessante observar como a lógica das duas mulheres (a santa e a devassa) se faz presente, com Marilyn Monroe e Jackie Kennedy, ambas interpretadas por Del Rey no clipe. No começo, a cantora interpreta Marilyn, na ocasião em que cantou no aniversário de Kennedy. Para muitos, Marilyn é o símbolo máximo de Hollywood, do glamour e da beleza; uma mulher muito bonita, mas válida apenas por sua aparência física, e sua morte em circunstâncias estranhas tornou-a uma lenda no mundo, mas principalmente no cinema. Marilyn foi amante de Kennedy e muitos atribuem ao presidente a autoria de sua morte. Do outro lado da equação, existe Jackie, simbolizada por uma Lana de vestido azul bebê e rímel, uma imagem um pouco mais inocente e do lado da família tradicional, simbolizada pelas cenas de piquenique entre famílias. Contudo, a Jackie de Lana também tem um lado mais sensual, perceptível nas cenas em que dança com o marido ou passa manteiga em suas torradas. A ideia de amor vem acompanhada de dinheiro e sucesso, como bem coloca este verso:

“Money is the anthem, God, you’re so handsome, money is the anthem
Of success”

“O dinheiro é o hino, Deus, você é tão lindo, dinheiro é o hino
Do sucesso”

A família Kennedy não poderia ilustrar mais a ideia de dinheiro, poder e sucesso. Os escândalos envolvendo seus membros remontam a época em que o pai de Kennedy, Joseph Kennedy, mantinha um caso amoroso com a atriz Gloria Swanson. Desde então, eles têm sido alvo de muitos estudos, porque vários de seus membros morreram em circunstâncias misteriosas. O sucesso, no entanto, apenas encobria um homem arrogante, traidor, o canalha a quem nenhuma mulher consegue resistir. É exatamente isso que a heroína de Born to Die vivencia em quase todas as canções. Em alguns versos, como “You said to ‘be cool’ but, I’m already coolest/ I said to get real, don’t you know who you’re dealing with?/ Um, do you think you’ll buy me lots of Diamonds [“Você disse’seja legal, mas já sou a mais legal/ Eu disse seja realista, você sabe com que está lidando?/ Hum, você acha que vai me comprar muito diamantes?”] , vemos a máxima de que o dinheiro e o amor andam juntos, com nosso bonitão comprando diamantes para silenciar a nossa heroína sedenta de atenção.

A era Ultraviolence

Com o fim da era Born to Die, Ultraviolence, o álbum seguinte de Lana, trouxe um elemento não muito trabalhado no álbum anterior: seu aspecto sonhador. A sonoridade de Ultraviolence é muito diferente de seu antecessor; é como saltar dos clássicos anos 40 para um road movie dos anos 70. O aspecto sonhador poderia ser um ambiente escuro, um bar, uma cantora desconhecida se apresentando para o público ou uma viagem proporcionada pelo efeito de drogas. E, porque suas referências não existem por acaso, o aspecto sonhador carrega a mensagem de que o álbum, mais uma vez, vem para glorificar o lado triste de uma menina/mulher que vivia a vida boêmia como ninguém.

O que chama a atenção em Ultraviolence é a inspiração em Twin Peaks, série do começo dos anos 90, de David Lynch. Ao ouvir o álbum, a sensação é que todas as músicas podem ser dançadas por Audrey ou tocadas no Road House. Ao criar a série, Lynch fez um convite categórico aos espectadores: amem ou odeiem. Não há meio termo quando se trata de Twin Peaks. Algumas pessoas adoram a série pelo seu clima melancólico; outros a detestam justamente por isso. A trilha sonora também é um elemento importante, que dá um toque característico à trama. As músicas são quase todas instrumentais, compostas por Angelo Badalamenti, enquanto apenas uma é cantada: “Fallin”, de Julee Cruise. Escutar a canção é como estar em Ultraviolence 30 anos antes. Mas não é apenas a trilha sonora de Twin Peaks que tirou suas ideias de Ultraviolence. Ao contrário de Born to Die, a figura que perpassa esse álbum é a de Laura Palmer, personagem principal da série.

