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6 álbuns de mulheres que merecem sucessores em 2018

Por mais que a internet e os serviços de streaming musical estejam sempre dispostos a nos dar recomendações diárias para variar a playlist, não tem jeito: nossas artistas favoritas são nossas artistas favoritas. Não é a toa que os trabalhos delas tenham destaque no nosso gosto pessoal – com o misto de talento, inspiração e inteligência suas músicas marcam a época, embalam momentos marcantes em nossas histórias pessoais e também funcionam para transmitir sentimentos que nunca soubemos expressar somente em palavras. Graças à deusa não temos poucas opções, e essas artistas incríveis que vez ou outra mencionamos aqui se alternam para nos manter naquela expectativa positiva, lançar seus novos projetos ao mundo e salvar nosso ano com seus vocais e melodias.

No ano passado, nossa seleção de seis álbuns de mulheres que mereciam sucessores foi um sucesso. Alguns realmente aconteceram – praise the Lorde, e Taylor Swift com sua reputação, só para citar alguns exemplos –; de outros ainda estamos aguardamos notícias. No entanto, pelo tempo que se passou, outros nomes precisam ressurgir nos títulos das notícias de sites de música e entretenimento. Estamos aqui, apontando para os nossos calendários e tentando não ficar muito impacientes com a positiva, porém consumidora, expectativa de novidades dessas artistas maravilhosas. Está na hora de elas deixarem as divulgações de campanhas de lado, encerrar as tours, sair das cabanas no meio do mato onde foram buscar inspiração, ou qualquer outra coisa que estiverem fazendo para nos abençoar com suas canções mais uma vez.

All My Demons Greeting Me as a Friend, Aurora

Quando criança, Aurora Aksnes, ou simplesmente Aurora, ficou fascinada quando viu um piano pela primeira vez. Ainda que seus pais não estivessem muito certos a respeito de incentivar sua carreira na música, Aurora foi firme quando decidiu aprender a tocar piano e a começar a compor seus próprios versos e melodias. Com inspirações que variam de Leonard Cohen e Bob Dylan a Björk, Aurora deu início à sua vida pública enquanto cantora sem grandes pretensões de se tornar famosa. Foi quando um amigo publicou na internet um vídeo dela cantando que as gravadoras norueguesas conheceram a jovem e se interessaram por seu trabalho, oferecendo um contrato que se desenrolaria no lançamento de seu primeiro álbum de estúdio, o All My Demons Greeting Me as a Friend, de 2016. O álbum contém faixas autorais e muito pessoais, visto que todo o mote do trabalho é sobre como experiências ruins do passado podem, de alguma maneira, se transformar em boas memórias. Aurora disse em entrevistas que gosta do fato de que suas músicas possam fazer bem às pessoas, e que isso a motiva a continuar. Em 2017, Aurora foi convidada pela Rede Globo para cantar uma versão de “Scarborough Fair”, música que se tornou tema de abertura da novela Deus Salve o Rei. 

O que esperar: Seu álbum de estreia possuiu canções emocionais e até um pouco tristes, mas isso é o que Aurora é enquanto pessoa e artista. O sucessor de seu All My Demons Greeting Me as a Friend, previsto para ser lançado em fevereiro de 2018, deve permanecer com sons autorais mas, de acordo com a própria cantora, com uma pegada mais folk e dark, partes presentes na música norueguesa que ela até mesmo já havia explorado em All My Demons, mas que pretende aprofundar no novo disco. Outra promessa de Aurora para os fãs é que em seu novo álbum estará presente sua primeira música cantada em norueguês, pretendendo, assim, levar consigo um pedaço da Noruega em suas futuras turnês.

Beautiful Lies, Birdy

Birdy – nome artístico de Jasmine Lucilla Elizabeth Jennifer van den Bogaerde – pode ter apenas 21 anos, mas sua carreira já rendeu muitos frutos. Filha de uma pianista clássica, Birdy aprendeu com a mãe a tocar o instrumento aos sete anos de idade e aos oito já começava a esboçar seus primeiros versos autorais. Aos 12, Birdy conquistava o primeiro lugar no concurso Open Mic UK de 2008, e aos 14, lançava sua versão de “Skinny Love”, música de Bon Iver. A partir de então, Birdy não parou mais de nos surpreender com versos belíssimos cantados por uma voz poderosa e melodiosa: lançou Fire Within, álbum de inéditas de 2013, que contém alguns de seus maiores sucessos – “Wings” e “Standing in the Way of the Light”, por exemplo –, participou da trilha sonora de A Culpa é das Estrelas com três canções autorais – “Tee Shirt”, “Best Shot” (com Jaymes Young) e “Not About Angels” –, e Quase 18 com “Ghost in the Wind”. Seu último álbum foi Beautiful Lies, lançado em 2016, com, novamente, composições e arranjos feitos pela própria Birdy. Beautiful Lies mostra o amadurecimento da cantora em versos intensos e belos, em alcance vocal e muito sentimento.

O que esperar: Beautiful Lies, como dito anteriormente, marcou o amadurecimento de Birdy enquanto cantora e compositora, e daqui para frente, com seu aguardado quarto álbum de estúdio, esperamos nada mais do que o melhor por parte dela. Birdy assinou um contrato recentemente com a Warner/Chappel, braço do grupo Warner Music, e prepara o lançamento mundial de seu novo trabalho para qualquer momento (!) deste ano. Em dezembro de 2017, Birdy concedeu uma entrevista à revista Variety e disse que, escrevendo canções desde muito nova, sente-se sortuda por viver de sua música e que está empolgada para ver o novo trabalho tomar forma. Seus últimos trabalho inéditos foram parcerias – uma delas com o duo Sigma, que rendeu “Come Find Me” e um vídeo protagonizado por Millie Bobby Brown, a Eleven de Stranger Things, e com Rhodes, com quem estrelou “Let It All Go”. Enquanto isso, matamos as saudades de suas composições belíssimas ouvindo uma de suas playlists oficiais no Spotify.

Dangerous Woman, Ariana Grande

Ariana Grande se tornou o tipo de artista que dispensa apresentações. Você pode não acompanhá-la ou mesmo gostar de suas músicas, mas certamente já ouviu seu nome por aí e talvez até conheça alguns fatos aleatórios sobre a cantora. Sua carreira data de uma década – Ariana estreou no musical da Broadway, 13, aos 14 anos –, mas apenas metade desse período foi exclusivamente dedicado à música. Yours Truly, seu primeiro álbum de estúdio, debutou em primeiro lugar na Billboard 200 nos Estados Unidos em 2013, sendo elogiado por remeter aos álbuns de R&B dos anos 90, que fizeram tanto sucesso. No ano seguinte, My Everything repetiu o sucesso do antecessor, trazendo algumas mudanças ao estilo e mais maturidade às letras. Não só isso, na questão de estilo e personalidade, Ariana Grande se revelou. Enquanto na fase de Yours Truly sua imagem era a epítome da feminilidade inocente, em My Everything, Ariana se mostrou mais ousada e não tão colorida quanto pensavam. Ela ainda era aquela artista que pregava amor e positividade entre os fãs, mas desprendendo-se das características que pegou emprestado de sua personagem em Victorious, ela finalmente sentiu que podia mostrar ao mundo seus gostos reais e outras nuances de si – algo que, dois anos depois, foi reiterado em cada faixa de Dangerous Woman. Um pouco mais distante do R&B e mais próximo do pop, não é errado dizer que Dangerous Woman foi… um arraso. Da delicada “Moonlight” à íntima “Thinking Bout You”, a experiência de deixar o álbum rolar é bastante positiva, pela alternância de vibes dançantes, românticas e sassy quando não estão todas numa música só. Dangerous, de fato, de tão poderoso em comparação aos trabalhos antecessores da Ari.

O que esperar: Ao que tudo indica, Ariana deve continuar fazendo sua carreira dentro dos mesmos gêneros, ou fazendo uma transição suave na possibilidade de querer explorar outros. O snippet de uma possível nova canção que ela postou em sua conta no Instagram não revela qualquer mudança no estilo da cantora – também pudera, com uma voz poderosa daquela, por que ela não continuaria trabalhando nos gêneros que melhor a contemplam? Também é possível que, após a tragédia do atentado em seu show em Manchester, em junho do ano passado, Ariana queira enfatizar a mensagem da força do amor e da esperança que foi veiculada tão bem no show beneficente que promoveu em prol das vítimas, junto com outros artistas, e chamou a atenção de pessoas ao redor do mundo inteiro. Qualquer que seja plano, no entanto, a esperança é que Ariana vá executá-lo bem.