No primeiro capítulo de Twin Peaks, Laura Palmer, a garota mais perfeita da cidade Twin Peaks, é encontrada morta, enrolada em um saco plástico, boiando na beira do rio. A cidade fica em choque: como a jovem poderia ter morrido de maneira tão brutal? Aos poucos descobre-se que Laura não era tão perfeita, embora fosse idealizada por muitos, e que enfrentava muitos problemas em sua vida. Ela tinha tudo para ser feliz, mas não era. A presença de Laura perpassa Twin Peaks, a série, e ela carrega a aura melancólica que faz da tristeza algo a ser glorificado nas mulheres. Querendo ou não, ninguém naquela cidade realmente prestava atenção nela até sua morte. O fato de Laura morrer no primeiro capítulo sufoca qualquer voz que ela poderia ter, e a única coisa a qual temos acesso durante Twin Peaks é a seu diário e às impressões das pessoas de seu convívio.

A relação entre a garota de Ultraviolence e Laura Palmer é clara: ambas são garotas tristes, cujo interior ninguém conhece de verdade. Há também a busca por uma vida selvagem através de homens frios e arrogantes, e drogas. A música que abre Ultraviolence estabelece essa tônica:

“Got my little red party dress on
Everybody knows that I’m the best
I’m crazy
Get a little bit of Bourbon in ‘ya
Get a little bit suburban
And go crazy
Because you’re young, you’re wild, you’re free
You’re dancing circles around me
You’re fucking crazy”

“Coloco meu vestido de festa vermelho
Todo mundo sabe que sou a melhor
Eu sou louca
Coloque um pouco de uísque Bourbon em você
Fique um pouco suburbano 
E enlouqueça
Porque você é jovem, você é selvagem
Você está livre
Você está dançando em círculos em volta de mim
Você é louco pra caramba”

Outra canção, “Sad Girl”, deixa bastante claro que Lana del Rey estava construindo sua carreira em torno de uma mulher que poderia ser cada uma de nós, com ideias erradas sobre amor, independentemente do momento em que nascemos. Em “Sad Girl”, ela canta sobre um homem com quem o fogo caminha (uma referência mais clara à Twin Peaks) e cujo dinheiro a deixa triste. Ela é a Bonnie do Clyde dele. No fim das contas, Lana del Rey resgata a ideia de uma mulher carente, protegida, muitas vezes, por um homem mais velho. Um homem que vive em um mundo cheio de shades of cool e cujo tapa soa como um beijo.

A era Lust for Life

Muito se especulou quando Lana anunciou que estava preparando seu quinto álbum de estúdio, Lust for Life. Ela dissera que sua intenção era que as canções fossem mais amigáveis e com um toque de pop. O que esperar? O que aconteceria às outras Lanas, de Born to Die, Ultraviolence e Honeymoon? A polêmica envolvendo o sorriso da cantora quando a capa do CD foi divulgada mostra como o público não estava exatamente preparado para se desprender da imagem da garota triste cultivada pela cantora.

Do casamento entre Born to Die e Ultraviolence nasceu Lust for Life, e a surpresa não poderia ser mais fantástica. A heroína de filme antigo ainda está lá, assim como a garota sonhadora. Porém, há uma mudança bastante clara nas letras das músicas, que passam de muito tristes a otimistas e até um pouco políticas. Não é à toa que “Love” é a faixa que abre Lust for Life, uma música que fala sobre a nova fase da cantora — e, nessa fase, seu recado é um só: pegue leve, a vida é difícil, mas não se afobem e não cultivem tanto a tristeza.

“Look at you, kids, you know you’re the coolest
The world is yours and you can’t refuse it
Seen so much, you could get the blues but
That don’t mean that you should abuse it”

“Olhem para si, crianças, vocês sabem que são os melhores
O mundo é de vocês, não podem negar
Já viu tanto, você pode até ficar triste
Mas isso não quer dizer que você deve abusar disso”

Também há espaço para falar sobre política, ainda que timidamente. Ela conta que “God Bless America — and all the beautiful women in it”, foi uma música que escreveu para todas as norte-americanas afetadas pelas políticas de Donald Trump. Com a possível suspensão da verba para o Planned Parenthood, cuidar da saúde de mulheres será muito difícil. Apesar de a letra em si não conter nenhuma alusão à política, a aproximação de Lana com as mulheres é muito bacana, especialmente por ela ter sido acusada tantas vezes de escrever letras que não lhes davam força.

De todas as parcerias que Lana fez neste álbum, desde Sean Ono Lennon a A$ap Rocky, a com Stevie Nicks é, de todas, a mais interessante e significativa. É a primeira vez que Lana se junta em estúdio a outros artistas e começar com Stevie é de deixar o coração de qualquer um quentinho. A única mulher a figurar entre as parcerias do álbum não está ali por acaso. Lana e Stevie têm tudo a ver.