E•MO•TION, Carly Rae Jepsen

Talvez, para alguns, Carly Rae Jepsen fique eternamente conhecida como a cantora do hit “Call Me Maybe”, cujo vídeo alcançou 1 bilhão de visualizações no ano passado. No entanto, para uma parcela crescente de ouvintes, ela já atende pela alcunha carinhosa de “salvadora do pop”, isto é, quando não alcança, no gosto desses fãs, uma posição mais monárquica. É uma verdade incontestável que, desde o empurrãozinho de Justin Bieber naquela fase da carreira, Carly vem angariando uma onda cada vez maior de seguidores com seus próprios méritos, e E•MO•TION foi o álbum responsável pela conversão de muitos. Lançado em 2015, o álbum, infelizmente, não teve uma repercussão  digna nas tabelas musicais, muito embora a crítica tenha reconhecido que seu conteúdo era muito bom. O problema talvez esteja em grande parte dos ouvintes ainda não estar aberta a músicas que, a nível superficial, parecem adolescente demais. Deixando questionamentos de lado, quem se atreve a dar play em E•MO•TION acaba se surpreendendo com a experiência de deixar os sentimentos fluírem e terminar abraçando-os, porque nada nos faz sentir mais vivos e alegres e entorpecidos e jovens do que isso. Felizmente, a canadense de 32 anos conquistou espaço para nos mostrar tudo isso, com sua personalidade doce e suas roupas cheias de brilho.

O que esperar: Em primeiro lugar, Carly Rae Jepsen merece mais. Esse é o primeiro pensamento que nos ocorre quando pensamos no próximo lançamento da cantora. A dúvida não reina em sua capacidade como cantora – nos estilos que ela pode explorar, ou o teor de suas letras, que são mesmo joviais, e do melhor tipo, diga-se de passagem –, mas na capacidade dos fãs de espalhar a palavra. E•MO•TION foi incrível a ponto de não ter data de validade; quase três anos se passaram desde o seu lançamento e ainda não enjoamos dele. Temos certeza de que uma novidade está muito próxima, pois a própria Carly revelou em entrevista que esteve trabalhando no novo material e os rumores são que suas novas músicas terão uma vibe oitentista. Ela, no entanto, procura não atribuir uma definição direta a elas e disse que as chama de “músicas para ouvir enquanto limpamos a casa” como se não desse para fazer isso com todas. Mas, enquanto o momento não chega, ela está abrindo alguns shows da tour de Katy Perry e permanecendo leve e brilhante, e nós podemos sempre saciar a sede com seus álbuns anteriores (vocês sabiam que o Kiss também é excelente?).

How Big, How Blue, How Beautiful, Florence and the Machine

Ouvir Florence and the Machine é uma experiência espiritual. Essa é uma máxima com a qual todos precisamos concordar. A cantora britânica começou a arrebatar ouvintes em 2009 com o lançamento da música “Dog Days Are Over”. Na época, ela tinha apenas 23 anos. Filha de uma professora universitária que lecionava estudos renascentistas e um músico, a combinação da influência de ambos caiu muito bem em Florence Welch, que dedica sua carreira a compôr músicas carregadas de significados, com referências históricas, bíblicas e diversas alegorias. Suas músicas não subestimam os elementos da natureza e denotam que tudo no mundo é intrínseco a nós enquanto humanos. Sentimentos como o peso do fardo das nossas bagagens emocionais e nossa incidência aos pecados, entre outros, são descarregados por meio de suas músicas – algo que, precisamos reconhecer, não é tão fácil de ser alcançado.

O que esperar: O que esperar do próximo álbum de Florence and the Machine é uma grande incógnita. A certeza que temos é que ela não nos decepcionará quando o momento chegar. Até o presente momento, suas músicas não falharam em funcionar como uma grande lavada da alma, com suas letras carregadas de significação e melodias que nos fisgam pelo âmago. Por isso, acreditamos que esse seja um caso de “não devemos apressar a sua musa”. O intervalo entre Lungs e Ceremonials foi de dois anos (2009 e 2011, respectivamente), e até How Big, How Blue, How Beautiful se passaram mais quatro (2015) (se existir uma sequência padrão no intervalo de lançamentos, talvez só tenhamos novidades em 2021, mas esperamos, sinceramente, que não). Enquanto isso, sabemos que suas performances de tirar o fôlego continuam e um livro autoral com suas letras e artes, intitulado Useless Magic, será publicado dia 5 de julho de 2018, pela editora Fig Tree.

The Blessed Unrest, Sara Bareilles

Você pode até não conhecer Sara Bareilles (como assim?!), mas com certeza já ouviu algumas de suas músicas tocando nas rádios e em trilhas sonoras de filmes e séries por aí. Nascida na Califórnia, a música foi aos poucos tomando conta da vida de Sara quando ela começou a frequentar, ainda adolescente, um grupo de teatro em sua cidade. Ela participou de uma montagem de A Pequena Loja de Horrores, interpretando o papel feminino principal, e após sua graduação na Universidade da Califórnia, seguiu os passos da maior parte das aspirantes a cantora e começou a se apresentar em bares e clubes até lançar seu primeiro álbum de inéditas de maneira independente. Batizado de Careful Confessions, o álbum conta com onze canções compostas por Sara – algumas dessas canções, inclusive, viriam ser regravadas e inseridas em seu segundo álbum, o Little Voice, de 2007, lançado por uma gravadora. É em Little Voice que podemos encontrar um de seus maiores sucessos, a doce e divertida “Love Song”. Seu sucessor, Kaleidoscope Heart, veio após três anos do lançamento de Little Voice e nos presenteou com músicas belíssimas como “Breath Again” – presente na trilha sonora de The Vampire Diaries – e “Hold My Heart”. O último álbum de inéditas de Sara Bareilles, The Blessed Unrest, foi lançado no longínquo ano de 2013 – do qual fazem parte “Brave” e “I Choose You” – e de lá para cá a cantora lançou o DVD ao vivo Brave Enough: Live at the Variety Playhouse, gravado em Atlanta, nos Estados Unidos, também em 2013, e o álbum What’s Inside: Songs From Waitress para o musical Waitress, na Broadway, para o qual Sara escreveu todas as canções. Desde então o que tivemos foi um grande hiato – e muitas saudades das músicas maravilhosas que Sara escreve e interpreta. Como se estivesse ouvindo nossas preces clamando por mais, a cantora lançou “If I Dare” para a trilha sonora de A Guerra dos Sexos, filme estrelado por Emma Stone e Steve Carrel.

O que esperar: O início da vida musical de Sara Bareilles se deu no teatro, e para lá ela voltou por algum tempo. Com o sucesso do musical Waitress, a cantora foi convidada a se apresentar por algumas semanas como a protagonista da trama ao lado de Jason Mraz, com quem canta algumas das músicas. O período em que passou trabalhando nas músicas de Waistress a ajudaram a desenvolver seu próximo álbum pop – ainda sem data de lançamento ou qualquer anúncio oficial a respeito de faixas ou títulos – e podemos esperar mais músicas de cunho pessoal, porém mais colaborativas. Nas palavras da própria Sara, trabalhar na Broadway a ajudou a romper barreiras e testar coisas novas, então seu próximo trabalho pode vir com um frescor ainda desconhecido para seus fãs, mas ainda com o seu piano marcado. O quinto álbum de estúdio de Sara, sucessor de The Blessed Unrest, foi anunciado para ser lançado ao final de dezembro de 2017, mas até o momento, não tivemos nenhum sinal dele. Ajuda a gente, Sara!

Texto escrito em parceria por Thay e Yuu.

1 comentário

  1. Eu adoro a Aurora, a Ariana, a Birdy, e sou apaixonada pelo Emotion da Carly. Com certeza é um dos melhores álbuns pop lançados nos últimos anos. Mal posso esperar pra ver o que ela vai trazer no futuro. O Emotion é imperdível. A gente dá play e se apaixona por todas as músicas!

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