Stevie Nicks é uma das maiores lendas do rock and roll a estar viva, integrante do Fleetwood Mac, uma banda que é, como uma amiga bem descreveu, uma versão rock do ABBA. Isso porque o Fleetwood Mac teve uma das maiores e mais longas tretas amorosas do mundo da música e a maioria delas está documentada nos álbuns de estúdio que eles gravaram. Ao contrário do ABBA, eles não se separaram, continuaram escrevendo sobre seus problemas, profetizando aquilo que a canção “The Chain“, a única escrita por todos os membros da banda, já dizia: “você nunca pode quebrar a corrente”.

Nicks, ao entrar na banda, trouxe seu lado misterioso, seus xales, sua Rhiannon e letras que falam sobre fogo, tempestades, amor e decepção. Essa postura contrastava com outra integrante da banda, Christine McVie, cujo estilo é mais blues, mais piano e menos natureza. Foi exatamente isso que levou o Fleetwood Mac para o topo das paradas nos anos 70, deixando de ser um conjunto nem tão conhecido assim para alcançar o estrelato. Por trás de todo o sucesso, vieram as tretas, mas Stevie soube como ninguém as usar para benefício próprio, para se libertar. Muitos demônios foram expurgados por Stevie através de seus versos, com uma intensidade poética que poucas cantoras puderam superar. Não foram apenas sobre demônios relacionados a seu envolvimento intenso com Lindsey Buckingham, também integrante do Fleetwood Mac, mas também sobre as drogas. Stevie foi e voltou da reabilitação e escreveu sobre isso. Ela não tinha medo de se expor em suas canções, de mostrar como a dor do final de um relacionamento amoroso pode arrancar o coração de uma pessoa fora. Stevie não tinha medo de “parecer mulherzinha” demais:

“Every hour of fear I spend
My body tries to cry
Living through each empty night
A deadly call inside”

“A cada hora de medo que eu passo
Meu corpo tenta chorar
Sobrevivendo a cada noite vazia
Com uma sensação mortal por dentro”

Porém, Stevie não apenas chorava suas dores, ela percebia que era uma mulher difícil de amar, uma tempestade, algo como ela coloca nos versos da mesma canção que usei de exemplo acima:

“But never ever been a blue calm sea
I have always been a storm”

“Mas eu nunca fui um mar calmo
Eu sempre fui uma tempestade”

Stevie também sempre manteve uma imagem de mistério, cultivada por seu estilo “bruxa” de se vestir e pelo teor de suas letras. Em 2013, ela foi convidada por Ryan Murphy para participar da terceira temporada de American Horror Story, cuja trama era sobre bruxas. O fascínio que Nicks exerce é muito parecido com o que Lana exerce. As letras de Lana são elaboradas, há um esforço para manter as coisas no lado “filme antigo” da vida, mas com uma pitada de sensualidade. Mais do que isso, Nicks está em Lust for Life porque ela é tudo quando falamos sobre se libertar através da música. Lana está realizando esse movimento de uma forma muito bonita, sem deixar de lado aquilo que tanto adoramos (e problematizamos) nela. É como se ela, exatamente como Nicks, estivesse abraçando a existência de diversas facetas e nos presenteando com elas em Lust for Life.

“Beautiful People Beautiful Problems” — parceria entre Nick e Del Rey — é uma música que transita entre o sombrio, sobre a vida ser mais que um jogo de videogame, e o sentimento de estar apaixonado. “Meu coração é leve, meu passado é duro”, diz a música em um de seus versos mais bonitos. É preciso viver em um mundo com uma série de problemas, e é nessas horas que o amor nos salva. Acredito que Stevie nos deixou e ainda nos deixa essa mensagem em suas músicas. É preciso aceitar a vida com toda a amargura, as tempestades e seu lado místico sem deixar de amar. Sem deixar de amar a si mesma.

A nova era de Lana del Rey contém o melhor de todas as outras que passaram, uma amostra de que ela está amadurecendo enquanto artista. Lust for Life é um álbum com pegada hip hop, de filme antigo e anos 70. Tem uma pitada de David Lynch da vida, tem para todos os gostos. A cada letra é um pedacinho de Lana que nos é revelado. Um pedacinho não menos calejado pela vida, mas que certamente está tentando viver de uma maneira um pouco mais leve.

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